Tarifaço de Trump: impactos da tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil
A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros entra em vigor no dia 7 de agosto; saiba quais empresas foram afetadas e poupadas por Trump

O governo dos Estados Unidos alterou para o dia 7 de agosto a aplicação da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros vendidos aos EUA. Antes, estavam previstas para valer a partir de 1° de agosto.
A ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump assinou na última quarta-feira (30/7) veio mais branda do que o esperado. Diversos setores foram excluídos da lista da nova tarifação.
Entenda quais setores foram poupados e quais serão atingidos, bem como seu impacto na economia brasileira.
O que é o tarifaço e por que ele foi implementado?
O “tarifaço do Trump”, oficialmente anunciado no chamado “Dia da Libertação” (Liberation Day), foi um pacote de tarifas recíprocas imposto em 2 de abril de 2025 pelo presidente Donald Trump.
A medida incluiu uma tarifa base de 10% sobre a maioria das importações para os EUA, com taxas adicionais de até 50% para países com desequilíbrios comerciais ou que impõem tarifas elevadas aos produtos americanos.
No caso do Brasil, apesar de não termos um desequilíbrio comercial grave com os EUA, fomos incluídos na lista de países tarifados com até 50% devido à motivações políticas.
Brasil teve exceções
Quase 700 itens foram poupados da sobretaxa, incluindo produtos como suco de laranja, aeronaves, petróleo, celulose, madeira, minérios e peças de aviação estão entre os beneficiados pelas isenções, representando aproximadamente 43% das exportações brasileiras para os EUA.

Setores mais afetados com novas taxas dos EUA
Entretanto, alguns produtos importantes ficaram de fora da lista de exceções no decreto do dia 30 de julho. Entre eles as proteínas, café, frutas, aço, autopeças e máquinas e equipamentos diversos. Desse modo, setores importantes para a economia brasileira ainda continuam afetados pelas taxas americanas.
Ações mais expostas às tarifas de 50%
- Indústria: Tupy (TUPY3), Weg (WEGE3), Randon (RAPT4), Frasle (FRAS3), Metal Leve (LEVE3), Iochpe-Maxion (MYPK3), Schulz (SHUL4), Taurus (TASA4).
- Agronegócio: JBS (JBSS32), Marfrig (MRFG3), Minerva (BEEF3), BRF (BRFS3), Jalles Machado (JALL3), São Martinho (SMTO3).
- Siderurgia: CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5), Ferbasa (FESA4).
Impacto do tarifaço no agronegócio
Itens como carne bovina, café e frutas frescas foram mantidos na lista de tarifação, o que gerou forte apreensão entre produtores e exportadores.
Nesse segmento, dentre as companhias listadas na bolsa, as do setor de proteína são as mais afetadas, como Marfrig, Minerva, JBS e BRF. As ações dessas empresas vêm registrando queda desde o anúncio das tarifas.
Impacto do tarifaço na siderurgia brasileira
Os papéis das siderúrgicas também continuam pressionados, refletindo os impactos tarifários para as empresas do setor, que já convivem com um cenário doméstico desafiador.
Impacto das tarifas nas indústrias do país
Na indústria, empresas como a Taurus devem sofrer um forte impacto com a agenda tarifária, devido à elevada exposição ao mercado norte-americano. Por outro lado, para empresas como Weg, Randon e Frasle, os efeitos estimados mostram-se mais limitados.
Como se posicionar em ações brasileiras em meio ao tarifaço de Trump?
Dado as mudanças rápidas de cenário com a agenda tarifária de Trump, preferimos avaliar os impactos sobre as empresas com paciência. Seguimos com uma visão positiva para a Bolsa brasileira no longo prazo. Mantemos o foco nas perspectivas de resultados das companhias.