O que é Renda Fixa Digital? Entenda tudo sobre

A renda fixa digital garante investimentos seguros com grande previsibilidade de retorno e transparência nas aplicações.

Nord Research 12/06/2023 12:02 9 min Atualizado em: 16/08/2023 13:47
O que é Renda Fixa Digital? Entenda tudo sobre

A renda fixa digital é um tipo de investimento que combina a previsibilidade das aplicações de renda fixa tradicionais com a transparência da tecnologia blockchain. Representa ativos na forma de tokens digitais, com rendimentos mais expressivos.

A renda fixa é, tradicionalmente, uma das formas mais seguras de investimentos, pois garante maior previsibilidade de retorno. Com a modernidade, possível graças à tecnologia, esse tipo de aplicação evoluiu e abriu uma nova modalidade, a renda fixa digital.

Os investidores conservadores e até moderados, têm agora mais uma alternativa de diversificação da carteira de ativos. Uma forma de melhorar a perspectiva de rendimentos futuros sem colocar o patrimônio em risco.

Ficou interessado em saber mais sobre a renda fixa digital? Continue lendo e veja como funciona esse tipo de aplicação, assim como quais são seus produtos, vantagens e riscos!

Sumário

O que é renda fixa?

De modo geral, a renda fixa são os investimentos que contam com regras de rentabilidade garantidas anteriormente. Neles, o investidor sabe quanto receberá ao fim de determinado período e corre menos riscos de sofrer perdas devido às dinâmicas do mercado financeiro.

O que é a renda fixa digital?

A renda fixa digital conserva características semelhantes às do investimento tradicional, cujos rendimentos o investidor conhece antes mesmo de dirigir a aplicação. A principal mudança é que o seu ativo é representado digitalmente, por meio de um token.

Em relação à aplicação convencional da renda fixa, o modo de negociação — em alguma medida — se diferencia do formato digital, tanto nos tipos de produtos quanto na flexibilidade do investimento.

Essa modalidade de investimento utiliza títulos, cotas de consórcios, royalties, recebíveis de empresas, precatórios, entre outros ativos que, quando registrados na blockchain , se tornam tokens, representantes de um ativo real.

A blockchain funciona como uma espécie de “cartório digital”. Na operação da renda fixa digital, ela é responsável por registrar a dívida da empresa com o credor. Esse registro gera um token.

Recentemente, algumas companhias tem usado esses contratos para ceder um fluxo de pagamentos para investidores de uma forma menos burocrática que no mercado financeiro tradicional.

No vídeo abaixo, Marilia Fontes, co-fundadora da Nord Investimentos, explica quais os procedimentos necessários para investir nessa nova modalidade de aplicação.

O que são tokens?

Também chamado de criptoativo, o token representa o ativo real dentro da blockchain, o banco de dados público das moedas digitais. Apesar de não ser tangível, ele tem valor comercial e identificação exclusiva, o que impede qualquer tentativa de fraude.

A segurança é uma das principais características do fenômeno de tokenização, seguido da transparência de negociação. O investidor que detém propriedade sobre um ou mais tokens, terá o direito fracionado sobre um ativo.

Como esse é o instrumento de aplicação na renda fixa digital, é importante conhecer algumas particularidades:

  • livre de confiança — o token funciona de acordo com as regras estabelecidas no protocolo da blockchain a qual pertence, sendo vedada a interferência e o controle de qualquer autoridade central;
  • livre de permissão — nenhum investidor precisa de permissão ou autorização especial para participar do sistema de tokenização;
  • programáveis — os tokens têm execução automática, por meio de protocolos de software operados de modo inteligente;
  • transparência — tanto as regras quanto as transações são claras e estão acessíveis na internet para qualquer pessoa que deseje saber como funciona.

Como funciona a renda fixa digital?

Como este tipo de investimento utiliza a tecnologia blockchain para permitir a emissão e negociação de títulos, os investidores podem ter acesso a títulos de renda fixa por meio de tokens, sem a necessidade de intermediários, como bancos ou corretoras.

