Produção industrial avança em maio, mas Zona do Euro ainda caminha sobre terreno instável

Alta de 1,7% na produção foi puxada por Irlanda e Alemanha, impulsionadas por demanda externa e antecipação de compras

Christopher Gomes Galvão 15/07/2025 11:00 2 min Atualizado em: 15/07/2025 12:06
Produção industrial avança em maio, mas Zona do Euro ainda caminha sobre terreno instável

A produção industrial da Zona do Euro surpreendeu positivamente em maio, com alta de 1,7% em relação ao mês anterior, superando as expectativas do mercado, que projetavam um crescimento de 1,1%. O avanço ocorreu após uma forte contração de 2,2% registrada em abril.

Produção industrial em maio. Fonte: Eurostat

O principal destaque do mês foi o setor farmacêutico, que bateu recorde histórico ao crescer 27,7%, impulsionado pela antecipação de compras por parte dos Estados Unidos, diante da ameaça de imposição de tarifas sobre esses produtos. Esse movimento beneficiou diretamente a Irlanda, que concentra grande parte da produção farmacêutica europeia, levando a um salto de 12,4% na sua produção industrial em maio.

A Alemanha também apresentou desempenho positivo, com alta de 2,2%, revertendo a queda de 1,9% registrada em abril. O crescimento foi sustentado por três setores: farmacêutico (+10%), automotivo (+4,9%) e energético (+10,8%), todos favorecidos pela recuperação da demanda externa e pela expectativa de restrições comerciais.

Além disso, parte do mercado avalia que a melhora reflete não apenas antecipações pontuais, mas também sinais iniciais de uma retomada cíclica na atividade industrial do país.

No entanto, o cenário ainda exige cautela. Na Zona do Euro, os segmentos de bens intermediários e bens de consumo duráveis continuaram apontando para uma retração, evidenciando que a recuperação permanece desigual entre setores e países.

 Produção por tipo de indústria. Fonte: Eurostat

Assim, embora a atividade industrial tenha sido sustentada em maio por fatores externos e movimentos antecipatórios, não há ainda sinais consistentes de uma retomada sólida e disseminada. Soma-se a isso a fraqueza persistente no setor de serviços, o que reforça o risco de estagnação econômica na região nos próximos meses.

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