Como a tokenização tem impactado o mundo dos investimentos

Entenda o que é tokenização de ativos, como funciona e o que pode ser tokenizado, para que serve e as diferenças entre tokens e criptomoedas!

Nord Research 29/09/2023 13:48 10 min
Como a tokenização tem impactado o mundo dos investimentos

A tokenização é um procedimento que tem ganhado cada vez mais espaço no mundo dos investimentos, devido à crescente digitalização do mercado financeiro e das transações comerciais.

Os tokens representam ativos reais e democratizam o acesso a esses ativos, pois praticamente não existem restrições à tokenização e ao fracionamento de bens que possam ser do interesse de investidores.

Embora haja facilidade de acesso, vale lembrar que a blockchain permite que as operações aconteçam em um ambiente bastante seguro e com regras próprias para afastar a possibilidade de violações.

Assim, as empresas podem captar recursos e aumentar o volume de negociações. O objetivo é obter maior rentabilidade e isso é possível também porque há menos burocracia.

Por exemplo, não há necessidade de pagar taxas para bancos ou instituições financeiras, já que são operações peer-to-peer, o que significa que ocorrem de forma direta entre comprador e vendedor. Quer saber mais sobre o tema? Acompanhe a leitura e esclareça todas as suas dúvidas!

Sumário

O que é tokenização de ativos?

A tokenização de ativos é um processo que consiste em transformar um ativo físico em um ativo digital, representado por tokens. Esses tokens podem ser armazenados e transferidos dentro de uma rede blockchain, como a Ethereum, de forma segura e transparente.

A blockchain é uma rede descentralizada que armazena informações criptografadas. Assim, a tokenização permite a divisão de um ativo em partes menores, facilitando a negociação e a liquidez desses ativos.

Isso permite que investidores comprem e vendam tokens de imóveis, obras de arte, produtos agrícolas e, também, ações de empresas. É um tipo de investimento acessível e com liquidez.

Um exemplo prático seria a tokenização de um edifício comercial. Em vez de comprar o prédio inteiro, os investidores podem comprar tokens que representam uma fração do imóvel.

Se este imóvel se valorizar ao longo do tempo, os ativos de token que você adquiriu também tendem a ficar valorizados. A tokenização ajuda a reduzir a complexidade e os custos associados à negociação de ativos tradicionais.

Porém, é bom lembrar que a tokenização é algo novo no mercado e ainda passa por regularização no Brasil e no mundo.

Como funciona a tokenização?

A tokenização funciona por meio da criação de um contrato inteligente, que define as regras para a emissão, negociação e resgate dos tokens. Esse contrato é então registrado na blockchain, juntamente com os tokens emitidos.

Uma vez que os tokens são criados, os investidores podem comprar e vender esses tokens, assim como fariam com qualquer outro ativo financeiro, ou usá-los como moeda virtual.

Vale lembrar que os tokens podem ser fungíveis ou não fungíveis. Os fungíveis são aqueles que podem ser trocados ou substituídos por outros da mesma categoria, quantidade e qualidade.

Já os não fungíveis, também chamados de NFTs (non-fungible tokens), são aqueles que não podem ser substituídos, pois são exclusivos e não há outro equivalente. Por exemplo, uma pintura de Leonardo da Vinci não pode ser substituída por uma pintura de Dalí, pois são obras de arte exclusivas.

Veja também o vídeo da Nord explicando o que é tokenização de ativos digitais:

O que pode ser tokenizado?

Praticamente qualquer ativo pode ser tokenizado, desde que possa ser representado digitalmente e tenha valor financeiro. Confira alguns exemplos.

Imóveis

A tokenização de imóveis permite que propriedades sejam divididas em tokens. Isso abre portas para que investidores comprem frações de propriedades ou participem de investimentos imobiliários de forma mais acessível.

Segundo a Forbes, os tokens imobiliários representam quase 40% do mercado de títulos digitais.

Obras de arte

A tokenização de obras de arte permite que colecionadores e investidores comprem frações de obras de arte valiosas. Para você ter uma ideia, em 2021 a obra de arte de Picasso “Fillette au béret” foi tokenizada no Sygnum, um banco de ativos digitais.