Isso reduz os custos e contribui para uma maior rentabilidade da operação. Uma vantagem é que é possível ter previsão dessa rentabilidade, pois ela costuma ser prefixada. É como ter um mapa que o direciona exatamente para onde você quer chegar.

Dessa forma, você já sabe de antemão o quanto o dinheiro vai render. Os prazos da aplicação também tendem a ser curtos, de até 3 meses, segundo especialistas.

Por sua vez, existem empresas corretoras, como Mercado Bitcoin, que fazem a securitização dos fluxos e realizam o registro na blockchain. Nesse sentido, quem detém o token é o beneficiário. Inclusive, existe a possibilidade de vendê-lo para outros investidores.

No caso de tokens de consórcio, os recebíveis funcionam com descontos em relação à dívida dos detentores que optaram por receber à vista. Ou seja, os gestores realizam a antecipação do dinheiro, mas com um desconto, e o restante será quitado no futuro.

Uma pessoa que está endividada ou passando por dificuldades financeiras costuma aceitar o desconto. Nesse sentido, o investidor recebe o valor acordado, acrescido da correção monetária. Os rendimentos deste tipo de token podem acontecer com o desconto sobre o montante integral da carta de consórcio ou sobre a correção do crédito.

No rendimento com desconto, há uma diferença entre o valor que o consorciado estipulou na carta e o que será, de fato, quitado. Se uma carta tem o valor de R$ 1 mil, a ser pago em até 180 dias, o consorciado pode desejar uma antecipação. Então, ele a vende com um desconto.

Suponha que ele deseja receber R$ 600. O valor restante servirá como rendimento para os investidores.

Quanto à correção da carta de crédito, ao considerarmos que existe um período para o pagamento do consórcio, há necessidade de corrigir valores por meio de um indexador, para manter o poder de compra. Essa correção é outra forma de remunerar os investidores.

É interessante notar que existem outros tipos de tokens além dos de consórcio, como os de energia e precatórios. Em geral, quem opta por estes tipos de investimento tem um perfil arrojado.

Quais os produtos da renda fixa digital?

Na renda fixa digital, os investidores ganham novas opções de aplicação como cotas de consórcios, precatórios e outros ativos. Não são negociados os produtos convencionais da modalidade como Certificados de Depósito Bancários (CDBs), Tesouro Direto ou Letras de Crédito.

Conheça mais sobre as possibilidades de investimento que essa modalidade oferece.

Cotas de consórcios

O consórcio nada mais é do que um grupo de pessoas unidas em torno de um objetivo de compra em comum. Na renda fixa digital, uma empresa adquire as cotas de consórcios contempladas e cria uma cesta com ativos que em seguida são tokenizados.

Nesse produto financeiro, o pagamento das parcelas é mensal e os recursos levantados são usados para a compra de um bem ou serviço. Os tokens se originam de parcelas já contempladas, que devem ser quitadas dentro de um prazo de até 180 dias.

Fluxos de pagamento ou recebíveis

O prazo pequeno para liquidação é um dos motivos que tornam esse ativo cobiçado por milhares de investidores. Os tokens de recebíveis podem ser lastreados em um ou mais fluxos de pagamento, podendo pagar entre 30 e 45 dias.

Nesse caso, é possível que o investidor receba até 18% de lucro no período de um ano, conforme o investimento realizado.

Precatórios

Os títulos de dívida do governo ou precatórios são resultantes de ações judiciais em que há vitória contra o Poder Público (Prefeitura, Governo Estadual ou Federal). O vencedor não recebe na hora e os títulos geram uma ordem de pagamento após esgotadas as tentativas de recursos.

Com o valor ajustado por um indicador de inflação, o prazo de recebimento está vinculado ao pagamento realizado pelo governo. Vale ressaltar que, nesse caso, trata-se de um processo burocrático, que demanda um valor mais elevado de investimento e acompanhamento jurídico.

