Lucro da Taurus (TASA4) registra queda de quase 65% no 4T23; veja os motivos
Sem grande cobertura e consenso do mercado, a Taurus (TASA4) reportou resultados abaixo das nossas expectativas, com uma receita líquida de R$ 419 milhões no 4T23, o que representa uma queda de -29,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Em 2023, a receita da companhia totalizou R$ 1,7 bilhão, recuo de -29,8% em relação ao ano anterior.
Outros destaques financeiros
O Ebitda da empresa ficou em R$ 39 milhões, refletindo uma queda anual de -76,5%. No acumulado de 2023, o indicador ficou em R$ 257 milhões, representando uma queda de -67,7% na comparação com 2022.
O lucro líquido da Taurus Armas no 4T23 totalizou R$ 42 milhões, 64,9% menor em relação ao no mesmo trimestre do ano anterior (4T22). No ano, o lucro líquido somou R$ 153 milhões, queda de -70,6% em relação a 2022.
Representando pouco mais de 80% da receita total da companhia, o mercado norte-americano reportou uma leve alta de +4,4% na receita no 4T23.
Entretanto, o mercado doméstico continuou bastante desafiador, pela falta de regulamentação do decreto de janeiro de 2023. Assim, o mercado brasileiro foi praticamente inexistente, com uma queda de -81% da receita no trimestre.
A combinação desses fatores, somado a desvalorização do dólar frente ao real, refletiu na queda da receita.
Sem capacidade de diluir os custos fixos e com o aumento das despesas do período, observamos as quedas mais acentuadas do Ebitda e do lucro.
Como está a Taurus hoje?
Com grande dependência do mercado americano e sem visibilidade de uma demanda mais aquecida nos próximos trimestres, as ações da Taurus vem sendo pressionada nos últimos meses.
O desempenho das ações, só não foi pior pela perspectiva de pagamento de proventos. Após a sua reestruturação entre 2018 e 2021, a companhia voltou a pagar dividendos em 2022, e apresentando um dividend yield de 10,4% atualmente.
O que esperar da Taurus?
Visando compensar os momentos de demanda mais restrita nos EUA, a Taurus tem em vista abrir novas avenidas de crescimento.
Em março de 2023, a companhia iniciou as operações na fábrica na Índia, resultado de uma joint-venture. A perspectiva é aproveitar o mercado civil inexplorado, mas principalmente no mercado de defesa e segurança pública.
Atualmente, a companhia concorre em parte de uma licitação de 425 mil fuzis, a maior da categoria já realizada no mundo.
Além da Índia, a Taurus está em fase de estudos para uma joint-venture semelhante na Arábia Saudita. A expectativa é de que a conclusão dos estudos aconteça no 2º semestre deste ano.
Mesmo com as novas avenidas de crescimento, a companhia mantém sua grande dependência do mercado norte-americano para impulsionar os resultados.
Sem uma visibilidade clara de crescimento mais robusto, vemos a Taurus como uma posição interessante para uma estratégia de dividendos.