Reforma da previdência: o impacto no mercado e como investir
Entenda a relação entre a reforma da previdência, o mercado financeiro e a economia brasileira e saiba como ajustar sua estratégia de investimento
A recente alta volatilidade no mercado financeiro deixou investidores em alerta. O embate entre o governo e o congresso, somado às declarações públicas nas redes sociais, trouxe um misto de incerteza e otimismo. Nesse cenário, a aprovação da reforma da previdência se tornou o principal termômetro para a melhora da economia.
O impacto da política na economia
A prisão do ex-presidente Michel Temer e os atritos entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, desestabilizaram o mercado.
A incerteza política impacta diretamente a economia, já que a aprovação da reforma da previdência depende do diálogo e da articulação entre o executivo e o legislativo. A expectativa de que o ministro da economia, Paulo Guedes, assumiria a articulação trouxe um alívio temporário, mas o risco de novos desentendimentos ainda existe.
Apesar da volatilidade, o mercado reagiu com um “bull market”, período de alta prolongada na bolsa. No entanto, é fundamental que os investidores mantenham a cautela, pois o humor do presidente e a relação com o congresso podem mudar rapidamente.

Renda fixa vs. renda variável: como se proteger?
Com a queda da taxa de juros, a renda fixa se torna menos atrativa, pois os rendimentos diminuem e o risco de uma reversão na tendência de juros pode gerar perdas. Diante disso, o mercado de ações surge como uma alternativa para obter ganhos significativos, principalmente em empresas com fundamentos sólidos e negociadas a preços atrativos.
A diferença entre os dois mercados é a gestão de risco. A renda fixa serve como um “colchão” para a volatilidade da bolsa, permitindo que o investidor não seja obrigado a vender seus ativos em momentos de crise.
Erros comuns e a estratégia de Warren Buffett
Muitos investidores iniciantes cometem erros, como comprar uma ação apenas por seu "preço de tela", que é o valor nominal, e não pelos fundamentos da empresa. Além disso, a estratégia de "buy and hold" (comprar e segurar) pode ser perigosa se o ativo for de uma empresa ruim, com resultados em deterioração.
A melhor forma de ter sucesso é aplicar a estratégia de Warren Buffett: focar em empresas de alta qualidade que estejam a um preço justo.
A estratégia dele é um bom guia, já que ele busca empresas com bom crescimento e que estejam a preços razoáveis, com uma boa margem de segurança. Um bom exemplo é o Banco do Brasil, que mesmo sendo uma estatal, tem apresentado resultados sólidos e está sendo negociado a um múltiplo baixo.
A alavancagem é para você?
Para o investidor pessoa física, alavancar sua posição (usar dinheiro emprestado para investir) é um risco enorme. Ela pode multiplicar os ganhos, mas também pode levar a perdas substanciais, forçando o investidor a vender seus ativos na baixa. Para a maioria das pessoas, a melhor abordagem é focar em comprar ações baratas de empresas de qualidade.
A reforma da previdência tem um efeito direto no lucro das empresas, já que sua aprovação gera uma expectativa positiva na economia. Isso estimula o investimento, o emprego e o consumo, beneficiando o lucro das empresas. Por isso, a aprovação é tão importante para o mercado, pois mostra que a economia está no caminho certo.
Para se proteger em momentos de incerteza, o ideal é balancear a carteira de acordo com o seu perfil de risco, com um pouco de renda fixa para amortecer as quedas e a exposição adequada em ações, sempre com foco em empresas de qualidade.