Como viver de renda com FIIs: Qualidade da renda passiva
Descubra como viver de renda com fundos imobiliários focando na qualidade da renda passiva, proteção do capital e liberdade financeira de longo prazo
O sonho de muitos investidores é, um dia, viver de renda. Para esse propósito, temos que dedicar longos anos investindo em ativos geradores de renda. Os fundos imobiliários (FIIs) são excelentes para este fim, embora não sejam os únicos.
Para atingir a liberdade financeira e ter a tão sonhada tranquilidade que ela proporciona, a renda tem que ser perene, não pode faltar quando precisarmos dela. O simples fato de um ativo distribuir rendimentos mensais não garante que ele será capaz de sustentar o investidor no longo prazo. A verdadeira proteção do futuro financeiro está ligada à qualidade desses ativos.
No afã de alcançar a renda desejada, o investidor acaba por buscar a maior rentabilidade possível, abrindo mão da qualidade dos ativos que geram a renda em prol de um “rendimento turbinado” no curto prazo. E esse é um erro muito grave, que pode comprometer a sua independência financeira.
Isso suscita uma reflexão: afinal, como está a qualidade da sua renda? Dá para confiar o seu futuro financeiro nos ativos que você possui na carteira?
Renda passiva x renda ativa: entenda a diferença
Um dos conceitos mais importantes é a diferença entre renda ativa e renda passiva. A renda ativa é aquela em que você tem que usar seu tempo e esforço para conquistá-la. É o fruto do seu trabalho. Ela é a maior responsável, inicialmente, por construir o seu patrimônio.
E a primeira lição é: gaste menos do que você ganha. Passada a primeira fase, o investidor se habilita para o próximo nível.
Você entra na segunda fase da renda ativa quando, por exemplo, faz uma especialização e passa a ganhar mais ou quando obtém uma “renda extra”, na qual você desempenha outra atividade laborativa, em horários vagos, para aumentar sua renda mensal, no intuito de construir o patrimônio de forma mais rápida.
É a “teoria da caixa d’água”: duas torneiras (ou uma torneira maior, com maior vazão) enchem uma caixa d’água muito mais rapidamente do que somente uma. Depois da caixa cheia, basta que a torneira de saída tenha menos vazão do que as torneiras de entrada: caixa sempre cheia e fluxo de água constante garantem a possibilidade de uma vida sem a necessidade do trabalho. A tal da “renda passiva”.
A partir daí, você trabalha se quiser. Mas ninguém consegue ficar sem fazer nada, claro, portanto, você vai passar a trabalhar em algo de que você gosta, porém, sem tantas preocupações e cobranças. Essa é a verdadeira liberdade financeira.
A renda passiva é assim chamada porque você a recebe de forma passiva — sem ter que tomar atitudes (senão as já tomadas na construção patrimonial) para ter direito a ela. É uma renda gerada por ativos financeiros, aposentadorias, etc.
A diferença gritante entre a renda passiva da aposentadoria do INSS e a renda passiva proveniente dos ativos financeiros é que a renda passiva da aposentadoria é uma espécie de “empréstimo” do Governo para você, em vida. É mais um seguro do que uma renda em si.
Ao falecer, se não tiver herdeiros legais (e isso pode mudar, ao gosto do Governo), ela se extingue e volta para o Governo. Ela pode passar um bom tempo sem reajuste, ser congelada, sofrer descontos e até diminuir. Já a renda passiva de ativos financeiros é passada de geração em geração. Lindo, não?
O investidor de longo prazo com foco em renda passiva passa a vida transformando parte da renda de trabalho (renda ativa) em fluxo de renda passiva. E é recompensador ir acompanhando isso ao longo da vida, vendo as coisas dando certo.
A importância da qualidade na renda passiva
Construção patrimonial é muito mais do que acumular bens materiais — é o processo de transformar esforço, disciplina e visão de longo prazo em segurança e liberdade. É o reflexo de uma vida de investimentos: aquilo que você construiu ontem, tijolo por tijolo, cota por cota, ação por ação, vai se transformando em uma base sólida para sustentar o seu futuro.
Patrimônio é algo que está sempre “em construção”. Mas ele está sempre ali, à sua disposição. Para ser rico, tem que “ganhar muito” ou “precisar de pouco”. E é somente você quem decide qual padrão de vida quer levar. Em última instância, patrimônio é a materialização da sua disciplina, o espelho da sua visão e o guardião da sua liberdade.
O início é sempre mais difícil. Começar uma atividade física é dor garantida nos primeiros dias. Gastar menos é consumir menos, e também dói. E a recompensa demora a aparecer: emagrecer é demorado, construir patrimônio é ainda mais demorado.
