Private Equity: como investir em fundos de empresas de capital fechado?

Entenda como funcionam os fundos de private equity e quais são as vantagens e desvantagens de investir em empresas de capital fechado!

Nord Research 30/01/2024 18:00 3 min Atualizado em: 05/04/2024 12:56
Private Equity: como investir em fundos de empresas de capital fechado?

O private equity é o investimento em empresas privadas por meio de fundos destinados a investidores profissionais ou qualificados. Assim, possibilitam a busca de oportunidades fora da bolsa de valores, com riscos e retornos elevados.

Private equity é uma alternativa para investidores experientes, geralmente com perfis arrojados e moderados. Esses fundos investem em empresas privadas, buscando oportunidades com potencial de crescimento.

Os riscos são elevados, e o investidor deixará os recursos paralisados por um longo período. Em contrapartida, o fundo pode identificar negócios de sucesso e gerar um retorno expressivo para os cotistas.

Entenda tudo sobre os fundos de private equity e descubra se você tem o perfil para realizar esse investimento!

O que é private equity?

Private equity é o investimento em empresas de capital fechado. Essas organizações admitem a participação de sócios-investidores por meio da compra de participações, contudo, não são negociadas na bolsa de valores.

Embora a tradução para o português seja "capital privado", o termo não se confunde com a diferença entre empresas públicas e privadas no Brasil. Aqui, as organizações privadas são aquelas que não contam com a participação do governo.

O mais adequado é entender o private equity como "capital fechado". Uma empresa de capital aberto tem suas ações em circulação no ambiente de negócios, com acesso a investidores em geral. Logo, qualquer pessoa interessada pode adquirir as ações e ter uma participação na companhia.

Por sua vez, as empresas de capital fechado captam recursos em negociações diretas com os proprietários. São pessoas ou organizações selecionadas que farão os aportes, em condições especificadas nos acordos de acionistas.

Diferença para venture capital

O private equity é um instrumento similar ao venture capital. Contudo, o chamado capital aventureiro prioriza negócios em fase inicial, admitindo riscos mais elevados.

Um fator decisivo para o venture capital é a escalabilidade. As organizações precisam ser capazes de crescer rapidamente com custos controlados.

Imagine, por exemplo, um investimento em cinco startups de tecnologia. O investidor de venture capital sabe que, a maioria dessas empresas não terá sucesso. Contudo, aquela que vingar gerará recursos mais que suficientes para suprir as perdas.

O private equity busca empresas com modelos de negócios consolidados. É comum que a organização precise dos recursos para financiar o crescimento ou reestruturar suas finanças. No entanto, apesar do risco, acredita-se que a maioria delas se tornará uma organização lucrativa.

Diferença para o investimento semente

Há situações em que os investidores realizam aplicações antes mesmo de existir um negócio. Esse tipo de investimento em estágio embrionário é chamado de “seed” ou “semente”, convivendo com o private equity e o venture capital entre as opções de investimento privado.

Como funcionam os fundos de private equity?


<p>As negociações de investimento ocorrem diretamente entre o fundo e o empreendedor. Créditos: Freepik" /></figure></p>
<p>O private equity costuma ser estruturado a partir de <a href=fundos de investimento. Essa técnica possibilita níveis mais adequados de governança, assim como a participação de gestores profissionais no processo.

As negociações de investimento ocorrem diretamente entre o fundo e o empreendedor interessado nos recursos. Fundo, investidores, gestores e empresas investidas são as figuras centrais do private equity.

Etapas do investimento em private equity

O investimento é desenhado para ocorrer em três etapas: captação, investimento e desinvestimento.

Captação

Os recursos são obtidos junto aos investidores. Essa captação pode acontecer em grupos fechados de pessoas ou para investidores qualificados, via corretora de valores.

Geralmente, o instrumento financeiro utilizado é a compra de ações da empresa. Após a averiguação dos riscos do negócio e conformidade legal, o fundo adquire uma participação na organização selecionada.

Em alguns casos, podem ser utilizados outros instrumentos para captação de recursos. Debêntures, bônus de subscrição e opções são exemplos.

Investimento

Os valores são disponibilizados para uso no projeto. Nesta etapa, os fundos podem contribuir não apenas financeiramente, mas também com capital intelectual. Entre as mudanças, os padrões de governança costumam ser ajustados para se aproximarem mais dos exigidos pelas empresas de capital aberto.

Desinvestimento

O último passo é obter o retorno do investimento com a venda das participações na empresa. Esse procedimento pode utilizar diferentes métodos, como a venda direta para interessados e a realização da oferta pública inicial (IPO) na bolsa de valores.

Resumidamente, na fase de captação, o caixa do fundo de private equity tem um crescimento nos recursos disponíveis. A seguir, ocorre um decréscimo com a aplicação na empresa. Por fim, o retorno obtido na fase de desinvestimento ocasiona um aumento exponencial na liquidez.

Por isso, o fluxo de caixa de um private equity bem-sucedido é simbolizado por um gráfico em linha, formando um "J".

Quem pode investir?

Os fundos de private equity são destinados a investidores qualificados. Esse requisito é preenchido com R$ 1 milhão de patrimônio em ativos financeiros ou por meio de certificação profissional reconhecida pela CVM.

Também podem participar os investidores profissionais, presentes em pessoas físicas ou jurídicas com R$ 10 milhões disponíveis. Instituições financeiras, fundos, seguradoras, clubes de investimento e assessores de investimento preenchem os requisitos, entre outros.

Fundos restritos e exclusivos

Alguns fundos são destinados a um cotista (fundo exclusivo) ou a grupos de cotistas (fundo restrito). Assim, não há abertura para negociação das cotas no mercado.

