Southrock: conheça o grupo por trás da Starbucks

Você já ouviu falar do grupo Southrock? Entenda como o processo de recuperação judicial pode impactar seus investimentos financeiros.

Nord Research 14/12/2023 12:00 5 min Atualizado em: 04/01/2024 11:41
Southrock: conheça o grupo por trás da Starbucks

Sumário

O Grupo SouthRock, controlador de marcas famosas como Starbucks, Subway e TGI Fridays no Brasil, entrou com um pedido de recuperação judicial diante das dívidas e uma crise financeira. Com os problemas enfrentados nos últimos meses, observou-se um importante impacto sobre os fundos de investimentos com ativos do grupo. 

Entenda abaixo o que esse cenário significa para seus investimentos e veja mais detalhes sobre o Southrock. 

O que é o Southrock?

O SouthRock é um grupo empresarial que atua no desenvolvimento de marcas de alimentos e bebidas no Brasil. Fundada em 2015, a busca expandir marcas globais e locais alinhadas à sua missão e valores. O grupo é dono de marcas importantes como Starbucks, Subway e Brazil Airport Restaurants. 

Recentemente, o grupo enfrentou desafios financeiros e entrou com um pedido de recuperação judicial devido a uma dívida de cerca de R$ 2,5 bilhão, buscando reestruturar seus negócios diante de um cenário econômico desafiador no Brasil.

Quem é o dono da SouthRock?

O dono da SouthRock é Kenneth Pope, empreendedor americano. Desde 2008 no Brasil, Pope fundou a SouthRock em 2015. 

Quais marcas fazem parte do Grupo SouthRock?

Atualmente, as principais marcas que fazem parte do Grupo South Rock são:

  • Brazil Airport Restaurants;
  • TGI Fridays no Brasil;
  • SouthRock Lab;
  • Subway no Brasil;
  • Eataly. 

No site da empresa, o Starbucks ainda está como uma marca licenciada. 

Pedido de recuperação judicial do Grupo SouthRock

No dia 31 de outubro de 2023, o SouthRock entrou com um pedido de recuperação judicial, com uma dívida de aproximadamente R$ 2,5 bilhões. 

Recentemente, a empresa fechou 36 lojas da Starbucks no Brasil, além de algumas unidades de outras marcas. 

Estratégias do SouthRock não deram certo

Entre 2021 e 2022, o grupo SouthRock adotou uma estratégia de aproveitar as dificuldades enfrentadas por empresas durante a pandemia para adquirir as marcas a preços mais baixos, visando uma grande consolidação.

Entretanto, alguns aspectos não seguiram como planejado e o endividamento da empresa tornou-se excessivamente alto devido ao rápido crescimento. Embora a estratégia pudesse ter sido bem-sucedida, não se concretizou como esperado.

Dívidas do grupo SouthRock

O grupo apresentou um pedido de recuperação judicial à Justiça, detalhando os credores. Inicialmente, a controladora alegou uma dívida de R$ 1,8 bilhão, mas posteriormente atualizou a lista para R$ 2,5 bilhões. 

São mais de 2,3 mil credores no Brasil, com valores relacionados principalmente à rescisão de contratos. As principais dívidas são:

  • Banco do Brasil: R$ 176,9 milhões;
  • Pine: R$ 58,6 milhões;
  • Santander: R$ 45,4 milhões;
  • Votorantim: R$ 40,3 milhões;
  • Receita Federal: R$ 32,1 milhões;
  • Banco ABC: R$ 29,1 milhões. 

O pedido de recuperação judicial foi negado em 1º de novembro, mas a decisão ainda pode ser revista.

O pedido de recuperação judicial

A decisão de recuperação judicial visa enfrentar os desafios econômicos, inflação e altas taxas de juros. Segundo a empresa, seu compromisso é reestruturar seus negócios, revisando o número de lojas, otimizando relações com fornecedores e stakeholders, e reavaliando sua estrutura de equipe.

O grupo SouthRock busca estratégias jurídicas e de gestão para reestruturar o negócio no Brasil. 

A Starbucks nos Estados Unidos rompeu o contrato de licenciamento devido ao não cumprimento de cláusulas contratuais. No entanto, pouco depois, o grupo SouthRock emitiu uma nota afirmando que as operações da marca seguem em pleno funcionamento. 

O impacto nos investidores e no mercado

O anúncio do pedido de recuperação judicial pela SouthRock teve repercussões nos mercados financeiros, levantando dúvidas entre os investidores sobre o impacto nas franquias de renome.

Assim, o pedido de recuperação judicial afetou ao menos dois fundos imobiliários (Fii):

  • Riza Akin (RZAK11);
  • Kilima Volkano Recebíveis Imobiliários (KIVO11). 

Um dia após o anúncio de recuperação judicial, os Fiis chegaram a ter queda de 5%. 

O pedido de recuperação judicial não sinaliza o colapso das marcas Starbucks, Subway e TGI Fridays, mas mostra a necessidade de reajustes estratégicos para enfrentar os desafios econômicos e manter a continuidade das operações. Sendo assim, é importante estar atento aos fundos imobiliários que têm as empresas em seus portfólios:

  • Riza Akin (RZAK11) - possui em seu portfólio três Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) emitidos pela SouthRock, denominados Starbucks III, IV e V. Esses títulos correspondem a 6,51% do patrimônio líquido do fundo;
  • Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11), possui CRIs da rede de cafeterias, mas a exposição é inferior a 1%;
  • Iridium (IRIM11) - investe no título Starbucks II, representando 4% do patrimônio líquido da carteira. 

Conclusão

Neste artigo, conhecemos o Grupo SouthRock, que detém marcas renomadas como Starbucks, Subway e TGI Fridays. O grupo enfrenta desafios financeiros, dívidas de mais de R$ 2,5 bilhões, e entrou com um pedido de recuperação judicial em outubro de 2023. 

O pedido de recuperação impactou não apenas a empresa, mas também fundos imobiliários como Riza Akin (RZAK11) e Kilima Volkano Recebíveis Imobiliários (KIVO11), que apresentaram quedas no mercado. Sendo assim, se você investe nesses fundos, é importante se atentar ao futuro da empresa. 

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