Apple (AAPL34) deve cair 90% até 2030, diz gestora Coatue
O Coatue divulgou suas projeções de mercado para 2030, mas parece que se esqueceu da Apple

O Coatue Management é um dos fundos de investimentos focados em tecnologia mais famosos do mercado global. Fundado pelos irmãos Laffont (Phillipe Laffont e Thomas Laffont), ele se destacou por fazer diversos excelentes investimentos em empresas de tecnologia ao longo das últimas décadas.
Um dos principais investimentos foi a compra das ações da Apple, em 2009, pouco depois do lançamento do iPhone. Desde então, os papéis da companhia chegaram a se valorizar mais de +7000%, enquanto o S&P se valorizou +560%.
Anualmente, o Coatue faz um evento, nomeado East Meets West (EMW), trazendo uma apresentação sobre as novas tecnologias no mundo, os impactos delas no mercado e algumas expectativas do que espera para o futuro. A apresentação deste ano contou com 102 slides e muitos insights interessantes.
As projeções sobre o futuro, obviamente, são apenas um exercício. Até 2030, muita coisa pode mudar no mundo tecnológico e nas tendências que ditam os rumos da economia. Ou seja, não dá para tomar como uma verdade, mas sim como um exercício de reflexão sobre as possibilidades.
E, nesta edição de 2025, o fundo trouxe diversos insights interessantes para acompanharmos.
Insights do East Meets West 2025

A Bolsa americana está cara mesmo?
Todo mundo já ouviu a máxima de “compre barato e venda caro”. Eu acredito que essa é a definição de investir — ou pelo menos de investir da forma correta. Mas, obviamente, isso é um reducionismo colossal do que é investir. É uma forma de, em poucas palavras, capturar o essencial de um processo de avaliação bastante complexo e não tão simples de se entender.
O mercado é repleto desses atalhos e simplificações: fórmulas mágicas, os “4” parâmetros mais importantes de se avaliar, “o que o Buffett olha”, formações gráficas que lembram o passado etc. Entre essas tantas simplificações do mercado, os múltiplos são os mais usados — uma forma bastante útil de comparação, com apelo na facilidade de compreensão e utilização.
Sem dúvidas, você, caso acompanhe o mercado nacional ou comentários sobre o internacional, já deve ter visto ou escutado alguém comentando que a “Bolsa americana está cara!”.
Afinal, os múltiplos estão acima da média histórica — o que é verdade. E, em boa parte dos casos, os múltiplos acima da média histórica representaram, nos anos seguintes, ganhos menores do que a média histórica.
Mas o Coatue trouxe uma leitura um tanto quanto diferente para este cenário.

Realmente, os múltiplos acima da média histórica geraram retornos medíocres em diversos casos. Mas há um intervalo de tempo que chama bastante atenção — o período de 1990 até 1998, quando, mesmo negociando bem acima da média histórica, o S&P entregou retornos elevados. Não foi a formação da bolha “.com”. Isso veio após o S&P voltar a ficar abaixo da média em 1998.
Mas o que aconteceu nesse período para que o S&P fosse de caro a barato, mesmo tendo valorização expressiva? Dell. As ações da Dell se valorizaram mais de 10x, impulsionadas pelo forte crescimento de resultados. Uma valorização média anual de quase 100% — com os lucros da empresa acompanhando esse movimento (ou vice-versa).
Na visão do Coatue, esse movimento dos anos 90 se reflete hoje através do crescimento em S que a IA deve ter. Empresas que fazem com que o mercado pareça caro por conta dos altos múltiplos devem entregar crescimento suficiente não apenas para justificar esses múltiplos, mas também gerar retornos robustos para os investidores.
Ondas de desenvolvimento
Para que esse ciclo de desenvolvimento seja bom para os investidores, as companhias que compõem o índice precisam não apenas crescer, mas também se reinventar. Em ciclos de cinco anos, de ⅓ a ¼ das 25 maiores participantes do índice acabam mudando.
A IBM é um exemplo de empresa que falhou em se reinventar em um primeiro momento, mas deu a volta por cima. Em 2015, ocupava a 12ª posição; em 2020, já não figurava entre as 25 primeiras, mas, atualmente, ocupa a 22ª colocação.
Isso porque a companhia perdeu o ciclo de crescimento de cloud, mas retomou seus esforços em se manter atualizada com a onda de inteligência artificial.

