Como identificar bolhas em ações e agir com segurança no mercado

Aprenda a identificar bolhas em ações, entender seus sinais e tomar decisões mais seguras ao investir. Estratégias práticaas e exemplos reais

Nord Research 09/01/2020 17:38 3 min Atualizado em: 12/09/2025 15:36

O tema de bolhas em ações voltou com força nos últimos anos, especialmente em mercados emergentes e com forte entrada de investidores iniciantes. 

Muitos papéis têm valorizado de forma explosiva, com fundamentos que não acompanham esse crescimento — e isso traz riscos reais. Saber identificar uma bolha pode salvar seu investimento (ou evitar grandes perdas). 

Vamos explicar o que caracteriza uma bolha, como reconhecê-la e como ajustar sua carteira de forma mais segura.

O que caracteriza uma bolha em ações

Antes de tudo, é importante entender exatamente o que caracteriza esse momento:

  • subidas exageradas sem base em resultados: quando o preço de uma ação sobe muito, mas os lucros, as receitas ou demais fundamentos não acompanham;
  • alta especulação, boatos e “efeito manada”: pessoas compram porque acham que o preço vai continuar subindo, mesmo sem dados que sustentem isso;
  • múltiplos extremamente altos, como preço sobre lucro (P/L) ou preço sobre Ebitda muito acima da média histórica para o setor;
  • empresas com baixa liquidez que sobem muito rápido e depois despencam: muitas vezes, após o pico, ocorrem quedas fortes.
  • promessas futuras grandiosas sem entrega concreta até o momento — crescimento que “está por vir”, mas com pouca visibilidade.

Exemplos recentes e casos de estudo

  • Eucatex: subiu de ~R$ 11 para ~R$ 140 em cerca de 56 dias — aumento superior a 1.000%. Em seguida, caiu aproximadamente 70%, voltando aos ~R$ 40.
  • General Shopping (GSHP3 / SHP36): valorizou muito rapidamente e depois sofreu correções bruscas.

Indicadores e métricas úteis para avaliar bolhas

  • P/L (Preço/Lucro): compara o preço atual da ação com o lucro por ação. Se estiver muito acima da média histórica ou comparado com pares do setor, pode indicar risco.
  • Preço/Ebitda: útil especialmente para empresas alavancadas, pois o Ebitda está antes dos juros e impostos.
  • Retorno sobre patrimônio (ROE) e retorno sobre capital investido: mostram a capacidade de gerar lucro com o capital que ela já tem.
  • Análise de crescimento futuro: verificar se os planos de expansão ou investimentos já estão concretos (já previstos em contratos, aprovados por agências reguladoras etc.).
  • Liquidez, base acionária, influência de “market makers” e influenciadores: quão “artificial” é o interesse pela ação?

Como agir quando desconfiar que há uma bolha

  • Ter parte do portfólio em caixa para aproveitar oportunidades (se ações caírem).
  • Realizações parciais de ganho: se uma ação subiu muito rápido, pode ser saudável vender parte para diminuir risco.
  • Diversificar entre setores e entre ações com fundamentos sólidos vs. mais arriscadas.
  • Acompanhar de perto os anúncios oficiais (resultados, aprovações regulatórias, compras anunciadas etc.).
  • Evitar entrar em tudo que “está na moda” só pelo hype; olhar para o que você entende bem ou consegue estudar.

Exemplos de empresas com risco percebido

  • Positivo: mencionada pelos analistas como uma empresa que teria feito emissão de ações com promessa de crescimento, mas ainda com pouco resultado concreto. Alto risco se depender apenas de expectativas.
  • Ações com múltiplos altíssimos, empresas que ainda não entregam lucros consistentes ou que dependem de expansão muito agressiva para justificar valuation.

Ajuste hoje mesmo sua carteira de ações de forma inteligente.

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