Preço do petróleo recua com cessar-fogo entre Irã e Israel
Petróleo cai nesta terça-feira, 24, refletindo alívio nos mercados com acordo de cessar-fogo entre Irã e Israel
Apesar da ofensiva americana contra alvos nucleares iranianos, os mercados globais reagiram com relativa calma. As principais bolsas dos Estados Unidos encerraram em alta na segunda-feira, 23. O Dow Jones subiu +0,89%, enquanto o S&P 500 e Nasdaq registraram ganhos de +0,96%.
As atenções agora se voltam para o acordo de cessar-fogo entre Israel e Irã anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na noite de ontem.
Detalhes do cessar-fogo anunciado por Trump
A proposta prevê uma trégua gradativa: o Irã encerra as hostilidades às 12 horas, Israel às 24 horas, e então declara-se o fim oficial da guerra.
Em publicação na Truth Social, Trump disse que espera transformar essa trégua em um acordo de paz permanente.
O risco no Estreito de Ormuz
Na véspera, o preço do petróleo chegou a subir mais de +5% após os ataques iniciais dos EUA, mas logo recuou, fechando o dia com queda de quase -8%.
A elevação foi impulsionada pela ameaça iraniana de fechar o Estreito de Ormuz, rota responsável por escoar cerca de 20% da produção mundial de petróleo e 20% do comércio global de gás natural.
Um eventual bloqueio da região teria um impacto considerável no mercado global, podendo provocar uma disparada no preço do barril de petróleo.
Além desse efeito inicial, o fechamento de Ormuz também poderia provocar um aumento significativo nos custos de frete marítimo e de seguros, com impactos diretos sobre as cadeias logísticas globais.
Petróleo cai com ajuste de expectativas sobre tensões no Oriente Médio
No entanto, como não houve medidas para interromper o tráfego de navios-tanque de petróleo e gás por meio de Ormuz, o petróleo passou a cair fortemente no início desta semana.
Diante da resposta malsucedida do Irã a uma base aérea dos Estados Unidos localizada no Catar — o que reduziu o risco de um bloqueio no Estreito de Ormuz e reforçou a percepção de que o conflito não se prolongaria —, o mercado revisou suas expectativas, resultando em um ajuste no preço do petróleo.
O preço do barril de petróleo do tipo Brent (referência para o mercado internacional) recuou -7,18%, a US$ 71,48. Já o barril do tipo WTI (referência para o mercado norte-americano) cedeu -7,22%, a US$ 68,51.
Petrobras e demais petroleiras caem com commodity
As ações de petroleiras listadas na B3 fecharam em queda ontem, 23, na esteira do preço do petróleo.
As ações da Prio (PRIO3) chegaram a registrar alta próxima de +2% no início da manhã, enquanto os papéis da Petrobras (PETR4) avançaram mais de +3%. No entanto, diante dos desdobramentos do conflito, os ativos das petroleiras reverteram os ganhos e encerraram o pregão em queda.
A ação preferencial da Petrobras PN caiu -2,50%, enquanto a ordinária (PETR3) recuou -2,81%. A Brava (BRAV3) caiu -2,31%, a PetroRecôncavo (RECV3) cedeu -2,34% e a Prio, -0,71%.
Para onde vão os preços do petróleo após acordo de cessar-fogo entre Irã e Israel?
O Estreito de Ormuz é o principal ponto de atenção no contexto do conflito relacionado ao petróleo, já que a tendência futura dos preços depende dos impactos sobre a oferta da commodity.
A retaliação iraniana à base americana no Catar afastou a possibilidade de o país bloquear Ormuz. Isso, aliado ao cessar-fogo entre Israel e Irã, contribuiu para uma menor percepção de risco e, consequentemente, para a pressão sobre os preços da commodity.
Preço do petróleo recua com cessar-fogo entre Irã e Israel
Os preços do petróleo ampliaram sua queda no pregão europeu desta terça-feira, 24, após a notícia do acordo de cessar-fogo, recuando para o menor patamar em mais de uma semana.
O petróleo bruto West Texas Intermediate, dos EUA, caiu -3,7%, para US$ 65,9 o barril, enquanto o petróleo Brent, referência global, recuou -3,8% no dia, para US$ 68,8 o barril.
O que realmente fará preço para o petróleo?
Sensível a diversas variáveis econômicas e geopolíticas, o futuro do preço do petróleo é uma incógnita.
Por esse motivo, buscamos empresas que possuem certa capacidade para reduzir os impactos da volatilidade da commodity em seus resultados.
Dado que as companhias não controlam os preços do petróleo, a expansão da produção e os baixos custos são fundamentais para uma maior vantagem comparativa.
Quais são as melhores petroleiras para o cenário atual?
A Prio é um grande exemplo, resultado da escalada da produção nos últimos anos e da redução do lifting cost (custo de extração por barril), que contribuíram para minimizar os impactos da volatilidade do petróleo nos seus resultados.
Com a perspectiva de praticamente dobrar a produção em 2026, considerando a aquisição total do campo de Peregrino e o início de Wahoo, a companhia deve alcançar uma produção de mais de 200 mil barris/dia. Com isso, estimamos um Ebitda anual superior a US$ 3 bilhões.
Além da boa visibilidade de resultados, a Prio negocia múltiplos bastante atrativos (6x Ebitda). Diante da grande oportunidade, mantemos nossa recomendação de “compra” para as ações da PRIO3. Veja análise completa.
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