Petrobras (PETR4) vai distribuir 100% dos dividendos extraordinários em 2024?

Fazenda considera cenário provável de distribuição de 100% dos dividendos da Petrobras

Victor Bueno 23/05/2024 18:00 3 min
Petrobras (PETR4) vai distribuir 100% dos dividendos extraordinários em 2024?

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que a projeção de receitas do governo divulgada no novo relatório bimestral emitido nesta quarta-feira, 22, considera uma distribuição de 100% dos dividendos extraordinários da Petrobras (PETR4), o que poderia gerar R$ 13 bilhões a mais para o caixa da União em 2024. 

Não é segredo que o governo precisa aumentar os números de arrecadação e parece que o caixa da estatal é uma saída. 

A pressão do governo sobre a Petrobras

Após embate entre o governo e Jean Paul Prates, o então CEO levou a pior e foi demitido do comando da Petrobras, que teve como pivô a distribuição de dividendos extraordinários no valor de quase R$ 44 bilhões.

A substituição por Magda Chambriard, nova presidente da companhia, ocorreu após o auge da crise e um mês depois da empresa ter pago a metade dos dividendos extraordinários – posição defendida por Prates e pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

A notícia é boa para o acionista?

Diferentemente do ex-presidente da companhia, que defendia a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendia a retenção total dos dividendos, visando aumentar os recursos disponíveis para reinvestimento na estatal.

Vale lembrar que, no passado, com maus investimentos realizados fora do seu negócio principal de exploração e produção de petróleo, a estatal queimou caixa e alcançou o maior endividamento corporativo do mundo. 

Na nossa visão, a possibilidade da Petrobras investir em projetos não rentáveis e controversos (como a refinaria Abreu e Lima), além da queda na distribuição de dividendos, representam um risco para o retorno ao acionista. 

Fonte: O Globo

Atualmente, mesmo com uma melhor governança (sustentada, principalmente, pela lei das estatais), não é possível afirmar que este cenário de novos investimentos seja improvável para os próximos anos.

Contudo, após defender a retenção dos dividendos da estatal, o próprio governo vem mostrando a necessidade cada vez maior do recebimento dos mesmos, tendo em vista as dificuldades de arrecadação para equilibrar suas contas.

Ou seja, os R$ 13 bilhões “extras” seriam extremamente bem-vindos no momento. 

Assim como beneficiariam os investidores minoritários da companhia, dado que, com a distribuição de 100% dos dividendos extraordinários, o dividend yield (rendimento anual) da Petrobras atingiria cerca de 18%

Considerando apenas os dividendos ordinários, que são pagos de forma trimestral, esse rendimento gira em torno de 11% para 2024. 

Sendo assim, com ou sem os dividendos extraordinários, a petroleira manteria um dividend yield bem acima da média do mercado (cerca de 6%).

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