Selic a 9,25 por cento, estreia do Nubank e as maiores quedas e altas da B3

Bolsas mundiais operam em queda, enquanto no local os investidores devem repercutir a alta da Selic

Nord Research 09/12/2021 12:23 9 min Atualizado em: 09/12/2021 13:46
Selic a 9,25 por cento, estreia do Nubank e as maiores quedas e altas da B3

Nord Insider


Olá,

Nesta quinta-feira, 9, os mercados globais operam em queda, com os investidores à espera dos dados semanais de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos e da divulgação de novas informações sobre a eficácia da vacina contra a nova variante ômicron.

No mercado local, com a agenda de indicadores fraca, segue no radar do mercado a estreia do Nubank na Nyse e na B3.

Copom sobe Selic aos 9,25 por cento ao ano e prevê nova alta de 1,5 ponto

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subiu na quarta-feira, 8, a taxa básica de juros, a Selic, em 1,5 ponto, de +7,75 por cento para +9,25 por cento ao ano. Sem surpresas até então, visto que foi repetida a tática da última reunião.

Com isso, a taxa terminará 2021 no mesmo patamar de julho de 2017.

Entre os principais destaques do comunicado de ontem, a analista de renda fixa e sócia-fundadora da Nord Research, Marilia Fontes, cita que o Banco Central reconhece que o cenário externo está mais “desafiador”, como dito antes, e disse que alguns bancos centrais, em especial o Federal Reserve (Banco Central dos EUA), têm expressado claramente a necessidade de cautela à frente, por conta da maior persistência da inflação no mundo.

Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores divulgados desde a última reunião mostram novamente, segundo o Banco Central, uma evolução moderadamente abaixo da esperada.

A inflação ao consumidor continua elevada — e está mesmo. A alta dos preços foi acima da esperada, tanto nos componentes mais voláteis como também nos itens associados à inflação subjacente. Em outras palavras, a inflação está elevada e disseminada.

Eis o cenário para 2022 e 2023

As projeções de inflação do Copom indicam que o país deve fechar o ano com alta acumulada em torno de 10,2 por cento, 4,7 por cento para 2022 e 3,2 por cento para 2023.

Como a meta do IPCA de 3,50 por cento em 2022 aparentemente foi para o vinagre, o foco do BC é ancorar a meta de 2023, que é de 3,25 por cento.

Para isso, o BC ressalta que prevê uma nova alta de 1,5 ponto na próxima reunião, mas que os próximos passos podem ser ajustados, a depender do cenário de atividade econômica, do risco fiscal e das expectativas do mercado para a inflação dos próximos anos.

O Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. O Comitê irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, diz trecho do comunicado.

Por fim, a Marilia destaca que o Banco Central buscou dar um choque de credibilidade ao seu compromisso de cumprir as metas de inflação dos prazos mais longos (2023 e 2024), sinalizando que levará a Selic até o patamar que for necessário para não reduzir a inflação, como também fazer com que o mercado pare de continuar elevando as expectativas de inflação dos próximos anos para cima, como temos visto no Boletim Focus das últimas semanas.

Com isso, a expectativa do BC é que a taxa básica de juros, a Selic, suba até 11,75 por cento ao longo de 2022 e termine o ano em 11,25 por cento.

Vendas no varejo: revisões compensam queda em outubro

As vendas no varejo caíram -0,1 por cento em outubro, na comparação com setembro, segundo dados divulgados ontem, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa era de alta de +0,8 por cento na base mensal.

Com esse resultado, o setor acumula a terceira retração mensal consecutiva. Porém, tivemos uma boa notícia. O IBGE revisou os dados dos meses anteriores para cima, o que compensou a queda registrada em outubro.

Em setembro, a queda foi de -1,1 por cento, ante leitura inicial de -1,3 por cento. Já o índice de agosto foi atualizado para -4,1 por cento em relação à divulgação inicial de -4,3 por cento.

O analista de renda fixa Christopher Galvão esclarece que é muito comum ocorrerem revisões em dados de atividade. A seguir, veja como ficou o gráfico com os dados atualizados.

Gráfico sobre vendas no varejo (mensal).

Nubank define preço de 9 dólares por ação em IPO na Bolsa de Nova York

O Nubank definiu ontem, 8, o preço de 9 dólares por ação em sua Oferta Pública Inicial (IPO) na Bolsa de Valores de Nova York, que será realizada nesta quinta-feira, 9. O valor alcançou o ponto máximo da faixa indicativa, que começava em 8 dólares, e o código de negociação na Nyse será “NU”.

Na oferta brasileira, cada BDR tem 1/6 do valor da ação americana. Sendo assim, os BDRs foram precificados em 8,36 reais cada. As negociações na B3 terão início amanhã, 10, sob o código “NUBR33”.

O banco que vale mais do que o Itaú

Avaliado em mais de 41,5 bilhões de dólares – ou 233 bilhões de reais, considerando a taxa de câmbio a 5,60 reais –, a fintech com menos de uma década de história se tornou o banco mais valioso da América Latina.

Para você ter ideia, o valor de mercado do Itaú Unibanco (ITUB4), atualmente o maior banco da América Latina, é de cerca de 213 bilhões de reais na B3. Ainda no mercado local, o Bradesco (BBDC4) é avaliado em 189 bilhões de reais e o Santander em 125 bilhões de reais. Em quarto e quinto lugar, vem o Banco do Brasil (93 bilhões) e o Inter (BIDI11), banco digital avaliado em 32 bilhões de reais.

