Selic a 14,75% ou 15%? Entenda o que está em jogo na reunião do Copom
Diferentemente das reuniões anteriores, não há consenso no mercado; copom decide Selic nesta quarta-feira, 18

A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta-feira, 18, promete ser uma daquelas de deixar o mercado em suspense. A dúvida da vez é: a taxa Selic permanecerá em 14,75% ou haverá um novo aumento para 15%?
Até pouco tempo, a resposta parecia quase certa: uma manutenção em 14,75% a.a. No entanto, nos últimos dias, a aposta em um novo aperto nos juros passou a ganhar força.
Mas, afinal, o que mudou? Por que o mercado se dividiu? E o que isso significa para os seus investimentos? Vamos conversar sobre tudo isso ao longo deste artigo.
Mercado dividido sobre a Selic
De um lado, estão os que acreditam na manutenção da Selic em 14,75%. De outro, os que já consideram provável uma nova alta de 0,25 ponto percentual, para 15%.
Projeções mais tradicionais — como o relatório Focus, divulgado semanalmente pelo próprio Banco Central, e a mediana das expectativas da Bloomberg — ainda apostam na estabilidade.
Já os contratos de opções de Copom — instrumentos usados para negociar cenários possíveis da reunião — mostram outra história: nas últimas semanas, a chance de alta cresceu. Essa aposta até perdeu força com o IPCA de maio abaixo do esperado, mas, logo depois, voltou a ganhar tração.
O gráfico a seguir ilustra como essas negociações vêm oscilando, com a probabilidade servindo como preço de referência e refletindo a mudança nas expectativas do mercado entre maio e junho.
Nesta terça-feira, dia 17, as estimativas indicavam uma probabilidade de aproximadamente 61% para um aumento de 0,25 ponto percentual, enquanto cerca de 38% apostavam na manutenção da taxa atual.

Inflação persiste e dificulta meta
A inflação continua sendo o maior obstáculo. É verdade que os dados recentes vieram melhores: o IPCA de maio surpreendeu para baixo e as chamadas métricas de núcleo — que desconsideram itens muito voláteis, como alimentos e combustíveis — também mostraram sinais de alívio.
Mas a inflação acumulada em 12 meses ainda está em 5,32%, acima do teto da meta para 2024, que é de 4,5%. O que mais incomoda? Os preços de serviços seguem elevados — e são justamente os mais difíceis de desacelerar.
Por outro lado, o câmbio mais comportado nas últimas semanas ajudou. Com isso, as expectativas de inflação futura começaram a melhorar, o que é fundamental para o Banco Central. Afinal, manter as expectativas controladas é meio caminho andado no controle da inflação.


Atividade econômica segue resiliente
Um dos argumentos de quem espera uma nova alta da Selic é que a economia brasileira continua aquecida e que os dados divulgados após o último Copom seguiram nessa direção. Apesar de juros altos, a atividade não esfriou como era esperado.
Na prática, o que se vê é uma economia que perde o dinamismo em algumas divulgações, mas ainda surpreende em outras. Esse desempenho acima do previsto levanta dúvidas sobre se a política monetária atual está sendo suficiente para conter a inflação.
Ou seja, se a economia ainda está girando com força, o Banco Central pode entender que há espaço para mais um aperto nos juros.
Tensão no Oriente Médio no radar do Copom
Para quem apostava na manutenção da taxa, um argumento importante estava no cenário internacional. Na ata da última reunião, o Copom passou a enxergar os riscos para a inflação mais equilibrados — o que chamamos de “balanço de riscos simétrico”.
Inclusive, um novo fator foi incluído entre os riscos de queda: uma possível redução nos preços globais das commodities, que poderia ajudar no controle da inflação.
O problema é que esse alívio pode ser passageiro. Embora haja sinais de melhora nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos, as tensões entre Irã e Israel voltaram a subir, elevando incertezas e pressionando, principalmente, o preço do petróleo — que, como sabemos, pode impactar a inflação.
Dessa forma, mesmo um cenário anteriormente promissor passou a ser marcado por maior incerteza.
Fim do ciclo de alta ou novo aperto? Saiba o que fazer com seus investimentos
A grande dúvida do mercado está entre dois cenários: o fim do ciclo de alta com a Selic mantida no nível atual ou a continuidade do aperto monetário com um ajuste para 15%.
Em minha visão, a ata anterior indicava uma tendência de manutenção, com sinais de maior flexibilidade, balanço de riscos simétrico e reconhecimento de que os juros já elevados precisam de tempo para fazer efeito sobre a economia.
Desde então, novos dados vieram à tona — e a questão que se impõe agora é se o Banco Central atribuirá maior relevância ao recente alívio inflacionário (ainda acima da meta) ou ao agravamento das incertezas no cenário internacional e à resiliência da atividade econômica.
Os contratos de opções de Copom indicam que a probabilidade de uma nova alta gira em torno de 60%.
E para os seus investimentos, o que muda?
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