Henrique Bredda revela sua filosofia e visão sobre investimentos

Gestor da Alaska, Henrique Bredda fala sobre sua trajetória, lições da carreira e como enxerga os investimentos com foco no longo prazo

Nord Research 24/10/2019 17:42 4 min Atualizado em: 29/08/2025 16:31

Henrique Bredda, gestor da Alaska Asset, participou de uma live repleta de perguntas inusitadas — aquelas que a maioria não tem coragem de fazer. Com sinceridade, ele expôs sua filosofia de investimento, os desafios de gerir um fundo, as lições da trajetória e orientações para quem está começando. 

Quem é Henrique Bredda e como administra seu tempo

Henrique Bredda é gestor da Alaska Asset, gestora fundada em 2015 por um grupo que veio de diferentes experiências — Isave, APB, Visiona e outros. 

Superou os desafios iniciais de conciliar a gestão do fundo com a administração da empresa, até formar uma equipe sólida e confiar processos administrativos e legais a outros profissionais, o que lhe liberou para se concentrar na estratégia de investimentos.

Investimento além da tela: o olhar no mundo real

Diferente do estereótipo do day trade, Bredda diz que seu trabalho exige atenção constante à realidade do país — seja numa viagem, numa conversa com empresários, observando o trânsito ou visitando bairros. Essas experiências ajudam a perceber nuances que podem virar ideias de investimento. 

A gestão é coletiva: nove pessoas participam dos modelos, execução e decisões, com funções bem distribuídas.

A paciência e o reconhecimento às origens

Uma das perguntas foi sobre sua paciência em lidar com dúvidas e críticas. Bredda disse que isso decorre de anos buscando uma oportunidade e trabalhando no anonimato. Quando finalmente conseguiu liderar um fundo respeitável, passou a se sentir em dívida — e essa sensação o motiva a responder a quem pergunta, a ajudar e a não desistir.

Rentabilidade no longo prazo

A surpresa surgiu com esta questão: Bredda já duvidou de que investir em ações seria rentável no longo prazo? Sua resposta foi categórica: “Nunca. Sempre tive certeza de que daria certo, apesar dos percalços.” Isso reflete confiança no processo, não em retornos imediatos.

Quem está por trás da empresa importa — e muito

Não importa só o resultado financeiro visível — balanço, lucros, volatilidade. Bredda defende que o ponto de partida da análise deve ser “quem” — quem faz parte do time, suas motivações, formação, experiência, quanto têm investido, o que os move, seu alinhamento estratégico. Isso vale tanto para empresas quanto para gestoras.

Descolamento do Ibovespa: fragilidade e oportunidade

A entrevista trouxe à tona janelas de desempenho difíceis. O pior foi entre 13 de fevereiro de 2013 e 21 de janeiro de 2016, quando o fundo caiu 53%, frente a 35% do Ibovespa — um descolamento de quase 20 pontos percentuais. Bredda alerta que isso pode se repetir — para cima ou para baixo — e que os investidores devem estar preparados para cenários extremos.

Quando investir é “comprar participação em empresa”

Ele recomenda: veja o fundo como uma holding que compra empresas — e reflita se você participaria de fato como sócio delas. Essa abordagem reforça a importância do tempo, da paciência e do comprometimento com o investimento, não com a cotação diária.

Crescimento de cotistas e estrutura reforçada

Nos últimos meses, o fundo recebeu mais de 100 mil novos investidores, elevando a base para cerca de 175 mil cotistas. Para atender esse crescimento, a gestora reforçou as áreas de retaguarda — jurídico, compliance e distribuição — e intensificou o suporte via plataformas digitais e agentes autônomos.

A alumbrada sobre câmbio, juros e proteção da carteira BDR

Bredda explicou a diferença entre os produtos institucional e o BDR: enquanto o institucional opera com até 70% em ações, o BDR permite exposição cambial e uso de juros para proteção e assertividade — como ter posição vendida em dólar para assegurar competitividade das empresas brasileiras.

Preocupações com desigualdade e reações sociais

Ele não teme uma recessão técnica, mas se preocupa com a inflação de ativos, a concentração de riqueza, e possíveis reações sociais. Esses desdobramentos não vêm da economia real, mas da percepção crescente de desigualdade no longo prazo.

Análise de empresas brasileiras dependentes da recuperação econômica

Bredda mencionou empresas fortemente ligadas ao mercado interno — Kroton, Marcopolo, shoppings — que ainda enfrentam dificuldades, mas podem sair fortalecidas conforme o ciclo econômico brasileiro se recupera, criando boas oportunidades no médio prazo.

Oportunidade no varejo, mas sem um “próximo Renner”

Perguntado se a varejo tinha uma “próxima Renner”, Bredda foi realista: cada empresa tem sua história, contexto e governança — não basta repetir fórmulas. A diversidade de trajetórias exige avaliação constante do time, dos resultados e do ambiente competitivo.

Mensagem final para quem começa a investir

Ele concluiu com uma orientação clara: mesmo em tempos de renda fixa escassa, não deixe de se expor à bolsa — mas com cuidado: estude, faça entradas graduais, fuja de promessas de enriquecimento rápido e prepare-se para os percalços iniciais. Esse início pode custar pouco, mas deixar para depois pode custar muito no futuro.

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