As transformações na indústria dos fundos de investimento no Brasil
O mercado de fundos de investimento no Brasil vive grandes transformações. Conheça os novos modelos de taxas, os ETFs de renda fixa como o IMAB11 e o caso Apex
O mercado de fundos de investimento no Brasil está em constante evolução, trazendo novidades que impactam diretamente investidores iniciantes e experientes. Nesta análise, vamos explorar três grandes temas que estão movimentando o mercado:
- O lançamento de um fundo de ações com taxa de administração zero e performance atrelada ao Ibovespa.
- O crescimento dos ETFs de renda fixa, como o IMAB11 e o prefixado da Mirae.
- O fechamento do fundo de ações Apex, um caso que traz lições importantes sobre capacidade de gestão.
Fundo com zero taxa de administração e 30% de performance
Como funciona
Um dos lançamentos mais comentados no mercado é o fundo de ações que cobra 0% de taxa de administração e 30% de taxa de performance. Isso significa que o investidor só paga se o gestor entregar retorno acima do Ibovespa.
Vale a pena?
Apesar de parecer vantajoso, há riscos. Sem a taxa fixa, o gestor depende totalmente da performance para se remunerar. Isso pode gerar maior alinhamento com o cotista, mas também levanta dúvidas sobre sustentabilidade do modelo em períodos de baixa.
O fechamento do fundo Apex
Por que um fundo fecha?
O Apex atingiu seu limite de capacidade de gestão (“capacity” ou “capacete”), acumulando bilhões sob administração. Quando um fundo cresce demais, pode enfrentar dificuldades para alocar recursos sem impactar o mercado ou perder liquidez.
Impactos para os investidores
Ao fechar para captação, o fundo protege os cotistas já existentes. O risco de resgates forçados ou alocações ruins em empresas menos líquidas poderia prejudicar o desempenho.
ETFs de renda fixa: IMAB11 e prefixado
IMAB11 – Atrelado à inflação
O IMAB11 replica o índice IMA-B, que reúne títulos públicos indexados ao IPCA. Ele se destaca por ter taxa de administração de 0,25% ao ano, não cobrar “come-cotas” e tributar apenas 15% de IR no resgate, independentemente do prazo.
Prefixado Mirae – Três anos
Outro ETF em destaque é o Prefixado da Mirae, com prazo de três anos. Ele também tem liquidez em bolsa e IR de 15% fixo. É indicado para investidores que buscam operações oportunistas no curto e médio prazo.
Previdência privada: vale a pena em 15 anos?
Com a evolução das plataformas, é possível investir nos melhores fundos via previdência, aproveitando benefícios fiscais e tributação reduzida de 10% após 10 anos. Para horizontes de longo prazo, essa pode ser uma opção mais vantajosa que fundos abertos.
Lições de grandes gestores: Peter Lynch e Warren Buffett
Um dos pontos mais reforçados é que o comportamento do investidor faz diferença. Mesmo em fundos com retornos históricos, como o Magellan Fund de Peter Lynch, muitos investidores perderam dinheiro por resgatar nos piores momentos. O segredo é paciência e consistência.
O caso Banco Pan e comparações com bancos digitais
O Banco Pan valorizou fortemente em 2019, mas há riscos ligados à dependência de seus controladores (BTG e Caixa). Diferente do Banco Inter, que investe pesado em tecnologia, o Pan parece mais preocupado em rentabilizar o curto prazo, o que pode afetar seu potencial de longo prazo.
Conclusão
O mercado de fundos no Brasil está cada vez mais diversificado:
- Fundos inovadores com zero taxa de administração podem alinhar interesses, mas exigem cautela.
- O fechamento do Apex mostra a importância de respeitar limites de capacidade.
- ETFs de renda fixa como o IMAB11 oferecem alternativas mais baratas e eficientes.
- A previdência privada segue sendo um veículo poderoso para longo prazo.
O investidor deve sempre avaliar não só o produto, mas também a gestora, a liquidez e sua própria disciplina de investimento.