Reino Unido: desemprego alcança maior nível em mais de três anos
Queda na contratação e redução de vagas impulsiona alta do desemprego e impactam o mercado

O desemprego no Reino Unido subiu pelo segundo mês consecutivo, atingindo 4,6% em abril, o maior nível desde setembro de 2021. Além de superar a leitura de março, o dado reforça sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho.

Em abril, os empregadores enfrentaram pela primeira vez o impacto do aumento de 25 bilhões de libras (US$ 34 bilhões) nas contribuições à previdência social, que entrou em vigor no início do mês, juntamente com um reajuste de 6,7% no salário mínimo. Ambas as mudanças podem pressionar financeiramente as empresas e impactar a capacidade das empresas contratarem.
Inclusive, o número de vagas no Reino Unido reduziu em 63 mil e marcou o 35º declínio trimestral consecutivo, com quedas trimestrais observadas em 14 dos 18 setores da indústria. As vagas ficaram 59.000 abaixo do nível de janeiro a março de 2020, sugerindo que algumas empresas podem não estar recrutando novos trabalhadores ou substituindo os que saíram.
Dados mostraram também uma queda de 109 mil funcionários na folha de pagamento das empresas, o maior número desde maio de 2020 (auge da pandemia da COVID-19).

Ademais, o salário semanal médio cresceu apenas 5,2% no trimestre até abril — perdendo força ante o crescimento de 5,5% do trimestre encerrado em março e abaixo das estimativas de 5,3%.
Com a deterioração do mercado de trabalho, os investidores passaram a apostar que o Banco da Inglaterra (BoE) realizará mais dois cortes nos juros ainda este ano. Essa expectativa influenciou o câmbio e o mercado de ações: a libra esterlina perdeu valor frente ao dólar, enquanto as ações de Londres registraram alta.