Sabemos quais foram as grandes campeãs do passado, nas últimas ondas de desenvolvimento. Meta, Google, Amazon são algumas das grandes vencedoras da onda da Internet. Microsoft, AWS, Salesforce se destacaram na onda de cloud.
Mas ainda estamos no começo da onda de inteligência artificial. Os vencedores iniciais (no mercado de ações), por enquanto, são os responsáveis pela infraestrutura por trás da tecnologia: companhias de semicondutores como TSMC e Nvidia, e empresas de data centers como Microsoft e Oracle. Ainda temos todo o potencial das empresas focadas em aplicações e usos da inteligência artificial para o consumidor.
Entre as candidatas temos a Open AI, Palantir, Anthropic, entre outras. Companhias que vêm crescendo a ritmos impressionantes, mas que ainda precisam da “prova do tempo” para confirmar toda a expectativa sobre elas.
Apple (AAPL34) deve cair 90% até 2030
A apresentação traz inúmeras projeções interessantes sobre empresas de capital aberto e também sobre aquelas de capital fechado que devem, em breve, vir ao mercado. No entanto, uma em específico chamou a atenção mais do que outras: a Apple.
Hoje, a 3ª empresa mais valiosa do mundo, a Apple acabou sendo um destaque da apresentação, mesmo sem ter nenhuma projeção específica. Não trouxeram uma ideia de novo produto para a companhia, ou mesmo produto que iria destronar o iPhone. Mas foi justamente essa ausência que chamou tanto a atenção.
Em mais um exercício de futurologia, o Coatue trouxe uma lista das 40 empresas (ativos) que, em sua visão, serão as mais valiosas do mundo até 2030. O curioso é que a Apple não está entre elas.

Assumindo que eles colocam a Revolut, um banco digital, em 40º lugar, com um valor de mercado de US$ 242 bilhões, a Apple, nesse exercício, vale no máximo esses mesmos US$ 242 bilhões ou menos. Isso representaria uma queda de pelo menos -92% para as ações da companhia entre hoje e 2030.
Não apenas a Apple acabou sofrendo de projeções catastróficas, mas a Alphabet (dona do Google) também. Para que a Alphabet fique de fora da lista, suas ações precisariam cair -88% dos valores atuais.
Cenário nada fácil para investidores de ambas as empresas. Mas não sabemos ao certo se foi uma gafe de esquecimento ou se são realmente projeções apocalípticas para as companhias.
Eu, pessoalmente, acho que foi uma gafe. E, por mais que não sejam empresas que tenhamos no Nord Global, não acho que elas devam sofrer desta maneira nos próximos cinco anos.
E você? Acredita mesmo que a Apple será esquecida até 2030?
As 4 gigantes que já estão na sua carteira
Olhando para esta lista, não tem como não ficar animado com o que o futuro promete, mesmo sabendo que isso é apenas um exercício, e não uma previsão certeira.
Dentre todas essas 40 empresas, no Nord Global possuímos 4 das que estão entre as 20 maiores para 2030. E, caso o Coatue esteja certo, seremos muito felizes com os retornos que essas companhias poderão nos proporcionar.
Até hoje, o Nord Global acumula um retorno de +191%, enquanto o S&P entregou +88%. Isso é mais do que o dobro do principal índice de investimentos do mundo.
Mas, além das empresas internacionais, outro ativo que me chamou a atenção foi o bitcoin (BTC), em terceiro lugar da lista, mostrando que até mesmo investidores institucionais já passam a olhar com mais carinho para essa classe de ativo, da qual você não pode ficar de fora.
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