Itaú: hora de vender? Analistas debatem futuro do banco
Itaú ainda é um bom investimento? Veja o que dizem dois analistas com visões opostas sobre o futuro da ação na bolsa
Na comemoração de um ano da Nord Investimentos, uma live reuniu os analistas Bruce Barbosa, Renato Breia e Renoir Vieira para discutir um tema quente: o futuro do Itaú (ITUB4) como ação na bolsa.
De um lado, Bruce defendeu que o banco segue lucrativo e resiliente. Do outro, Renoir argumentou que a era dos grandes lucros pode estar chegando ao fim, com a digitalização e a concorrência ameaçando sua rentabilidade histórica. Abaixo, veja os principais pontos discutidos.
O que significa fazer short em ações como Itaú
Shortar uma ação significa apostar que o preço dela vai cair. Segundo Renoir, isso pode ser feito para se proteger de quedas do mercado ou para alavancar ganhos apostando contra uma empresa. Ele enxerga no Itaú um caso clássico de rentabilidade insustentável em meio a um cenário de concorrência crescente.
Por que alguns investidores estão apostando contra o Itaú
O argumento principal é que o banco opera com margens muito altas e tarifas consideradas "bizarras" em um ambiente de baixa concorrência. Com a chegada dos bancos digitais, que não cobram tarifas de TED, anuidade ou manutenção de conta, essas fontes de receita tendem a desaparecer.

Quais os argumentos a favor de manter ações do Itaú
Bruce Barbosa defendeu que o Itaú é uma das empresas mais lucrativas da bolsa há décadas, com capacidade comprovada de resistir a crises econômicas. Além disso, destacou que o banco tem se adaptado ao novo ambiente digital, cortando custos e investindo em tecnologia.
A digitalização dos serviços bancários pode derrubar o lucro do Itaú?
Renoir argumenta que sim, pois os bancos digitais estão ganhando espaço rápido e forçando os grandes bancos a abrir mão de receitas importantes. Ele calcula que cerca de 30% do lucro do Itaú venha de serviços que tendem a ser substituídos por opções gratuitas ou mais baratas.
O impacto da concorrência dos bancos digitais no setor bancário tradicional
A tese de Renoir é que o Itaú vai ser forçado a competir com startups muito mais ágeis e com estrutura de custos menor. Já Bruce pondera que, mesmo com essa pressão, o Itaú segue gerando lucro e adaptando seu modelo para proteger a rentabilidade.
A XP e o Itaú: qual o peso dessa relação no valor de mercado?
A participação do Itaú na XP também foi tema. Mesmo após a separação operacional, o banco segue como acionista e pode se beneficiar de um eventual IPO da XP no exterior. Há expectativas de valorização, o que impactaria positivamente o valor de mercado do Itaú.
Como os bancos brasileiros se comparam aos americanos em rentabilidade
Bruce comparou o Itaú ao JP Morgan, destacando que, apesar do contexto diferente, os retornos sobre patrimônio (ROE) do banco brasileiro ainda são superiores. Renoir, por sua vez, acredita que essa diferença vai diminuir com o tempo, conforme o mercado brasileiro se tornar mais competitivo.
Vale a pena vender ações do Itaú agora? A visão de longo prazo
A conclusão é que não existe consenso. Para quem acredita na continuidade dos bons resultados e na capacidade de adaptação do banco, o Itaú ainda pode ser uma boa opção. Já para quem vê um cenário de pressão competitiva e redução de margens, pode ser a hora de vender ou buscar oportunidades mais alinhadas com o novo ciclo do mercado.
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