Por que os fundos de debêntures de infraestrutura estão dando prejuízo

Fundos de debêntures de infraestrutura enfrentam perdas e spreads apertados. Entenda se ainda vale a pena investir

Marilia Fontes 17/11/2025 15:48 3 min

Nos últimos meses, os fundos de debêntures de infraestrutura enfrentaram forte queda na rentabilidade. Muitos investidores se surpreenderam com o prejuízo em aplicações tidas como conservadoras. 

Entenda o que está por trás desse cenário, como funcionam esses fundos e se ainda vale a pena investir neles.

Sumário

Por que os fundos de debêntures de infraestrutura caíram tanto?

A popularidade dos fundos de debêntures de infraestrutura cresceu após mudanças na tributação dos fundos exclusivos

Grandes investidores passaram a buscar ativos isentos de IR, como debêntures incentivadas, CRIs e CRAs. Isso gerou uma corrida para comprar esses papéis, comprimindo os spreads de crédito — ou seja, a remuneração extra oferecida em relação aos títulos públicos.

O que são spreads de crédito e por que eles caíram?

Spreads de crédito indicam o risco adicional de um título privado comparado ao Tesouro Nacional. 

Com a alta demanda por debêntures incentivadas, os spreads caíram drasticamente, chegando a ficar negativos em setembro. Isso significa que investidores aceitaram receber menos para correr mais risco — um sinal de desequilíbrio no mercado.

Como os tipos de fundos reagem às variações do mercado?

Os fundos atrelados ao IPCA sofrem com a marcação a mercado: se as taxas de juros reais sobem ou os spreads se alargam, esses fundos desvalorizam. Já os fundos CDI (redeados) tentam mitigar parte dessas oscilações, mas ainda são afetados por mudanças nos spreads de crédito.

Quais ativos puxaram as perdas nos fundos?

Empresas como Braskem, CSN, Raízen, Ligga e Unipar foram destaques negativos, com papéis impactados por problemas de alavancagem e governança. Esses títulos privados tiveram forte desvalorização, refletindo diretamente nas cotas dos fundos.

Fundos de debêntures são investimentos conservadores?

Apesar da isenção de imposto e da aparência conservadora, esses fundos carregam risco de crédito e alta sensibilidade a mudanças nos spreads. Quando esses se encontram em mínimas históricas, como hoje, o potencial de valorização é limitado e o risco de perdas, elevado.

Para navegar bem esse mercado, não basta olhar o retorno passado: é preciso acompanhar taxa real, prêmio de crédito e liquidez diariamente. No Renda Fixa Pro, eu faço exatamente isso e aviso quando o risco-retorno volta a compensar. Quem quiser acompanhar essas indicações, pode acessar a análise completa por lá.

Ainda vale a pena investir nesses fundos?

Com os spreads comprimidos e a Selic elevada, o risco retorno está desfavorável. Em caso de abertura dos spreads, novas perdas podem ocorrer. Caso o investidor insista em alocar recursos nesse tipo de fundo, a recomendação é optar pelos atrelados ao IPCA+, que podem se beneficiar de uma eventual queda nas taxas de juros.

Conclusão: o momento exige cautela

Os fundos de debêntures de infraestrutura são instrumentos legítimos de investimento, mas o cenário atual exige prudência. A relação risco-retorno está desbalanceada e, com a baixa liquidez do mercado de crédito privado, movimentos de resgate podem agravar a situação.

Para quem busca segurança, os títulos públicos seguem como alternativa mais conservadora no momento.

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