Suzano 3T25: lucro recua 39%, Ebitda pressiona margens

A Suzano registrou queda no lucro e no Ebitda no 3T25, mesmo com avanço operacional. Veja análise completa dos resultados e riscos da tese

Nord Research 10/11/2025 11:47 4 min
Suzano 3T25: lucro recua 39%, Ebitda pressiona margens

A Suzano (SUZB3), maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, registrou uma receita líquida de R$ 12,2 bilhões, representando uma leve queda de 1% em relação ao mesmo período de 2024. O Ebitda ajustado totalizou R$ 5,2 bilhões, uma retração de 20% na comparação anual, enquanto o lucro líquido foi de R$ 1,96 bilhão, queda de 39% frente ao 3T24. 

Destaques financeiros do 3T25. Fonte: Suzano RI

Aumento de volume da celulose não foi o suficiente

Do lado positivo, a Suzano apresentou aumento de +20% a/a no volume vendido de celulose quanto de papel. Entretanto, no mesmo período, observamos um recuo de -22% a/a do preço médio líquido da celulose. Isso combinado com a desvalorização do dólar frente ao real, refletiu em um recuo de -8% a/a da receita líquida de celulose. 

Além disso, o custo caixa de produção de celulose sem paradas foi reduzido em 7% em relação ao 3T24, reflexo de ganhos operacionais e melhor eficiência nas operações logísticas e de colheita.

Refletindo esses fatores, o Ebitda da celulose (core business da Suzano) totalizou R$ 4,5 bilhões, recuo de -22% na comparação anual.

O destaque positivo ficou para o negócio de Papel, que reportou um aumento de +21% a/a do volume vendido. Esse resultado combinado à alta de +4% do preço médio líquido do papel, refletiu em um incremento de +26% da receita líquida do negócio.

Mesmo assim, os maiores custos e despesas no período pressionaram o Ebitda do segmento, que totalizou R$ 739 milhões, queda de -11% a/a.

Ebitda e margens pressionados pela queda nos preços

Diante dessa dinâmica, a receita líquida da Suzano totalizou R$ 12,1 bilhões, ficando praticamente estável na comparação anual.

Com o aumento dos custos e despesas, a companhia reportou um Ebitda ajustado de R$ 5,2 bilhões, queda de -20% a/a. A margem Ebitda consolidada recuou 10 pontos percentuais, de 53% para 43%.

Essa deterioração dos resultados se deve, principalmente, à forte redução no preço médio da celulose no mercado internacional, que caiu -22% em dólares, mesmo com um aumento de +20% no volume vendido.

O lucro líquido foi de R$ 1,96 bilhão, queda de 39% frente ao 3T24, pressionado pelos fatores mencionados anteriormente e pela alta de +21% do resultado financeiro negativo.

Alavancagem, geração de caixa e rentabilidade

Em termos de alavancagem, a dívida líquida encerrou o trimestre em R$ 69,1 bilhões, 2% abaixo do 2T25. O indicador dívida líquida/Ebitda ajustado ficou em 3,1x em reais (vs. 3x no 2T25) e em 3,3x em dólares, acima do observado no trimestre anterior.

A maior parte da dívida (74%) continua atrelada à moeda estrangeira, refletindo a estrutura exportadora da empresa. Com o hedge cambial em vigor, a empresa mantém parcialmente protegida sua exposição à variação do dólar.

A geração de caixa operacional foi de R$ 3,4 bilhões, uma queda de 22% na comparação anual. A redução se deu principalmente pelo menor Ebitda, apesar do recuo no capex de manutenção. 

O fluxo de caixa livre, por sua vez, totalizou R$ 300 milhões, revertendo a queima de caixa de R$ 4,3 bilhões do 3T24. O fluxo de caixa ajustado, antes do pagamento de proventos e de capex ex-manutenção, totalizou R$ 2,1 bilhões (-45% a/a).

Por fim, a Suzano reportou um ROIC de 12% no 3T25, leve recuo de -1,1 p.p. na comparação trimestral e de -1,3 p.p. versus o 3T24.

Estratégia e perspectivas futuras

Para 2025, o consenso do mercado é um leve aumento de +5% para a receita, um recuo de -4% para o Ebitda e um lucro líquido de R$ 12,4 bilhões, revertendo o prejuízo reportado em 2024.

Riscos da tese e visão para investidores

Apesar da boa gestão e do potencial de ampliação da sua capacidade produtiva, a Suzano continua exposta à volatilidade dos preços internacionais da celulose. Além disso, sua alavancagem, combinada ao ambiente de juros altos e às incertezas do cenário macroeconômico global, gera desconforto.

Por isso, mantemos a recomendação neutra para SUZB3.

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