Energia nuclear no radar: alta performance e demanda crescente por urânio
A economia é uma derivada da quantidade de energia que produzimos. Como abastecer essa demanda é a grande questão

Certa vez, eu ouvi de alguém (não me lembro a fonte para dar os devidos créditos) que “a economia global é basicamente energia empacotada”. A frase, por si só, é intuitivamente correta. Todos nós sabemos que tudo o que consumimos e produzimos demanda energia.
A comida do dia a dia é um bom exemplo. É necessária energia para o plantio, para a colheita, para a distribuição e para o preparo. Isso serve para tudo: nossas roupas, nosso transporte e até mesmo a nossa comunicação por e-mail, cartas e mensagens. Tudo isso é, basicamente, energia empacotada à sua própria maneira.
Apesar dessa colocação ser intuitivamente verdadeira, nunca tinha tido uma forma de ilustrá-la — até que, em um artigo de alguns anos atrás, encontrei um gráfico que pudesse capturar com precisão essa colocação.

O gráfico mostra a correlação do crescimento do valor econômico do mundo com o consumo de energia, basicamente mostrando o conceito de que a economia é energia empacotada. Mas isso não é um segredo, nem mesmo uma grande descoberta.
Como sociedade, sabemos disso há muito tempo. Não à toa, energia é um dos temas favoritos no mundo dos investimentos, um dos mais controversos no mundo político e um dos maiores pontos de atenção para empresários — especialmente aqueles que atuam em negócios que demandam quantidades enormes de energia (como no caso de data centers).
Enquanto CO2 sobe, urânio se valoriza
Energia é um tema muito abrangente. Existem “empresas elétricas” que englobam a geração, transmissão e distribuição. Existem companhias de petróleo (desde a exploração, distribuição, refino), gás, carvão, solar, etc. Até mesmo empresas de infraestrutura poderiam ser colocadas dentro dessa categoria macro, sendo uma derivada da demanda por energia (mais demanda por energia, mais construção de infraestrutura para tal).
Apesar de abrangente e de existirem inúmeras fontes de energia no mundo, é um mercado ainda completamente dominado por energias fósseis (gás, carvão e petróleo), correspondendo a aproximadamente 85% do consumo de energia global.
Desde o acordo de Paris, os políticos competentes do mundo, em uma canetada, definiram planos ambiciosos (e um tanto quanto inocentes) para reduzir as externalidades negativas dessas energias fósseis. O objetivo principal: reduzir as emissões de CO2.


Por que investir no segmento de energia nuclear?
Pouco conhecida e ainda menos falada, a energia nuclear não apenas vem ganhando adeptos, mas tem se mostrado um dos melhores investimentos dos últimos anos — especialmente em 2025. Dois motivos explicam essa “renascença” da energia nuclear no mundo:
- sua eficiência energética aliada a promessas de baixas emissões de CO2;
- demanda crescente por energia contínua de data centers, sem riscos de intermitência.

Não à toa, empresas ligadas a essa fonte de energia tiveram, ao longo dos últimos anos, valorizações expressivas. A Cameco (CCJ), a maior mineradora de urânio canadense, valorizou mais de +500% nos últimos cinco anos. A Constellation Energy (CEG) já valorizou mais de +600% desde 2022. Mesmo os ETFs mais conhecidos do setor, como o URA e o URNM, tiveram ganhos expressivos.
Ganhos que estão longe de serem meramente especulativos. Recentemente, a Meta (dona do Facebook) firmou uma parceria de 20 anos com a Constellation Energy para geração de energia nuclear que possa abastecer alguns de seus data centers. Outras big techs já fizeram movimentos parecidos nessa direção (Amazon e Microsoft), com parcerias envolvendo outras gigantes do setor, como a Brookfield (gestora de ativos canadense).
Uma tendência que aparenta apenas ganhar mais tração daqui para frente.
Energia nuclear ainda é uma tese em construção
Enquanto o assunto “energia nuclear” é tratado como um tabu por muitos, poucos sabem que o urânio usado para usinas e geração de energia é diferente daquele usado para bombas (inclusive, hoje as bombas nucleares não são nem de urânio). Mesmo assim, ainda é um tema que gera bastante debate.
— Ao invés de debater Israel e Irã no almoço da família, experimente falar que “deveríamos ter mais energia nuclear no Brasil” para ver o que acontece.
A verdade é que, por esse debate ter contaminado o universo político, resultou em baixos investimentos no setor. Por conta disso, gerou-se uma assimetria entre a demanda por urânio e a sua produção, que resultou em ganhos excepcionais para investidores.
Contudo, a energia nuclear está longe de ser a solução milagrosa que muitos dos adeptos dizem ser (inclusive o Henrique de dois anos atrás).
A construção de usinas nucleares demanda investimentos altíssimos (ordem de dezenas de bilhões) e demora alguns anos de operação para que possam ser consideradas “carbono zero”. Isso sem contar os cinco anos, em média, para que os burocratas aprovem as construções, e os anos que demoram para a construção ficar de pé (e que, na média, atrasam).
A aposta dos entusiastas é que, em breve, teremos tecnologias menores e modulares, de forma que possamos produzir a preços menores e em maiores escalas. Trata-se dos SMR (Small Modular Reactors). No PowerPoint, são projetos incríveis e apaixonantes. Quem não quer energia barata, abundante e, ao mesmo tempo, limpa? Atualmente, estamos em zero SMR operantes no mundo. Mas quem sabe um dia esses projetos não se tornem realidade. Torço por isso.
Até lá, seguirei gostando da tese no que diz respeito ao exercício intelectual. Mas apenas gostar muito de algo não faz necessariamente dela a melhor alternativa de investimento. Por enquanto, sigo buscando uma oportunidade que possua o perfil de negócios que eu gostaria de ter nesse setor.
Mas como um velho não-tão-sábio me disse uma vez: “Só porque você gosta de cerveja, não quer dizer que deva comprar Ambev (ABEV3) ”.
Onde eu investiria meu dinheiro no exterior?
Ações, ETFs, REITs: qual a melhor forma de diversificar a carteira investindo no exterior?
Se você está pensando em formas de ganhar mais do que a média do mercado, essa pode ser a melhor oportunidade que já vi na Nord.
É o acesso vitalício ao Alpha Stocks Global — o combo que inclui o Nord Global, as carteiras do Bruce, “O Investidor de Valor” e “ANTI-Trader” (que é o IV com esteroides e melhor), e a carteira do Ragazi, o Nord 10X, que eu sinceramente acho ser uma das formas mais inteligentes de aproveitar esse novo ciclo de alta do mercado brasileiro.
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