PRIO: impactos do imposto de exportação

A produção sobe +150% em 2023 enquanto o impacto do imposto é de -20% (prorrogado indefinidamente) – compre PRIO

Bruce Barbosa 01/03/2023 13:03 4 min Atualizado em: 01/03/2023 19:35
PRIO: impactos do imposto de exportação

Copiando a Argentina

Para fechar as contas no aumento da gasolina, ontem, o governo federal anunciou um novo imposto de 9,2% na exportação de petróleo.

PRIO3 caiu  -9%, RRRP3 cedeu -7%, RECV3 desvalorizou -6% e PETR4 caiu menos, -3,5%, com tributo à exportação de petróleo
Fonte: Bloomberg

Resultado: PRIO3 -9%, RRRP3 -7%, RECV3 -6% e PETR4 -3,5%.

Foi anunciado o imposto por 4 meses, mas sabemos que, se implementado, dificilmente o governo abrirá mão dessas receitas.

É uma maneira fácil e popular de conseguir dinheiro, mas é perigosíssima, pois tira a competitividade internacional das empresas brasileiras e reduz o investimento.

É simples: a Argentina tributa exportações, os EUA não.

O Brasil está em declínio.

Surpresa para as grandes petroleiras?

Os novos impostos não foram exatamente uma surpresa, pois foram discutidos ano passado e afetaram significativamente as ações das petroleiras em bolsa.

Nos últimos 12 meses, as ações da Prio acumulam alta de 20%, enquanto Petrobras sobe 24% e 3R registra alta de 28%
Fonte: Bloomberg

Com o petróleo valorizado e o governo desesperado por novas fontes de receita, era algo provável a entrar na pauta.

Mas o novo imposto, se for implementado, terá um enorme impacto nos investimentos que as grandes petroleiras fizeram (e farão) no pré-sal.

Shell, TotalEnergies, Equinor (gigantes internacionais) investiram bilhões para explorar campos de petróleo no Brasil, e a conta para essas empresas mudou.

Os lobistas dessas empresas já estão em Brasília e teremos judicialização e briga nas cortes internacionais.

PRIO -9%

PetroRio (PRIO3) é a empresa mais afetada pelas medidas, pois exporta 100% de sua produção.

A taxação reduz o preço de venda de PRIO, o equivalente a companhia vender petróleo -9% mais barato
Fonte: Bloomberg

A taxação reduz o preço de venda de PRIO, o equivalente a PetroRio vender petróleo -9% mais barato.

Fazendo uma conta de padaria, o impacto dessa medida no Ebitda da companhia, por 4 meses, seria de -7% em 2023, ou -20% ao ano se fosse prolongada indefinidamente.

Produção +100%

Mas PRIO tem uma defesa natural contra governos populistas.

PRIO terminou 2022 produzindo 48 mil barris de petróleo por dia, já produz 51 mil barris (+6%) em janeiro de 2023 e deve chegar a 100 mil barris (+108%).

Para o final de 2024, com a entrada do campo de Wahoo, a produção deverá atingir mais de 150 mil barris (+50% de produção em 2024).

Aumento de produção de +50% em 2024
Fonte: PRIO, Nord Research

Além disso, não estamos contando possíveis novas aquisições de campos que já estão sendo negociados pela companhia (compre PRIO3).

3R -7% e RECV -6%


3R (RRRP3) e PetroRecôncavo (RECV3) não deverão ser imediatamente impactadas pelas novas medidas porque vendem seu petróleo para a Petrobras (PETR4).

Mas podem entrar também na nova taxação, dependendo da forma que o texto da lei for criado.

Seguindo a mesma estratégia de PRIO, as duas empresas também possuem enormes oportunidades de crescimento com a entrada de novos campos adquiridos.

O Victor Bueno continua bastante animado com RRRP3 e o Fabiano Vaz com RECV3.

Petrobras -3,5%

Petrobras (PETR4) se "safou" dessa, pois exporta pouco petróleo. Os cálculos da Fazenda indicam impacto na Petro de apenas 1% nos lucros.

No entanto, o crescimento da produção de petróleo da Petrobras foi de apenas 11% nos últimos 12 anos (+1% ao ano).

Gráfico de crescimento da produção de petróleo da Petrobras: apenas 11% nos últimos 12 anos
Fonte: Petrobras, Nord Research

Todo o crescimento de resultados da petroleira vem do preço do petróleo em dólar.

Além disso, com membros do governo e o próprio CEO da empresa atacando seus lucros, não é um bom momento para investir em estatais.

Mesmo com os impostos, continue trocando PETR4 por PRIO3.

Vale, Agro, proteínas e outras exportadoras

Sim, esse imposto sobre exportações abre um precedente perigosíssimo.

Todas as exportadoras brasileiras podem entrar na linha de ataque de um governo que quer gastar mais e precisa arrecadar.

É possível que Vale (VALE3), as empresas de proteínas e o Agro em geral tenham também taxações em suas exportações.

Seria péssimo (Argentina), mas não podemos descartar o risco.

Cotações seguem resultados

As notícias são péssimas para PRIO e para o Brasil.

De qualquer modo, a longo prazo, as cotações seguem resultados, e o aumento de produção de PRIO é muito mais relevante para seus resultados do que o novo imposto.

Gráfico Ebitda vesus cotações de Prio
Fonte: Bloomberg

Por decisões como essa, vemos claramente como o Brasil está em declínio. Estamos aumentando nossa alocação em empresas exportadoras dolarizadas para nos proteger do governo.

No ANTI-Trader, continuamos buscando novas empresas dolarizadas para defender o patrimônio de nossas famílias.

PRIO3, apesar de atacada, continua sendo a principal delas. Compre PRIO.

Está preocupado? Precisa de ajuda?

Junte-se a nós.

Um abraço.



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