Problemas do Banco do Brasil (BBAS3) e o que investidores devem saber

Entenda os riscos de investir no Banco do Brasil (BBAS3), seus desafios com crédito e comparação com outros bancos

Bruce Barbosa 26/05/2025 09:50 3 min

Nos últimos meses, muitos investidores voltaram os olhos para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), principalmente após uma queda significativa em seu preço. Apesar disso, especialistas alertam: o momento pode não ser ideal para apostar na estatal. Entenda por que o cenário do banco é preocupante e quais os riscos por trás dessa decisão de investimento.

Lucro em queda e revisão de projeções

O lucro do Banco do Brasil caiu cerca de 21% no último trimestre. Embora o mercado já esperasse um resultado ruim, os números vieram piores do que o esperado. Em contraste, bancos privados como Itaú e BTG apresentaram crescimento no lucro, o que reforça a desvantagem competitiva atual da estatal.

Além disso, o Banco do Brasil colocou em revisão projeções importantes, como lucro líquido, margem financeira bruta e custo do crédito. Essa atitude indica incertezas profundas na operação do banco.

Crédito e inadimplência preocupam

Um dos principais problemas enfrentados é a inadimplência. Como os bancos trabalham com ciclos de crédito longos, os calotes que o Banco do Brasil está enfrentando hoje podem ser reflexo de empréstimos concedidos há um ou dois anos. A instituição ainda precisa reavaliar a qualidade dessa "safra" de crédito, o que pode gerar impactos nos próximos trimestres.

Comparativo com Bradesco e Itaú

O Bradesco passou por situação semelhante há cerca de dois anos e até hoje não conseguiu retomar plenamente sua lucratividade. Já o Itaú, com um modelo mais digital e ágil, continua entregando crescimento sólido e consistente no lucro, com rentabilidade (ROE) acima de 22%.

Dividendos: vale a pena pela renda?

O principal atrativo do Banco do Brasil sempre foram os dividendos, que giram em torno de 10% ao ano. No entanto, o Itaú também oferece retorno semelhante com dividendos (em torno de 7%), mas com muito menos risco e maior estabilidade nos resultados. O Bradesco, mesmo com queda no lucro, ainda paga cerca de 9% em dividendos.

Crescimento das fintechs e perda de mercado

Fintechs como Nubank e Banco Inter têm crescido de forma acelerada, com lucros acima de 50% no trimestre. Esse crescimento ocorre à custa dos bancos tradicionais, incluindo o Banco do Brasil e o Bradesco. Isso mostra que o setor bancário tradicional está sob forte pressão competitiva, especialmente aqueles que não se modernizaram.

Conclusão: qual risco você quer assumir?

Investir em ações é escolher os riscos que se está disposto a correr. Embora o Banco do Brasil esteja barato sob a ótica do múltiplo preço/lucro, o risco operacional, político e de crédito faz com que o investimento seja mais arriscado. Já o Itaú, mesmo negociando com múltiplos maiores, oferece maior previsibilidade, estrutura moderna e gestão eficiente.

Se a escolha é entre um banco estatal com incertezas no balanço ou um banco privado com resultados consistentes, a decisão deve considerar muito mais do que o preço da ação.

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