Santander (SANB11) registra lucro de R$ 3,7 bi no 2T25, em linha com o esperado
O Santander começa a temporada de balanços dos grandes bancos, reportando um lucro líquido gerencial de R$ 3,7 bi, em linha com as expectativas do mercado

O Santander (SANB11) abriu a temporada de balanços trimestrais dos grandes bancos nesta quarta-feira, 30.
A operação do banco espanhol no Brasil teve um lucro líquido gerencial de R$ 3,7 bilhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), em linha com o esperado. Para efeitos de comparação, no segundo trimestre de 2024 (2T24), o banco reportou um lucro líquido de R$ 3,3 bilhões.
O resultado foi, em nossa leitura, uma continuidade da retomada de rentabilidade engatilhada pelo banco há cerca de um ano. No entanto, temos recomendação neutra para o Santander e preferimos outro banco.

A carteira de crédito ampliada do Santander atingiu R$ 675,5 bilhões, registrando um crescimento de +1,5%. O spread — diferença entre a taxa de juros cobrada em empréstimos e a taxa paga para captação de recursos — foi de 10,8%, com alta de +1 ponto percentual.

Como resultado, a margem financeira bruta totalizou R$ 15,4 bilhões, um aumento de +4,4%.
Com as comissões atingindo R$ 5,2 bilhões (+0,4%), a receita total (margem financeira bruta + comissões) chegou a R$ 20,6 bilhões, representando um crescimento de +3,3%.
Já as provisões para devedores duvidosos (PDD) apresentaram um aumento expressivo, de +16,4%, impactadas tanto pelo cenário macroeconômico ainda desafiador como pela implementação da Resolução CMN nº 4.966/21. Já as despesas gerais tiveram um crescimento mais modesto, de +1,5%.
Além disso, a queda de -19% na linha de imposto de renda e contribuição social contribuiu para a elevação de +9,8% no lucro líquido gerencial do Santander, que somou R$ 3,7 bilhões, em linha com as expectativas do mercado.

O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,1%, ligeiramente abaixo dos 3,2% registrados no mesmo período do ano anterior. Já o índice de inadimplência entre 15 e 90 dias foi de 4,0% (+0,5 p.p.).
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) do banco foi de 16,4%, uma queda de -1,1 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, mas ainda superior aos 15,5% registrados no 2T24.

Perspectivas e desafios
Os resultados refletem o foco na execução da estratégia do Santander, voltada para uma operação cada vez mais diversificada e com rentabilidade acima do que vínhamos observando nos últimos anos.

Contudo, o banco continua apresentando baixo crescimento em sua carteira de crédito, além de ter registrado uma queda em seu principal indicador de rentabilidade em relação ao último trimestre. Isso pode indicar que ainda há desafios a serem superados para que o seu ROAE retorne a patamares superiores a 20%.
Santander avança, mas preferimos Itaú
Sendo o banco mais resiliente entre seus pares, nossa preferência no setor é o Itaú (ITUB3), que apresenta um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) superior a 22%, além de um dividend yield de 8,8% — significativamente superior aos 6,6% oferecidos pelo Santander.
Recomendamos as ações ordinárias do Itaú por serem mais baratas, sem apresentar problemas de liquidez, já que movimentam mais de R$ 10 milhões por dia — bem acima do nosso filtro mínimo de R$ 1 milhão.