Viés de recência: o erro que pode prejudicar seus investimentos

Entenda o que é viés de recência (Recency Bias) e como influencia a sua decisão de investimentos

Renato Breia 24/08/2025 07:00 5 min
Viés de recência: o erro que pode prejudicar seus investimentos

Imagine abandonar um investimento sólido só porque ele caiu nos últimos meses. Ou investir em algo que está rendendo muito — sem saber direito do que se trata. 

Se essas atitudes soam familiares, saiba: você não está sozinho. Mas também não está no caminho certo.

Esse comportamento tem nome — e custo: viés da recência (recency bias).

O que é o viés da recência?

O viés de recência é um viés psicológico que nos leva a supervalorizar acontecimentos recentes, ignorando todo o contexto de longo prazo. Em outras palavras, o cérebro humano tende a projetar o presente para o futuro, como se o que está acontecendo agora fosse continuar para sempre.

Como o recency bias prejudica seus investimentos?

Nos investimentos, esse erro é fatal: ele faz o investidor perseguir rentabilidades passadas e fugir de ativos momentaneamente pressionados — mesmo que tenham fundamentos sólidos e boas perspectivas.

A imagem acima ajuda a visualizar bem esse dilema: quando os retornos do último ano decepcionam, mesmo ativos com ótimo histórico acabam sendo abandonados por pura ansiedade.

O resultado? Rotatividade de portfólio, frustração com resultados e, muitas vezes, a compra do que está caro e a venda do que está barato.

Como a indústria reforça esse viés — e por que isso é perigoso

Imagine entrar em uma farmácia onde o farmacêutico recebe comissão apenas pelos remédios mais caros vendidos — e não pela melhora real da sua saúde. Naturalmente, ele vai sugerir o medicamento de maior margem, aquele que está em promoção com o laboratório ou que rende mais comissão. 

A prioridade deixa de ser o que é melhor para você e passa a ser o que é melhor para o bolso dele. No mercado financeiro, infelizmente, funciona da mesma forma.

Grande parte dos assessores de investimento e gerentes de banco ainda são remunerados por produtos vendidos (e não pela performance do portfólio do cliente ao longo do tempo). 

Isso alimenta uma lógica comercial que ignora a estratégia individual e reforça o recency bias: o que está bombando no momento é o que será empurrado na sua frente — e com argumentos muito bem treinados.

É por isso que vemos ciclos de distribuição massiva sempre seguindo o rastro da rentabilidade. 

Exemplos reais de recency bias no mercado

Um exemplo recente está no mercado de crédito privado. Mesmo com a compressão dos spreads (ou seja, com o prêmio pago pelos títulos caindo) e uma piora clara nos fundamentos do setor, o volume de distribuição segue batendo recordes históricos — afinal, os produtos ainda carregam um “retorno passado” atraente. 

O gráfico abaixo, extraído de uma newsletter recente da equipe macro da Nord, mostra como os spreads de debêntures vêm em queda desde meados de 2023:

Ainda assim, o discurso continua: “Invista nesse fundo que rendeu 120% do CDI nos últimos 12 meses”. O que não se fala é que o risco embutido hoje é bem maior do que o de um ano atrás — e que as perspectivas futuras mudaram completamente.

O mesmo vale para os modismos: fundos setoriais, temáticos ou ligados a narrativas de curto prazo. 

Quem não se lembra do boom de fundos de tecnologia no pico do Nasdaq? Ou da enxurrada de fundos ESG lançados entre 2020 e 2021? 

Muitos desses veículos captaram bilhões com base em um passado recente exuberante, cheio de narrativas — e acabaram frustrando os cotistas logo depois, quando o vento mudou.

O risco, aqui, não é apenas perder dinheiro. É construir uma carteira desequilibrada, com baixa liquidez, concentração excessiva e assimetrias de informação que só se revelam quando o problema já está instalado.

Por isso, quando você sentir que a recomendação está boa demais para ser verdade, vale parar e perguntar: esse produto faz sentido para mim, hoje? Ou estou apenas olhando pelo retrovisor?

Invista com independência e visão de longo prazo

Em um mercado onde as decisões muitas vezes são movidas por comissões e narrativas oportunistas, a Nord Wealth escolheu seguir um caminho diferente: o da independência total. 

Aqui, não somos remunerados por produtos vendidos, mas pela confiança que construímos com nossos clientes ao longo do tempo. Isso nos dá liberdade — e responsabilidade — para dizer “não” quando todos ao redor estão dizendo “sim”.

Nosso foco está na estratégia de longo prazo, baseada em fundamentos econômicos, cenário macro e nos objetivos reais de cada investidor. 

Isso significa que, se uma classe de ativos está sendo superdistribuída, com risco desproporcional ou expectativas distorcidas, nós vamos alertar. Mesmo que vá contra o discurso do momento, mesmo que desafie o consenso e até mesmo a visão de nossos clientes.

Na Nord Wealth, não seguimos modismos — seguimos convicções. Enquanto o mercado distribui o que está “na moda”, nós analisamos o que realmente faz sentido para você.

Nosso time atua sem conflito de interesses, com independência total para dizer o que precisa ser dito — mesmo que vá contra a onda do momento.

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