Ação da PRIO (PRIO3) dispara 8% com compra do campo de Peregrino

Com essa transação, a PRIO assume a operação dos campos, consolidando-se como única proprietária e operadora

Rafael Ragazi 02/05/2025 12:20 4 min Atualizado em: 05/05/2025 12:52
Ação da PRIO (PRIO3) dispara 8% com compra do campo de Peregrino

As ações da PRIO (PRIO3) registaram forte alta nesta sexta-feira, 2, após a empresa anunciar que assinou contratos com a Equinor Brasil para a compra da participação dos 60% restantes do campo de Peregrino, localizado na Bacia de Campos.

No fechamento, os papéis da companhia avançaram +8,07%, negociados a R$ 36,43.

Detalhes da transação

A transação terá o valor total de US$ 3,35 bilhões e será dividida em (i) US$ 2,2 bilhões por 40% e pela operação do campo, com um earn-out de US$ 166 milhões, contingente à conclusão da transação e (ii) a participação restante de 20% por US$ 951 milhões. 

Vale ressaltar que os pagamentos serão ajustados pelo resultado gerado pelo ativo (contado a partir de 1 de janeiro de 2024) e por juros (com valor máximo de US$ 100 milhões para os 40% e US$ 50 milhões para os 20%) até o fechamento das transações, que têm expectativa de conclusão entre o final de 2025 e meados de 2026 (sujeita à aprovação da ANP e do CADE).

Considerando esses ajustes e prazos, o valor final a ser pago deve ficar abaixo dos US$ 3 bilhões, e a companhia estima que sua alavancagem ficará temporariamente próxima de 2x Ebitda — sendo rapidamente reduzida nos trimestres seguintes ao fechamento, com a geração de caixa adicional do próprio ativo.

Impacto na produção da PRIO

O negócio aumenta significativamente a produção da PRIO e adiciona 202 milhões de barris à sua reserva 1P + 1C (que era de 688 milhões). A empresa ainda poderá implementar sua estratégia de revitalização e redução de custos ao se tornar operadora do campo. 

Adicionalmente, Peregrino está próximo do cluster de Tubarão Martelo + Polvo e sinergias operacionais poderão ser capturadas.

Com a nova aquisição, a expectativa de produção para o final de 2026 salta de 170 mil bpd para pelo menos 215 mil bpd, desconsiderando qualquer aumento de produção no campo de Peregrino e já contemplando o declínio natural do ativo até esse período. Ou seja, a produção efetiva tende a superar essa projeção.

Contexto da Equinor

A Equinor, empresa norueguesa de energia, busca simplificar suas operações internacionais. A venda da participação no campo de Peregrino faz parte desse esforço contínuo para aprimorar seu portfólio internacional por meio de desinvestimentos e aquisições.

Quem é Equinor?

Equinor é uma empresa global de energia com sede na Noruega, anteriormente conhecida como Statoil até 2018, quando mudou seu nome para refletir seu compromisso com uma gama mais ampla de fontes de energia além do petróleo. A empresa é uma das maiores operadoras offshore do mundo e tem um portfólio crescente em energias renováveis, incluindo projetos de energia solar e eólica​.

A Equinor está presente no Brasil desde 2001 e opera vários ativos no país, incluindo o campo de Peregrino, que é o maior campo operado pela empresa fora da Noruega. Além disso, a Equinor está envolvida em projetos de energia solar, como o Complexo Solar de Apodi e o projeto Mendubim, no Rio Grande do Norte​.

A Equinor adquiriu o campo de Peregrino em duas fases principais. Em 2008, a então Statoil (atual Equinor) anunciou a compra do campo de Peregrino por aproximadamente 1,8 bilhões de dólares da Anadarko. Mais tarde, em 2010, a Sinochem adquiriu uma participação de 40% no campo de Peregrino por 3,07 bilhões de dólares, deixando a Equinor com os 60% restantes​.

Quem é Sinochem?

Sinochem é uma empresa estatal chinesa fundada em 1950, com sede em Pequim, que opera em diversas áreas, incluindo energia, produtos químicos, agricultura, imóveis e finanças. A empresa é uma das maiores e mais antigas empresas de comércio de petróleo da China, e suas operações se estendem globalmente.

A Sinochem adquiriu uma participação de 40% no campo de Peregrino por um valor total de 3,07 bilhões de dólares em maio de 2010.

O que esperar da PRIO3 em 2025?

Atualmente produção de petróleo da PRIO está em 105 mil barris de óleo equivalente por dia. Para o final de 2025, a projeção é de 150 mil barris por dia (85k – 10k de declínio natural + 36k da fatia de Peregrino + 40k de Wahoo, que tem o primeiro óleo esperado entre maio e agosto).   

Vale a pena investir em PRIO (PRIO3) hoje?

A PRIO tem enfrentado uma série de desafios relacionados à queda nos preços do petróleo e atrasos na obtenção de licenças e anuências do Ibama recentemente.

Mas, apesar da queda das ações, a PRIO oferece fundamentos excelentes para seguirmos confiantes na tese — alto crescimento, elevada rentabilidade e geração de caixa por conta do seu baixo custo de extração, estrutura de capital confortável, gestão exemplar e, agora, está com um valuation ainda mais atrativo.

Negociando a apenas 5x Ebitda, seguimos confiantes em PRIO3 na carteira Nord 10X.

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