Fundos mútuos

Os fundos mútuos, por sua vez, possibilitam o investimento por terceiros. Contudo, a compra das cotas dependerá da condição de investidor profissional ou qualificado.

Exchange Traded Funds (ETFs)

No mercado dos EUA, os ETFs dão acesso ao private equity até mesmo para o investidor comum. Esse investimento ocorre em índices de empresas ou fundos do setor.

Quais são as vantagens do investimento em private equity?

 O private equity possibilita o investimento em negócios fora da bolsa de valores. Créditos: Freepik

Os fundos de private equity possibilitam o investimento em negócios fora da bolsa de valores.

Ter acesso a retornos mais expressivos

As empresas utilizam os recursos para o crescimento ou reestruturação dos negócios. Portanto, é uma oportunidade de participar de empreendimentos que podem ser lucrativos no futuro, gerando retornos elevados aos cotistas.

Minimizar as oscilações no mercado

O fator decisivo para o private equity é o sucesso nos negócios e a saúde financeira das empresas investidas. Isso reduz as preocupações com as oscilações dos preços das ações, como ocorre na bolsa de valores.

Participar de fundos alavancados

Os fundos podem utilizar outros instrumentos para captação de recursos. Essa dívida será usada para potencializar os negócios realizados e pode gerar ganhos ainda mais expressivos para o investidor.

Diversificar os investimentos

Os fundos de equity podem ser formados para atuação em diferentes segmentos da economia. Isso permite que o investidor encontre opções para diversificação, assim como priorize os setores e negócios que conhece.

Quais são as desvantagens dos fundos de private equity?

As desvantagens do private equity estão associadas ao alto risco para o investidor.

Riscos de mercado

O retorno do investimento depende do sucesso das empresas que receberam os recursos. É crucial conhecer a estratégia do fundo, as empresas selecionadas e a capacitação dos gestores antes de tomar a decisão.

Risco de liquidez

Os recursos destinados ao private equity são alocados em empresas. Por isso, é difícil para o investidor resgatar o valor antecipadamente. Além disso, como não há negociação em bolsa, o mercado secundário é mais restrito.

Risco de crédito

O fundo em si precisa ter uma boa gestão financeira e de negócios. Aliás, o private equity possibilita a atuação com alavancagem, o que também significa a existência de obrigações que precisam ser suportadas pela operação.

Complexidade da operação

A compreensão da estratégia do fundo de private equity, a avaliação da gestão e a análise dos projetos que receberão os recursos podem ser complexas para o investidor. Assim, há a chance de investir sem o entendimento adequado dos riscos envolvidos na operação.

Como investir em fundos de private equity?

O investimento em fundos de private equity é intermediado por corretoras de valores. O caminho mais acessível é comprovar R$ 1 milhão de patrimônio em investimentos, obtendo acesso à condição de investidor qualificado.

ETFs nacionais

Uma alternativa são os ETFs. No Brasil, o segmento de fundos negociados na bolsa está se desenvolvendo, e ainda não há grandes alternativas para o investidor.

Contudo, no mercado nacional, encontramos o índice Bluestar Top 10 US Alter Asset Managers. Esse índice contém uma carteira teórica com as 10 corretoras de investimentos alternativos mais líquidas do mercado de valores dos EUA.

ETFs nos EUA

Nos EUA, o mercado de ETFs é mais desenvolvido, e o investidor comum tem acesso a diversas oportunidades no private equity.

Exemplos de ETFs de Private Equity:

  • S&P Listed Private Equity Index;
  • ProShares Global Listed Private Equity ETF (PEX);
  • Invesco Global Listed Private Equity Portfolio (PSP);
  • FlexShares Listed Private Equity UCITS ETF (FLPE).

Os índices apresentados são exemplos de ETFs e não constituem recomendações de investimento. É fundamental analisar as taxas, riscos, rentabilidade, histórico e diversos outros fatores antes de tomar decisões de investimento.

Investidores moderados e arrojados geralmente buscam ganhos mais expressivos. Contudo, nem sempre é fácil analisar títulos, ações, fundos mútuos, FIIs e outros instrumentos complexos no mercado financeiro.

A Nord Investimentos é uma casa de análise independente que oferece séries de conteúdos por assinatura. Assim, você terá acesso a informações confiáveis e específicas para a sua área de interesse no mercado financeiro.

Nas séries, você saberá o que comprar em diferentes classes de ativos, como criptomoedas, renda fixa, ações e fundos. Além disso, terá relatórios de análise e canais de comunicação para estar em contato com especialistas, tirando suas dúvidas.

Sendo assim, você tem o benefício de obter recomendações que passaram pela análise rigorosa de profissionais certificados pela CVM. Assim, pode identificar  produtos que ofereçam rentabilidades expressivas, indo além do private equity.

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Resumindo

O que é private equity?

O private equity é o investimento em participações nas empresas que não são negociadas na bolsa de valores. Assim, os investidores assumem riscos mais elevados, ao mesmo tempo em que podem encontrar negócios de sucesso e ter ganhos expressivos.

Qual a diferença de venture capital e private equity?

O venture capital busca negócios em fase inicial com potencial de crescer exponencialmente. Por sua vez, o private equity atua com modelos consolidados no mercado, auxiliando o crescimento ou reestruturação das empresas.

Quem pode investir em private equity?

O investimento em fundos de private equity exige a condição de investidor profissional ou qualificado. Contudo, o investidor comum pode realizar aplicações financeiras no setor por meio de ETFs negociados no mercado dos EUA.

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