"Prévia da inflação": IPCA-15 cai 0,14% em agosto, primeira deflação em dois anos
Indicador | Valor |
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O valor do IPCA-15 HOJE está em | 0,14% |
O IPCA-15 em 12 meses está em | 4,95% |
IPCA-15 Acumulado últimos 12 meses
Data | Variação em % | Variação no Ano | Acumulado 12 meses |
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2025/Agosto | -0,14 | 3,26 | 4,95 |
2025/Julho | 0,33 | 3,40 | 5,30 |
2025/Junho | 0,26 | 3,06 | 5,27 |
2025/Maio | 0,36 | 2,80 | 5,40 |
2025/Abril | 0,43 | 2,43 | 5,49 |
2025/Março | 0,64 | 1,99 | 5,26 |
2025/Fevereiro | 1,23 | 1,34 | 4,96 |
2025/Janeiro | 0,11 | 0,11 | 4,50 |
2024/Dezembro | 0,34 | 4,71 | 4,71 |
2024/Novembro | 0,62 | 4,35 | 4,77 |
2024/Outubro | 0,54 | 3,71 | 4,47 |
2024/Setembro | 0,13 | 3,15 | 4,12 |
O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial no país, apresentou queda de 0,14% em julho, acima da expectativa do mercado, que projetava baixa de 0,20%.
Com isso, o acumulado em 12 meses passou de 5,30% para 4,95%, permanecendo acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Dos nove grupos que compõem o índice, cinco registraram alta, com destaque para despesas pessoais, que avançou 1,09%, puxado pelo reajuste nos jogos de azar, vigente desde 09 de julho.
Por outro lado, os três grupos de maior peso no índice recuram. Habitação, Alimentação e bebidas, e Transportes registraram queda de -1,13%, -0,53% e -0,47%, respectivamente.
O principal fator para a queda do IPCA-15 foi a redução de 4,93% nos preços da energia elétrica residencial.
Mesmo com a bandeira tarifária vermelha patamar 2 em vigor — que acrescenta R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos —, a incorporação do Bônus de Itaipu nas contas de agostos permitiram a queda.
Núcleos e serviços subjacentes
Os serviços subjacentes, que excluem itens mais voláteis e ajudam a medir a tendência da inflação, aceleraram novamente, saindo de 0,45% em julho para 0,55% em agosto e ultrapassando a média histórica para o mês.
Além disso, a média dos núcleos de inflação, outro indicador importante para entender a persistência dos preços, avançou de 0,30% para 0,33%. Contudo, o resultado ainda foi abaixo da média histórica para o mês.
Inflação e juros altos por mais tempo
O resultado de agosto trouxe alívio ao índice cheio, puxado por fatores mais pontuais. A incorporação do Bônus de Itaipu reduziu a energia elétrica, enquanto passagens aéreas e combustíveis também contribuíram para a deflação.
Com isso, o IPCA-15 voltou a ficar abaixo de 5% em 12 meses pela primeira vez desde fevereiro.
Por outro lado, os núcleos e os serviços subjacentes aceleraram, indicando pressões persistentes em componentes menos voláteis da inflação.
Nesse sentido, o resultado pode ser considerado misto. A deflação do índice cheio trouxe alívio conjuntural, mas o quadro qualitativo ainda preocupa. Núcleos e serviços subjacentes seguem com inflação resiliente, sinalizando pressões persistentes e reforçando a necessidade de cautela na condução da política monetária.