"Prévia da inflação": IPCA-15 cai 0,14% em agosto, primeira deflação em dois anos

IndicadorValor
O valor do IPCA-15 HOJE está em0,14%
O IPCA-15 em 12 meses está em4,95%

IPCA-15 Acumulado últimos 12 meses

DataVariação em %Variação no AnoAcumulado 12 meses
2025/Agosto-0,143,264,95
2025/Julho0,333,405,30
2025/Junho0,263,065,27
2025/Maio0,362,805,40
2025/Abril0,432,435,49
2025/Março0,641,995,26
2025/Fevereiro1,231,344,96
2025/Janeiro0,110,114,50
2024/Dezembro0,344,714,71
2024/Novembro0,624,354,77
2024/Outubro0,543,714,47
2024/Setembro0,133,154,12

O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial no país, apresentou queda de 0,14% em julho, acima da expectativa do mercado, que projetava baixa de 0,20%.

Com isso, o acumulado em 12 meses passou de 5,30% para 4,95%, permanecendo acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Dos nove grupos que compõem o índice, cinco registraram alta, com destaque para despesas pessoais, que avançou 1,09%, puxado pelo reajuste nos jogos de azar, vigente desde 09 de julho.

Por outro lado, os três grupos de maior peso no índice recuram. Habitação, Alimentação e bebidas, e Transportes registraram queda de -1,13%, -0,53% e -0,47%, respectivamente.

O principal fator para a queda do IPCA-15 foi a redução de 4,93% nos preços da energia elétrica residencial.

Mesmo com a bandeira tarifária vermelha patamar 2 em vigor — que acrescenta R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos —, a incorporação do Bônus de Itaipu nas contas de agostos permitiram a queda.

Núcleos e serviços subjacentes

Os serviços subjacentes, que excluem itens mais voláteis e ajudam a medir a tendência da inflação, aceleraram novamente, saindo de 0,45% em julho para 0,55% em agosto e ultrapassando a média histórica para o mês.

Além disso, a média dos núcleos de inflação, outro indicador importante para entender a persistência dos preços, avançou de 0,30% para 0,33%. Contudo, o resultado ainda foi abaixo da média histórica para o mês.  

Inflação e juros altos por mais tempo

O resultado de agosto trouxe alívio ao índice cheio, puxado por fatores mais pontuais. A incorporação do Bônus de Itaipu reduziu a energia elétrica, enquanto passagens aéreas e combustíveis também contribuíram para a deflação.

Com isso, o IPCA-15 voltou a ficar abaixo de 5% em 12 meses pela primeira vez desde fevereiro.

Por outro lado, os núcleos e os serviços subjacentes aceleraram, indicando pressões persistentes em componentes menos voláteis da inflação.

Nesse sentido, o resultado pode ser considerado misto. A deflação do índice cheio trouxe alívio conjuntural, mas o quadro qualitativo ainda preocupa. Núcleos e serviços subjacentes seguem com inflação resiliente, sinalizando pressões persistentes e reforçando a necessidade de cautela na condução da política monetária.  

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