Déficit das estatais em 2025: valores atualizados e empresas no vermelho
Estatais acumulam déficit de R$ 7,4 bi em 2025, segundo o BC. Saiba quais empresas estão no vermelho, o impacto dos Correios e como isso afeta as contas públicas
O déficit das estatais voltou a ganhar peso no debate fiscal. Depois de encerrarem 2024 com o maior prejuízo em 15 anos, os dados mais recentes do Banco Central (BC) mostram que 2025 mantém uma trajetória de deterioração no conjunto das empresas públicas não financeiras. Além disso, projeções divulgadas pela imprensa indicam que as estatais federais podem encerrar o ano com um rombo ainda maior, reforçando a pressão sobre o resultado fiscal.
Sumário
- Quais estatais deram prejuízo em 2024?
- Qual o déficit das estatais no Brasil em 2025?
- Quais são as estatais do Brasil
- Quais estatais deram prejuízo em 2025
- Déficit x prejuízo: qual é a diferença
- Por que a situação das estatais preocupa
- Invista bem mesmo com o fiscal apertado
Quais estatais deram prejuízo em 2024?
Em 2024, as estatais federais registraram R$ 6,7 bilhões de déficit, o pior resultado desde 2009. Das 20 avaliadas pelo Tesouro, 11 fecharam no vermelho, com destaque para:
- Correios;
- Emgepron;
- Emgea;
- Infraero.
Mesmo com aportes esporádicos da União em anos anteriores, a combinação entre aumento de despesas e queda de eficiência operacional levou ao resultado mais negativo em mais de uma década.
Qual o déficit das estatais no Brasil em 2025?
O déficit das estatais em 2025 varia conforme a metodologia do órgão que calcula os resultados.
Pelo Banco Central, que considera o conjunto das estatais federais, estaduais e municipais — excluindo Petrobras, Eletrobras e bancos públicos — o déficit acumulado até outubro é de R$ 7,4 bilhões. Em outubro, o setor registrou um novo resultado negativo de R$ 149 milhões, reforçando que a necessidade de financiamento permanece elevada.

Segundo números publicados pela imprensa com base em dados internos do governo, o déficit das estatais federais estaria em torno de R$ 6,3 bilhões até outubro.
Ainda segundo essas informações, o rombo poderia chegar a cerca de R$ 9,2 bilhões em 2025, deterioração puxada pelos Correios, responsáveis por um impacto adicional de R$ 3,3 bilhões na reprogramação fiscal.
A diferença entre os valores ocorre porque o Banco Central divulga o resultado agregado de todas as estatais não financeiras, enquanto o Tesouro monitora — para fins de meta fiscal — apenas o grupo de estatais federais dependentes da União.
Por que as estatais estão no vermelho?
A deterioração dos resultados reflete a combinação entre despesas financeiras, investimentos concentrados em projetos de baixa eficiência e aumento consistente dos gastos com pessoal — especialmente nas estatais dependentes do Tesouro.
Vale destacar que a avaliação da qualidade desses investimentos é tão relevante quanto o valor do déficit, já que os relatórios fiscais não discriminam a origem específica dessas pressões.
Retrocesso na Lei das Estatais
A governança das estatais voltou ao debate desde a flexibilização de trechos da Lei das Estatais, aprovada em 2022. As mudanças permitiram indicações políticas para cargos de comando em prazos menores, reacendendo preocupações sobre práticas de gestão e a influência de decisões não técnicas no desempenho financeiro das empresas.

Quais são as estatais do Brasil
O Brasil possui mais de 120 empresas estatais, distribuídas entre União, estados e municípios.
Estatais federais
Dividem-se em:
- Independentes: operam com receitas próprias. Exemplos: Banco do Brasil, Caixa, BNDES, Petrobras, Eletrobras, Correios, Dataprev, Serpro, Infraero, Emgepron, Emgea.
- Dependentes do Tesouro: utilizam recursos orçamentários. Exemplos: Embrapa, Conab, Telebras e outras vinculadas a políticas públicas.
Estatais estaduais e municipais
Englobam empresas de saneamento, transporte, energia, habitação e desenvolvimento regional, compondo o agregado utilizado pelo Banco Central no cálculo fiscal.
Estatais e o arcabouço fiscal
No arcabouço fiscal aprovado em 2023, apenas as estatais federais dependentes, que precisam de recursos do Tesouro para cobrir despesas, entram no cálculo da meta fiscal. Como essas empresas exigem aportes do orçamento, seus déficits podem pressionar o resultado primário e obrigar o governo a rever despesas ao longo do ano.
As estatais independentes, que operam com receitas próprias, ficam fora da meta e não afetam diretamente o limite fiscal estabelecido pelo governo. Essa separação explica por que o desempenho de algumas estatais altera a programação orçamentária, enquanto outras — mesmo relevantes — não entram no cálculo fiscal anual.
Quais estatais deram prejuízo em 2025
Segundo estimativas divulgadas pela imprensa com base em fontes do governo, os maiores prejuízos vêm de:
- Correios, com perdas superiores a R$ 3 bilhões;
- Emgepron, pressionada por projetos de defesa;
- Emgea, com baixa recuperação de créditos;
- Infraero, afetada pela redução de aeroportos sob sua gestão;
- estatais dependentes que registraram aumento de despesas acima do previsto.
Pelo lado do Banco Central, o déficit agregado de R$ 7,4 bilhões até outubro mostra que a deterioração não se limita às empresas federais, mas aparece também entre estatais estaduais e municipais.
Quais são os tipos de déficit público?
Os diferentes tipos de déficit ajudam a entender como o setor público se financia e por que determinados resultados são mais sensíveis para as contas do governo.
Déficit primário
É a diferença entre as receitas e despesas do governo, sem considerar os juros da dívida pública. Indica se, no curto prazo, o governo está gastando mais do que arrecada em suas operações básicas.
Déficit operacional
Inclui tanto as despesas primárias quanto os juros da dívida, mas não considera a correção monetária. Mostra quanto o governo precisa para cobrir suas despesas totais dentro do ano, sem ajuste inflacionário.
Déficit nominal
É o indicador mais completo. Engloba todas as despesas, incluindo juros e correção monetária, e reflete a situação fiscal real — especialmente no que diz respeito à sustentabilidade da dívida pública.
Déficit x prejuízo: qual é a diferença
Os termos aparecem juntos no debate econômico, mas têm significados distintos:
- prejuízo é o resultado contábil da empresa: receitas menos despesas no balanço.
- déficit é o impacto fiscal, medindo quanto aquela empresa exige de financiamento do setor público.
Uma estatal pode apresentar prejuízo e não pressionar o Tesouro diretamente. Da mesma forma, pode registrar lucro e ainda depender de aportes, caso não seja autossuficiente para financiar suas operações.
Por que a situação das estatais preocupa
A combinação das estimativas para as estatais federais elevou a preocupação com o risco de descumprimento da meta fiscal.
O impacto dos Correios levou o governo a remanejar verbas e a reforçar o bloqueio de despesas discricionárias.
Segundo estimativas divulgadas pela imprensa, se o plano de reestruturação da estatal não avançar, o prejuízo pode chegar a R$ 23 bilhões em 2026, dificultando ainda mais o objetivo de estabilizar as contas públicas.
Para quem deseja consultar os números completos, o Banco Central disponibilizou o relatório de Estatísticas Fiscais de novembro de 2025, com todos os dados consolidados sobre o resultado das estatais e o impacto nas contas públicas.
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