Vale a pena investir em imóvel a longo prazo?
Confira se investir em imóvel ainda vale a pena no Brasil. Compare com o CDI e entenda os riscos, rendimentos e estratégias possíveis
Ter um imóvel é um sonho culturalmente forte no Brasil. Muitas famílias consideram o patrimônio físico como segurança para o futuro. Mas quando falamos de investimentos, será que vale mesmo a pena apostar em imóveis a longo prazo?
Analisamos os riscos, a rentabilidade e a lógica por trás do investimento imobiliário — sempre comparando com outras possibilidades como o CDI.
Investimento em imóvel a longo prazo: segurança ou baixa rentabilidade?
Investir em imóveis costuma parecer seguro. É um bem tangível, que você pode ver, alugar ou até morar. Mas do ponto de vista financeiro, o imóvel precisa superar benchmarks como CDI, Ibovespa ou dólar para ser considerado um bom investimento.
Comparativo com cdi e riscos envolvidos
Para justificar o risco, um imóvel precisa render mais do que o CDI. Além do valor investido, há custos com corretagem, reformas, riscos de vacância (períodos em que o imóvel fica sem inquilino e não gera renda), desvalorização por fatores externos — como uma obra ao lado, ou uma região que perde valor.
Hoje, o CDI gira em torno de 15% ao ano. Para um imóvel ser competitivo, ele precisaria valorizar mais do que isso. No entanto, essa valorização consistente de dois dígitos por ano não é algo comum. Nem mesmo o metro quadrado em bairros valorizados de São Paulo dobrou de preço nos últimos cinco anos.

Rentabilidade com aluguel
Muitos pensam no aluguel como forma de obter renda passiva, mas essa renda gira em torno de 0,5% ao mês sobre o valor do imóvel, o que dá 6% ao ano. E isso sem considerar impostos e possíveis períodos de vacância.
Somando valorização do imóvel com a renda de aluguel, é possível chegar a um retorno de cerca de 11% ao ano. Ainda assim, abaixo do CDI. E sem contar gastos extras como manutenção, IPTU, seguros e taxas de administração.
Quando investir em imóveis faz sentido?
Imóvel pode valer a pena quando comprado de forma estratégica, como em leilões ou situações em que o preço está muito abaixo do valor de mercado.
Exemplo: um imóvel vale R$ 100 mil e é comprado por R$ 80 mil. Essa margem de 25% pode gerar ganho real se a revenda ocorrer em curto prazo.
O tempo é um fator crucial. Se o imóvel for vendido após dois anos, o CDI pode superar os 25% de ganho. Nesse caso, o investimento já não seria tão vantajoso.
Valorização excepcional depende de fatores externos
Imóveis na planta que valorizam 50% em dois anos? Isso pode acontecer, mas geralmente está ligado a mudanças externas, como a construção de uma estação de metrô ou um novo parque. Não é uma valorização comum e não deve ser considerada regra.
Imóvel como proteção de patrimônio
Imóveis fazem sentido como forma de proteger o que já foi conquistado. É o que muitas pessoas, como a mãe do autor do vídeo, acreditam: ter um imóvel próprio é sinônimo de segurança. Nesse caso, o valor não está apenas na rentabilidade, mas na tranquilidade emocional.
Financiamento como estratégia
Outro ponto relevante: o financiamento imobiliário é o único tipo de dívida que faz sentido no Brasil. Os juros são mais baixos que outros tipos de crédito.
Eu mesmo financiei quase 100% de seu imóvel e mantive meus investimentos rendendo. Essa estratégia funciona bem se a rentabilidade do portfólio for maior do que os juros do financiamento.
Conclusão
Imóveis não são necessariamente um mau investimento, mas é preciso fazer contas. Rentabilidade, tempo de retorno, risco e liquidez precisam ser levados em conta. Em muitos casos, o imóvel físico é mais uma reserva de patrimônio do que uma fonte eficiente de crescimento financeiro.
Se a compra for feita com estratégia, aproveitando boas oportunidades, pode, sim, valer a pena. Caso contrário, pode ser mais interessante buscar alternativas com menos risco e maior retorno.
Com o Nord Renda Todo mês, um evento gratuito conduzido por Otmar Schneider, analista CNPI, você aprenderá a ter uma preparada para geração de renda passiva.