Já perder tudo é muito mais rápido e fácil. Aqueles quilos perdidos ao longo de muitos meses de esforço podem voltar em semanas (ou dias). O patrimônio construído ao longo de anos pode sumir em alguns poucos meses (ou semanas).
Nesses casos, o hábito faz o monge. Não é “dieta”, é reeducação alimentar. Não é “economia” ou “corte de gastos”, é fluxo de renda com destino certo: a construção patrimonial.
Na minha vida, a construção patrimonial, apesar de constante, aconteceu com objetivos diferentes. Cada fase teve o seu objetivo.
Meu primeiro objetivo não era uma reserva de emergência (eu era funcionário público e tinha um fluxo de renda garantido e constante). Então, meu primeiro objetivo foi comprar um carro. Depois, um imóvel para casar. Depois, aumentar o tamanho do imóvel para acomodar melhor os filhos. Tudo isso é patrimônio, que, embora não gere renda, faz parte do conforto (e tem valor contábil).
Após o “suficiente” ser estabelecido, o foco foi na construção de patrimônio gerador de renda. O meu suficiente é uma vida simples, mas com viagens no final do ano. Abro mão, tranquilamente, de carros caros e uma vida badalada.
Cada um tem que estabelecer qual é o seu suficiente para ser livre — sim, o patrimônio que gera renda traz liberdade, embora dinheiro não traga, por si só, felicidade (mas ajuda bastante!). Responda essa pergunta a você mesmo.
Estabelecida a meta, vamos para a construção patrimonial voltada para a renda.
Como construir patrimônio com foco em geração de renda
Compre bons ativos, geridos por pessoas de confiança, com um bom histórico de resultados. É simples, mas não é fácil! As pessoas teimam em comprar ativos com maior DY, comprar quando está subindo e vender quando está em queda. Focam em ganhos de curto prazo. Querem uma dica de compra para o dia, mês, ano. São os aventureiros de ocasião, que mudam a carteira conforme a maré muda.
Investir deveria ser como “ver a grama crescer”. É para ser monótono, não uma aventura cheia de emoções. Se sua carteira é emocionante, tenho uma má notícia: você deve estar investindo errado!
Como identificar ativos de qualidade?
Como eu já disse: é simples, mas não é fácil. Por isso temos uma carteira recomendada na Nord. São bons ativos que, combinados entre si, jogam bem como time. Individualmente são bons, juntos são melhores. Quando se trata de time (ou de carteira), não existe nada melhor do que o coletivo: um time feito para ganhar.
E como escolher os jogadores deste time, ou seja, como identificar um ativo de qualidade?
Um ativo de qualidade é aquele que:
- Protege o capital contra perdas permanentes (muito importante!);
- Gera renda previsível e recorrente;
- É bem gerido e tem um histórico de retorno acima da média;
- Tem potencial de valorização no longo prazo.
Fundos imobiliários: exemplos de ativos de qualidade
Alguns bons exemplos de ativos (FIIs) de qualidade:
- Um imóvel logístico de padrão AAA, locado para uma grande empresa de e-commerce, na modalidade de contrato atípico, que possui baixo risco de crédito;
- Um shopping center dominante em sua região, que possui uma boa relação de renda por m² e que apresente crescimento dos indicadores ano contra ano;
- Um prédio de lajes corporativas em regiões premium (Faria Lima, Paulista, JK Iguatemi), com baixa vacância e alta demanda.
A qualidade da renda é inversamente proporcional ao risco assumido
Quem possui ativos de alto risco recebe um maior dividendo hoje — muito mais alto do que o proveniente de uma carteira saudável e bem equilibrada. Mas, agindo assim, compromete o seu futuro financeiro.
Mais do que buscar altos rendimentos imediatos, o investidor inteligente valoriza a qualidade dos ativos. E isso significa, primeiramente, a proteção patrimonial. Depois, uma renda estável e previsível.
A verdadeira liberdade financeira não nasce da pressa, mas de escolhas consistentes e de qualidade.
Perguntas essenciais antes de investir em FIIs
Antes de investir em qualquer ativo gerador de renda, faça estas perguntas:
- Há risco de perda permanente de capital se eu investir neste FII?
- O gestor é transparente e profissional?
- O fundo possui um bom histórico de resultados?
- O fundo é resiliente em crises?
Só invista em ativos se tiver respostas positivas para essas questões! Somente assim você vai conquistar a tão sonhada liberdade financeira.
Um novo jeito de viver de renda
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