TRXF11 vende posto de combustível e nove propriedades em São Paulo

TRXF11 vende posto por R$5,35 mi e negocia 9 imóveis por R$672 mi. Veja os impactos no portfólio e distribuição de rendimentos

Otmar Schneider 23/12/2025 16:44 4 min
TRXF11 vende posto de combustível e nove propriedades em São Paulo

Após uma série de novas compras, o TRX Real Estate Fundo de Investimento Imobiliário (TRXF11) anunciou duas alienações, envolvendo um posto de gasolina e nove ativos de Varejo Big Box. Vamos às análises. 

Nossa visão sobre a venda do posto de combustível Extra

Foi comunicado ao mercado a venda do Posto de gasolina Extra, locado para a CBD (Companhia Brasileira de Distribuição), o Grupo Pão de Açúcar (GPA). O Ativo está localizado em São Paulo no Bairro Vila Emir. 

Detalhes da transação  

O valor total da alienação foi de R$ 5,35 milhões, que serão recebidos da seguinte forma: R$ 2,35 milhões à vista, na assinatura da escritura, e R$ 3,0 milhões restantes pagos em 10 parcelas mensais de R$ 300 mil cada.

A venda foi realizada 9,40% acima do custo de aquisição (jun/25), resultando em um cap rate de 6,62%. Já a TIR estimada da operação é de 13,09% ao ano, equivalente a 122,61% do CDI no período em que o ativo esteve na carteira.

Em termos de resultado caixa, a operação estima um lucro aproximado de R$ 299,3 mil, equivalente a R$ 0,009 por cota.

Um ponto relevante da operação, em relação ao controle de risco, é a existência de uma cláusula resolutiva expressa, que garante ao Fundo o direito de reaver a propriedade  em caso de inadimplência das parcelas restantes, mesmo após a transferência do recebimento dos aluguéis à compradora. 

De forma geral, vejo a operação como positiva dentro da estratégia do Fundo. A venda do ativo captura um ganho de capital em um imóvel que já havia cumprido seu papel dentro do portfólio e libera recursos para que a gestão redirecione capital para oportunidades com melhor relação risco-retorno. 

Além disso, a estrutura da transação, com cláusula resolutiva e pagamentos parcelados bem delimitados, mantém o risco sob controle. O movimento reforça a capacidade do TRXF de executar reciclagem ativa de portfólio.

Nossa visão sobre a venda de nove ativos de Varejo Big Box

O TRXF11 informou a assinatura de um memorando de entendimento (MOU), para a venda de nove ativos, sendo eles: Sam’s Club Jabaquara/SP, Grupo Mateus Juazeiro/BA, Petrolina/PE, Belém/BA, Assaí Atacadista Campina Grande/PB, Paulo Afonso/BA, Piracicaba/SP, Jequié/BA, Carrefour Jaboatão dos Guararapes/PE.

Vale comentar que, o comprador entra em período de exclusividade para due diligence. Se tudo for confirmado, os contratos definitivos devem ser assinados em até 120 dias.

Fonte: TRX

 Detalhes da transação

O Preço negociado da transação foi de R$ 672 milhões (R$ 4,67 mil/m²), que serão pagos ao TRX da seguinte forma: 65% à vista, com funding por banco de primeira linha; e 35% parcelado em até 5 anos. 

Se concluída a transação, a venda será feita 5,5% acima dos laudos mais recentes, com uma A TIR esperada é de 15% ao ano e um lucro estimado de R$ 230 milhões (R$ 7,08 por cota), já considerando a participação do TRXF no TRXB, sendo R$ 19,49 por cota para o fundo investido (TRXB).  

Além disso, a transação foi estruturada de forma que a TRX detenha a cota subordinada, assumindo maior risco, mas com potencial de capturar ganhos adicionais caso os ativos sejam vendidos nos próximos anos em valores acima das premissas atuais.

Fonte: TRX

Redução de alavancagem nos fundos TRXF11 e TRXB11

Caso a operação seja concluída nos termos previstos, a venda deverá resultar em uma redução expressiva do endividamento dos fundos, com amortização dos CRIs vinculados a esses ativos no montante aproximado de R$ 186 milhões no TRXF11 e R$ 102 milhões no TRXB11

Impactos esperados no portfólio do TRXF11

Após as alienações, o portfólio do TRXF11 permanece robusto e bem diversificado, com 111 imóveis distribuídos em 17 estados e 54 cidades. A ABL total passa a ser de aproximadamente 1,15 milhão de m², apoiada por uma área de terreno relevante, de cerca de 2,33 milhões de m². Já o valor patrimonial ajustado estimado do portfólio será de R$ 5,13 bilhões

Um ponto que merece destaque, e que a própria gestora reforçou, é a manutenção do guidance de distribuição entre R$ 0,90 e R$ 0,93 por cota até dezembro de 2026, o que considero bastante relevante. Ao preço atual da cota a mercado, representa um DY de quase 1%a.m, próximo de FIIs de papel que distribuem a inflação do período. Ou seja, uma excelente rentabilidade para um FII de tijolo.

Como já comentei com vocês na nossa última monitoria, o trabalho da gestão em manter uma atuação ativa também na reciclagem do portfólio, é fundamental para sustentar esse nível de distribuição. Esse movimento contribui para reforçar o caixa, destravar valor e realocar capital de forma mais eficiente em benefício dos cotistas.

Fonte: TRX
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