Os direitos de propriedade da obra foram divididos em 4 mil tokens, que foram vendidos por US$ 1.040 cada para mais de 50 investidores. Esses investidores podem vender os tokens e lucrar com a operação se houver valorização da obra ao longo do tempo.

Commodities

Ativos como petróleo, minerais, grãos e metais preciosos podem ser tokenizados. Logo, a transação possibilita que investidores comprem e vendam frações dessas commodities de forma mais fácil e flexível.

Para exemplificar, a startup argentina Agrotoken, que faz operações no Brasil, já digitalizou oito mil toneladas de grãos em Mato Grosso, segundo o Canal Rural.

O objetivo é tokenizar 1 milhão de toneladas no Brasil, com foco na soja, milho e trigo. Pelo mecanismo, os grãos são transformados em ativos digitais e os próprios agricultores podem fazer compras e vendas a partir dos tokens.

Ativos de renda fixa e variável

Segundo estudo da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), existem sete ativos que se beneficiam com a tokenização no Brasil.

Os de renda fixa são: FIDC (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e títulos lastreados em recebíveis, CCBs (Cédula de Crédito Bancário), debêntures e ativos verdes. Já os de renda variável incluem ações de startups e pequenas empresas, além de ações em geral.

“O Brasil foi identificado como um país onde a tokenização encontra um terreno fértil para provocar mudanças. Por meio de conversas com players do mercado, foram identificados sete ativos que se beneficiam com o surgimento de suas versões digitais.

O grau do benefício, no entanto, varia de acordo com cada um dos títulos”, relata o documento.

Propriedade intelectual

A tokenização também pode ser aplicada a ativos intangíveis, como patentes, direitos autorais e marcas registradas. Isso permite que os detentores desses ativos monetizem sua propriedade intelectual.

Qual é a diferença de token para criptomoeda?

Embora os termos token e criptomoeda sejam frequentemente usados ​​de forma intercambiável, eles se referem a conceitos diferentes.

Um token é uma unidade de valor registrada em uma rede blockchain para representar um ativo. Em outras palavras, um token é uma espécie de "representante" que pode ser trocado por um ativo ou serviço específico dentro de uma plataforma, ou ecossistema.

Por outro lado, uma criptomoeda é uma moeda digital que utiliza criptografia para garantir suas transações e controlar a criação de novas unidades. O Bitcoin é um exemplo de criptomoeda bastante conhecido, mas há outras, como Ether, Litecoin e Dogecoin.

Toda criptomoeda é um tipo de token, pois é uma representação digital de valor. No entanto, nem todo token é uma criptomoeda, pois existem tokens que representam outros ativos além do dinheiro.

Para que serve a tokenização?

A tokenização é um procedimento que traz diversas vantagens, incluindo segurança aprimorada, conformidade com padrões simplificados e facilidade de uso. Entenda os próximos tópicos!

Segurança

Ao fazer a tokenização, utilizam-se procedimentos de segurança que envolvem a substituição de informações sensíveis, como números de cartão de crédito, por um token.

O token é então usado em vez do número original para realizar transações, reduzindo o risco de fraude e roubo de informações, já que os dados são criptografados.

Assim, as empresas e os indivíduos podem reduzir problemas de exposição de informações confidenciais. Além disso, ao usar tokens em vez de informações sensíveis, a quantidade de sistemas e processos nas transações são reduzidos.

A segurança na tokenização é garantida pelo uso da tecnologia blockchain, que permite registro das transações e são imutáveis.

Divisão de ativos

A divisão de ativos na tokenização é uma técnica que permite que um único ativo seja dividido em várias partes menores, cada uma representada por um token.

Dessa forma, investidores podem comprar partes de um ativo que normalmente seria muito caro ou difícil de adquirir em sua totalidade.

Por exemplo, imagine que um edifício comercial valha R$ 10 milhões. A tokenização possibilita que o edifício seja dividido em 100 partes iguais, por exemplo, cada uma representada por um token com um valor fracionado.

Isso significa que um investidor pode comprar uma ou várias partes do edifício, dependendo do quanto deseja investir.

