PCE: inflação nos EUA sobe 0,1%, com forte desaceleração em serviços

Resultado veio em linha com o esperado; apesar do resultado mais fraco de serviços, esteve atrelado a fatores transitórios

Christopher Gomes Galvão 30/05/2025 12:39 3 min Atualizado em: 30/05/2025 15:00
PCE: inflação nos EUA sobe 0,1%, com forte desaceleração em serviços

A inflação ao consumidor dos EUA medida pelo PCE apresentou uma alta de +0,10% em abril, em linha com as expectativas, após +0,01% no mês anterior e +0,26% em abril de 2024.

O núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, apresentou uma alta de +0,12%, também em linha com as expectativas, após +0,09% no mês anterior e +0,26% em abril de 2024.

Fonte: Bloomberg

No acumulado em 12 meses, o núcleo do PCE passou de +2,665% para +2,52%.

Fonte: Bloomberg

Na leitura mensal, o setor de serviços foi o destaque para o resultado mais fraco frente à leitura anterior, desacelerando de +0,23% para +0,065%. Esse foi o menor resultado desde abril de 2020 (-0,21%), ou seja, um resultado bem fraco.

Fonte: Bloomberg

Dentro de serviços, o destaque para o resultado mais fraco ficou para a categoria de serviços financeiros e seguros, que apresentou uma deflação de -1,05%, ante +0,175% no mês anterior. 

Esse foi o menor resultado para a categoria desde abril de 2020 (-2,05%), e se deu em razão da deflação em taxas e comissões de serviços financeiros.

Fonte: Bloomberg

Também vale destacar o resultado da categoria de serviços de recreação, que mostrou deflação de -0,07%, impactado pela queda dos preços de eventos esportivos ao vivo (spectator sports), ou seja, algo mais específico que não está ligado necessariamente à dinâmica da atividade econômica.

Fonte: Bloomberg

Olhando para os preços mais estruturais e relacionados com o ciclo econômico, o preço de aluguéis apresentou uma alta de +0,35%, ante +0,39% no mês anterior, apesar de ainda ser um patamar elevado.

Fonte: Bloomberg

Os preços da categoria de assistência médica, que possui o maior peso no cálculo do PCE ao lado de aluguéis, acelerou de +0,24% para +0,325%, o maior patamar desde janeiro de 2024 (+0,62%).

Fonte: Bloomberg

Enquanto isso, o setor de bens (que possui menor peso no cálculo do PCE) acelerou. Bens duráveis passaram de -0,05% para +0,48%, o maior resultado desde agosto de 2022 (+0,48%). Essa pressão veio principalmente do aumento dos preços de softwares e acessórios de computador.

Fonte: Bloomberg

Já bens não duráveis passaram de -0,48% para +0,07%, mas ainda com resultado fraco.

Fonte: Bloomberg

No geral, vimos um PCE sem grandes surpresas. O fraco resultado de serviços poderia significar uma excelente notícia para o objetivo de levar a inflação para a meta. No entanto, a desaceleração ocorreu por fatores transitórios, enquanto os preços mais estruturais, como de aluguéis, seguem mostrando atenção.

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