Desvalorização de fintechs

O banco do cartão roxo vai estrear na Nyse em meio à queda nas ações de empresas semelhantes — de tecnologia e, em especial, as techs brasileiras.

A Stone, empresa de maquininhas de cartão que está na Bolsa de Nova York, acumula queda de -78 por cento neste ano. A PagSeguro, também listada nos EUA, caiu mais de -50 por cento desde fevereiro deste ano.


Por não encontrar demanda suficiente para seu IPO, o Nubank teve que reduzir sua faixa de preço em 20 por cento — originalmente entre 10 e 11 dólares, foi cortada para 8 e 9 dólares. A redução de preço corresponde a um corte de quase 10 bilhões de dólares (56,4 bilhões de reais)

Preço alto para uma empresa que praticamente não dá lucro...

Na visão da analista de ações Danielle Lopes, o “preço” do IPO do Nubank vem bastante "salgado" pela falta de crescimento de lucro.

Da filosofia de valor que nossa analista utiliza para selecionar as ações da carteira do Nord Ações, comandada por ela na Nord, entre os bancos "novos", a preferência está para o BTG Pactual (BPAC11) e a XP Investimentos (XPBR31).

Acesse a análise completa da Danielle sobre o “roxinho” e fique por dentro de todos os detalhes do maior IPO do ano.

Relevante agora

As 3 maiores baixas e as 3 maiores altas do Ibovespa desde o início da pandemia


Você consegue dizer quais são as ações que mais caíram e as que mais subiram desde que a Covid-19 chegou ao Ocidente?

A Economatica apresentou as 3 ações que mais se desvalorizaram e as 3 ações que mais ganharam, entre 21 de janeiro de 2020 e 6 de dezembro de 2021.

Abaixo, o resumo de acordo com o analista de ações da Nord Fabiano Vaz.

Maiores baixas


1. IRB Brasil Resseguros

As ações da empresa IRB Brasil Resseguros (IRBR3) registraram a maior desvalorização entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021. Os ativos da empresa de resseguros acumulam uma queda de -89 por cento, segundo a Economatica.

A derrocada do IRB

A empresa se apresentava como “a resseguradora mais rentável do mundo” e era tida como queridinha pelo mercado, chegando a valorizar mais de +240 por cento entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019.

Até que um dia apareceu a Squadra na vida do IRB Brasil e, contra todos os comprados em IRBR3, em fevereiro de 2020, a gestora carioca anunciou uma posição short nas ações — basicamente, o que a Squadra fez foi apostar contra o mercado, ou seja, apostar na queda do ativo.

Para provar sua tese (short em IRB), a empresa criou um relatório de mais de 150 páginas desmascarando anos de fraudes contábeis na resseguradora.

A reação do mercado foi rápida e intensa, e as ações da empresa despencaram.

Na tentativa de reestruturação, o nosso analista disse que a companhia tem apresentado dificuldade em destravar valor e não recomenda a compra de IRBR3.

2. Cogna Educação

No início de novembro, o Fabiano cortou a recomendação para Cogna Educação (COGN3) por considerar que, no momento, não há mais tanto espaço para a alta dos papéis.

O ativo estava na carteira do Nord Deep Value, série que o Fabiano é responsável, e atualmente recua -77 por cento.

Apesar de gostar da reestruturação que a gestão vem fazendo, o nosso analista avalia que o cenário e a perspectiva macroeconômica não são favoráveis para Cogna, pois a empresa tem grande exposição à atividade econômica (PIB) e a crise ainda pode impactar de forma relevante os avanços do seu turnaround.

3. Pão de Açúcar

Os papéis do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) acumularam a terceira maior baixa, de -68 por cento, de acordo com dados da Economatica.

O Fabiano cita que os motivos por trás dos desempenho podem estar relacionados às margens baixas no segmento, mercado competitivo, inflação e a escalada de juros. Na opinião dele, não vale o risco de investir em PCAR3.


Maiores altas

1. Assaí Atacadista

Parece que o mercado não consegue achar defeitos no Assaí (ASAI3) após o processo de separação, ou “spin off”, com o Pão de Açúcar (PCAR3). Enquanto o GPA amarga fortes perdas, os papéis do Assaí se valorizaram +371 por cento.

Contudo, assim como o cenário macro é desfavorável para o Pão de Açúcar, é também para o Assaí, que sofre com os mesmos efeitos citados anteriormente.

Apesar da forte alta, o analista não recomenda a entrada em ASAI3.

2. Locaweb

No segundo lugar no ranking da Economatica, estão as ações da Locaweb (LWSA3), que subiram +200 por cento no período analisado.

O nosso analista diz que a empresa possui dinheiro em caixa e está focada em fortalecer o ecossistema de serviços digitais oferecidos pela companhia, além de ter apresentado bons resultados no balanço operacional do terceiro trimestre deste ano.

3. PetroRio

Em terceiro lugar, estão os papéis da PetroRio (PRIO3), que registram uma alta de +141 por cento entre janeiro de 2020 e dezembro de 2021.

A empresa se destaca na gestão de reservas e no ganho de eficiência de campos de produção maduros localizados no mar (“offshore”).

Entre as petroleiras brasileiras, a Petrorio é a que mais vem crescendo, inclusive estão negociando a compra dos campos Albacora e Albacora do Leste na Bacia de Campos, com o potencial para aumentar a produção da companhia em torno de +155 por cento.

Com isso, o Fabiano acredita que a PetroRio deve apresentar resultados cada vez melhores e recomenda compra para as ações da companhia.

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