Vale lembrar que a divisão de ativos com a tokenização também contribui para a liquidez desses ativos. Portanto, investidores com diferentes níveis de recursos financeiros podem participar de investimentos que de outra forma seriam menos acessíveis.

Redução de custos com instituições intermediárias

A descentralização dos tokens é um dos principais benefícios da tecnologia blockchain, que é a base da tokenização.

Isso significa que não há uma autoridade central ou intermediário que controle a rede. Em vez disso, todo o processo é mantido por uma rede de computadores.

Com a descentralização, não existe um órgão central ou instituição financeira destinada a monitorar e gerenciar os ativos.

Utilizam-se protocolos automatizados sem a necessidade de um banco, por exemplo, para realizar as operações. Isso reduz custos com taxas e outros que poderiam estar presentes se a rede fosse centralizada.

Velocidade das operações

A tokenização é um processo importante na área da tecnologia da informação que contribui para acelerar as operações. Um dos motivos é a substituição de dados sensíveis por um token único.

Além disso, com a redução da burocracia e com o uso dos contratos inteligentes, os procedimentos são mais céleres.

Existe também maior agilidade para abertura de capital, porque as empresas podem negociar tokens de forma bem mais rápida do que precisam para fazer um IPO (Initial Public Offering), por exemplo.

Transparência

Com os tokens, existe também uma maior transparência nas transações financeiras, pois todas as operações são rastreadas. Logo, é possível saber cada etapa, de onde vieram e para onde foram os ativos.

Essas informações são armazenadas na blockchain, sendo que você pode consultá-las quando desejar. Com isso, talvez você esteja se questionando qual o nível de risco, já que os dados são acessíveis. Na verdade, o ambiente é criptografado.

Como funciona a tokenização na renda fixa digital?

A tokenização na renda fixa digital funciona com rentabilidade prefixada. Assim, não há oscilações como ocorre com certos criptoativos, a exemplo do Bitcoin.

Para você ter uma ideia, essa rentabilidade pode alcançar de 15% a 18% ao ano, enquanto na renda fixa tradicional fica em torno de 2% a 14%. Além disso, supera a rentabilidade da Selic, que está a 13,25%, também anualmente.

Você sabe no momento do investimento quanto receberá ao final, como já acontece com a renda fixa tradicional. Porém, existem diferenças importantes.

Entre os tokens de renda fixa estão, por exemplo, os recebíveis, como aluguéis e consórcios, cujos valores a receber pela empresa são transformados em ativos digitais.

Dessa forma, na antecipação a empresa que emite apresenta um desconto do valor para os que desejam comprar os tokens.

De um lado, a empresa ganha ao levantar capital com um desconto menor e, de outro, o investidor ganha devido à rentabilidade maior que a da renda fixa tradicional.

Então, agora você já sabe como funciona a tokenização de ativos. Aproveite para conhecer a assinatura Nord Crypto Master, que é voltada para aqueles que desejam uma carteira completa de criptoativos!

Resumindo

Para que serve a tokenização?

A tokenização é amplamente utilizada para proteger dados sensíveis, como informações de pagamento. Ao substituir os dados reais por tokens, mesmo que um token seja interceptado, ele não pode ser revertido para os dados originais, garantindo que as informações permaneçam seguras.

Além disso, como são fracionados, você pode adquirir parte de uma propriedade ou de um bem, como uma forma de investimento.

O que é tokenização de recebíveis?

A tokenização de recebíveis é um processo no qual os recebíveis, como faturas ou pagamentos a receber, são convertidos em tokens digitais. Esses tokens representam os direitos associados aos ativos financeiros subjacentes.

São vários os benefícios, como maior liquidez, redução de custos operacionais, transparência nas transações e facilidade de acesso a investidores interessados nos ativos.

Quem pode tokenizar?

Tanto empresas quanto pessoas físicas podem fazer a tokenização de um ativo. Por isso é recomendado que você analise a reputação do emissor e o histórico financeiro antes de adquirir o token.

Quando alguém tokeniza um ativo, é criada uma representação digital que passa por criptografia, cujos processos acontecem em uma blockchain.

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