Suzano (SUZB3) firma joint venture de US$ 3,4 bilhões com Kimberly-Clark

Suzano adquire 51% da nova empresa global de tissue criada com a Kimberly-Clark, ampliando presença em mais de 70 países

Fabiano Vaz 05/06/2025 12:13 3 min
Suzano (SUZB3) firma joint venture de US$ 3,4 bilhões com Kimberly-Clark

A Suzano (SUZB3), maior produtora mundial de celulose, anunciou uma joint venture avaliada em US$ 3,4 bilhões com a Kimberly-Clark, dona da marca Kleenex. A operação envolve ativos em mais de 70 países, fortalecendo a presença internacional da companhia brasileira.

A estratégia no negócio de papel não é novidade. Em outubro de 2022, a Suzano anunciou a aquisição de ativos de tissue da própria Kimberly-Clark na América Latina.

Joint venture amplia atuação global da Suzano

A nova empresa reunirá os negócios de produtos tissue (itens de papel de uso doméstico e pessoal, como Papel higiênico e guardanapos) da Kimberly-Clark em diversas regiões, incluindo América do Sul, América Central, Europa, África, Oriente Médio, Ásia e Oceania. A Suzano deterá 51% da participação, enquanto a Kimberly-Clark manterá 49%.

A estrutura inclui 22 fábricas em 14 países, com capacidade de produção anual de 1 milhão de toneladas e atuação comercial em mais de 70 países. Marcas regionais serão transferidas à nova empresa, e marcas globais, como Kleenex e Scott, serão licenciadas por longo prazo e sem royalties.

A nova empresa nasce com uma receita líquida de aproximadamente US$ 3,3 bilhões e um Ebitda de cerca de US$ 500 milhões, com base nos resultados de 2024.

Opção de compra dos 49% restantes

A Suzano terá a opção de adquirir os 49% restantes da participação da Kimberly-Clark a partir do terceiro ano após o fechamento da operação, previsto para meados de 2026. A transação estará sujeita a aprovações regulatórias e à reorganização societária da Kimberly-Clark.

O que esperar das ações da Suzano após a transação global com Kimberley-Clark?

Essa joint venture representa um passo estratégico para a Suzano. Além do incremento nos resultados, a transação contribui para uma redução da volatilidade nos resultados da companhia, devido à dependência aos ciclos da celulose.

Com a joint venture, a Suzano aumenta a diversificação da sua receita. Considerando os resultados de 2024, a representatividade da celulose na receita total passaria de cerca de 80% para 60%. Já a representatividade no Ebitda, passaria de ~90% para ~80%.

O valor da operação a ser pago pela Suzano será de US$ 1,7 bilhão e terá um impacto limitado na alavancagem da empresa brasileira, já que irá consolidar os resultados da nova companhia nos seus resultados. 

Além da recente joint venture com a Kimberly-Clark, a Suzano projeta diversas iniciativas estratégicas para 2025. O Projeto Cerrado, em fase de ramp-up, deve adicionar cerca de 2 milhões de toneladas anualmente de capacidade a partir do segundo semestre de 2025 (+15%). Dessa forma, a expectativa para 2025 é um crescimento de cerca de +11% para a receita e de +13% do Ebitda.

A transação é positiva para a Suzano dado a redução da exposição à commodity e o potencial de crescimento do negócio de papel no longo prazo.

Contudo, ainda ficamos desconfortáveis com a sua alavancagem em meio a um cenário de juros elevados e incertezas para a economia global.

Dessa forma, ainda que os papéis estejam sendo negociados a 6 vezes o Ebitda — patamar inferior à sua média histórica —, optamos, neste momento, por manter uma posição neutra em relação a SUZB3.

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