RD Saúde (RADL3) decepciona no 1T25 e ações despencam. Vale a pena comprar na queda?
Lucro líquido da RD Saúde cai 17% no 1T25, pressionando ações na B3

A RD Saúde (RADL3), controladora das redes Droga Raia e Drogasil, apresentou resultados abaixo do esperado no primeiro trimestre de 2025, com uma receita líquida de R$ 10,05 bilhões, um crescimento de 10,5% sobre o 1T24. O Ebitda ajustado foi de R$ 644 milhões, uma queda de 5,3% em relação ao ano anterior. Já o lucro líquido ajustado caiu 17,2%, totalizando R$ 177 milhões.

Entre os pontos positivos, destacam-se o forte avanço dos canais digitais, que cresceram 40% e já representam 21,8% das vendas no varejo, e a continuidade da expansão da rede, com 75 novas farmácias no trimestre. A participação de mercado nacional aumentou para 16,6% (+0,4 p.p.), com ganhos em todas as regiões do país.

Destaques da RD Saúde no 1T25
O resultado do 1T25 ano foi pressionado por margens mais baixas, queda do lucro e fluxo de caixa negativo. O desempenho aquém do esperado foi atribuído a uma base de comparação elevada no 1T24 e a efeitos sazonais como o calendário desfavorável e menor demanda de itens pontuais (como repelentes e testes de Covid-19).
O crescimento da receita foi puxado principalmente por medicamentos tarjados, com alta de 14,0% nas marcas e 16,5% nos genéricos. Os produtos de autosserviço, como OTC e perfumaria, cresceram 7,8% e 6,5%, respectivamente.
O Ebitda ajustado caiu, em parte, por menor diluição de despesas de vendas — que subiram para 17,9% da receita bruta — e pelo impacto de maior número de funcionários por loja.
No resultado final, o lucro líquido ajustado foi de R$ 177,1 milhões, queda de 17,2% em relação ao 1T24. O desempenho foi impactado por despesas financeiras líquidas de R$ 175,6 milhões (1,6% da receita bruta), influenciadas pela taxa Selic elevada e maior volume da dívida. A alíquota efetiva caiu para 19%, o que ajudou parcialmente a conter a queda no lucro.
Em relação à posição financeira, o caixa e equivalentes somaram R$ 470,2 milhões, enquanto a dívida líquida ajustada foi de R$ 3,52 bilhões. O índice de alavancagem ficou em 1,2x o Ebitda ajustado dos últimos 12 meses, nível considerado controlado.
No entanto, o fluxo de caixa livre foi negativo em R$ 123,8 milhões, refletindo consumo de capital de giro e capex elevado de R$ 263,2 milhões, dos quais R$ 111,6 milhões foram direcionados à abertura de novas lojas. O consumo total de caixa no trimestre foi de R$ 162,6 milhões.
A RD Saúde manteve seu guidance de 330 a 350 aberturas de farmácias em 2025, reforçando o foco na expansão geográfica e no fortalecimento da presença nos grandes centros, especialmente em São Paulo.
A empresa também anunciou R$ 118,1 milhões em juros sobre capital próprio (JCP), frente aos R$ 74,4 milhões do 1T24.
Trimestre fraco frustra mercado
As ações da farmacêutica registravam queda superior a -9% no pregão desta quarta-feira, 7, após a divulgação do balanço do 1T25.
A RD segue apostando na retomada gradual das margens e das vendas ao longo dos próximos trimestres, mas os números do trimestre ainda indicam um momento de transição e ajustes operacionais.
No momento, não temos recomendação para as ações da companhia e entendemos que não existem oportunidades de crescimento que justifiquem a compra.

