Incorporadoras na bolsa: é o início de um superciclo?

As incorporadoras estão se destacando na bolsa. Entenda os riscos, oportunidades e se estamos no começo de um superciclo do setor

Nord Research 19/09/2019 17:42 3 min Atualizado em: 29/08/2025 10:07

O setor de incorporadoras na bolsa voltou a chamar atenção. Depois de anos difíceis, as ações de empresas do setor disparam com a queda dos juros, melhora da confiança e retomada da demanda. Mas será que estamos diante de um novo superciclo? 

Analisamos os sinais do mercado, os riscos envolvidos e as oportunidades para investidores atentos ao setor.

Por que as incorporadoras estão em alta na bolsa?

O novo ciclo da construção civil vem sendo puxado por fatores como:

  • juros baixos históricos;
  • inflação controlada;
  • confiança gradualmente retomada;
  • demanda reprimida.

As ações das incorporadoras subiram até 80% em alguns casos. Apesar disso, muitas empresas ainda negociam abaixo do valor patrimonial — o chamado “book value” —, indicando que o mercado ainda não precificou totalmente a retomada.

Minha Casa Minha Vida ou alta renda: onde está a oportunidade?

As incorporadoras se dividem em dois grandes nichos:

Baixa renda (Minha Casa Minha Vida)

  • financiamento via FGTS;
  • demanda mais estável;
  • margens menores, mas maior giro.

Alta renda

  • sofreu mais na crise;
  • agora começa a se recuperar;
  • maiores margens e maior exposição à economia.

Empresas como MRV, Direcional e Cury se destacam na baixa renda. Já na alta renda, Ezetec, Even e Trisul ganham força por sua execução eficiente e foco geográfico.

Quais os principais riscos das incorporadoras na bolsa?

Apesar do momento positivo, é preciso atenção a riscos típicos do setor:

  • alavancagem financeira: empresas muito endividadas sofrem com aumento de custos e queda de margem;
  • mudanças políticas: o Minha Casa Minha Vida depende de políticas públicas;
  • entrada de novos concorrentes: novos players em ciclos de euforia podem gerar excesso de oferta;
  • desalinhamento de gestão: incentivos mal estruturados comprometem valor de longo prazo;
  • regionalização: o setor é muito local e resultados podem variar bastante entre estados.

O que observar nas incorporadoras?

Investidores atentos ao setor devem monitorar:

  • lançamentos e velocidade de vendas;
  • margens bruta e líquida;
  • nível de estoque e distratos;
  • relação dívida/patrimônio;
  • políticas de remuneração da gestão;
  • histórico de execução.

Empresas que souberam atravessar a crise com disciplina, como a Ezetec, agora colhem os frutos e se destacam frente às concorrentes.

Estamos no início de um superciclo?

Ainda é cedo para cravar, mas os sinais são animadores:

  • as incorporadoras começaram a captar recursos e acelerar lançamentos;
  • há pouco estoque disponível em cidades como São Paulo;
  • fundos imobiliários e construtoras já mostram forte valorização;
  • o investidor institucional voltou a olhar para o setor.

A valorização recente não significa que “perdeu o bonde”. O ciclo pode estar apenas começando, e ainda há assimetrias entre valor e preço nas empresas listadas.

Conclusão

As incorporadoras na bolsa vivem um momento de virada. Para o investidor que busca oportunidades com visão de médio e longo prazo, o setor pode oferecer retornos expressivos — desde que os fundamentos sejam analisados com cuidado. O segredo está em escolher empresas sólidas, com boa gestão, execução comprovada e disciplina financeira para atravessar os ciclos que virão.

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