Contratos de energia

Lastreados em um contrato de comercialização de energia elétrica, os tokens de energia têm volume e preço pré-definidos cobrados de uma empresa. Nessa modalidade, o ativo representa a antecipação de parte dos recebíveis da comercializadora.

Essa é considerada uma forma segura e prática no mercado, que visa antecipar os recebíveis para investir em projetos de expansão. É o modo que a comercializadora encontra de ter acesso mais rápido aos recursos financeiros.

Quanto rende um token de renda fixa digital?

Existem alguns tipos de token que rendem o dobro da taxa Selic. Pode parecer bom demais para ser verdade, mas existem, sim, opções bem atrativas. Em setembro de 2022, a investidora Marília Fontes, co-fundadora da Nord Investimentos, fez alocações no ativo ENER03, cuja oferta estava no Mercado Bitcoin.

Para que você entenda melhor, os atributos dos ativos eram os seguintes:

  • Corretora: Mercado Bitcoin (MB);
  • Risco: Bolt (empresa do setor de energia);
  • Retorno potencial: 18% a.a (isento até R$ 35 mil por mês);
  • Emissão: 29 de setembro de 2022;
  • Vencimento: 29 de dezembro de 2022 (3 meses).

A partir desses dados, considere um investimento no valor de R$ 10 mil. Os rendimentos aconteceram conforme o estimado, ou seja, com rentabilidade de 18% ao ano.

Para o período de 3 meses, essa rentabilidade líquida corresponde a +5,4%, sem incidência de Imposto de Renda (IR). Por sua vez, a rentabilidade do Tesouro Selic seria de +2,5%, com incidência de IR, ou seja, uma aplicação trouxe retornos superiores ao dobro da outra.

São ganhos interessantes que se destacam na comparação com os outros produtos da modalidade. Para um investimento de R$ 10 mil, por exemplo, o valor final, sem IR, do ativo de renda fixa digital corresponde a R$ 10.537.

É fundamental destacar que a rentabilidade da ENER03 foi no prazo de apenas 3 meses. É muito difícil encontrar esses rendimentos mesmo no mercado de crédito privado, levando em conta ainda a isenção do IR.

Quais são as vantagens e riscos da renda fixa digital?

O investimento de renda fixa, por si só, já se configura como uma das estratégias mais seguras no mundo dos investimentos. A renda fixa digital oferece ainda mais vantagens, comparado ao modelo tradicional, no que diz respeito à maior rentabilidade e facilidades de aplicação.

Confira alguns dos benefícios de incluir esse tipo de aplicação no seu portfólio:

  • rentabilidade de 15% a 18% ao ano (na renda fixa tradicional gira em torno de 2% a 14% ao ano);
  • isenção de taxas de imposto para transações até R$ 35 mil;
  • menos burocracia e intermediários na hora de fazer investimentos;
  • a tecnologia blockchain oferece um nível elevado de segurança 24 horas por dia;
  • prazo de vencimento ou liquidação de 2 a 50 meses;
  • investimento mais acessível, a partir de R$ 100.

A renda fixa digital já é considerada uma das melhores alternativas de 2023, apresentando um risco mínimo para o investidor. A tokenização é uma tendência que cada vez mais ganha consistência no mercado financeiro dos investimentos, facilitando o acesso a ativos rentáveis.

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Resumindo

O que é renda fixa digital?

A renda fixa digital é uma modalidade de investimento cujos ganhos são definidos no momento da aplicação. Sua principal diferenciação em relação à renda fixa tradicional é que seus ativos são representados digitalmente, por meio de tokens. Ela fornece opções de ativos diferentes dos investimentos mais tradicionais de baixo risco.

Quais as vantagens da renda fixa digital?

As principais vantagens da renda fixa digital são: rentabilidade alta, que pode chegar a 18% ao ano, investimento acessível, menos obrigação para realizar a aplicação e isento de imposto em investimentos de até R$ 35 mil.

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