GPA (PCAR3) tem prejuízo de R$ 407 milhões no 1T24

O GPA reportou um prejuízo líquido maior dado às provisões contábeis e resultados financeiros pressionados. Veja a nossa visão.

Danielle Lopes 08/05/2024 13:07 3 min
GPA (PCAR3) tem prejuízo de R$ 407 milhões no 1T24

O GPA (PCAR3) reportou resultados abaixo do consenso de mercado, com uma receita líquida de R$ 4,5 bilhões no 1T24, um crescimento de +10,3%, um Ebitda de R$ 372 milhões, alta de +69,3% e um prejuízo de R$ 66 milhões, contra um prejuízo de R$ 248 milhões no 1T23. Todos os resultados foram comparados com o mesmo período em relação ao ano anterior. 

Considerando apenas operações continuadas, o prejuízo líquido atingiu R$ 407 milhões no 1T24, ante R$ 319 milhões no 1T23.

Outros destaques 

Os destaques do trimestre foram o ganho de participação de mercado do grupo, apesar do cenário bastante difícil em relação à reestruturação.

Fonte: GPA RI

A receita líquida apresentou um crescimento de +10,3%, devido ao aumento nas vendas totais em +8,2%, especialmente para a bandeira Pão de Açúcar, que apresentou um crescimento de +10,3% nas vendas, suportado pela abertura de 61 lojas nos últimos 12 meses, sendo 9 lojas no 1T24.

O Ebitda ficou em R$372 milhões, devido à melhora de custos e despesas. A companhia tem atuado com bastante diligência em seus projetos de orçamento base zero, além da redução em despesas operacionais nas lojas, principalmente em utilies e facilities. A margem Ebitda ficou em 7,7%, ante 6,0% no 1T23.

Considerando apenas operações continuadas, o prejuízo líquido atingiu R$ 407 milhões, ante R$ 319 milhões no 1T23. Com os ajustes de não-recorrentes de ICSM, imparimet e créditos IR/CSLL, o prejuízo ajustado da companhia foi de R$ 197 milhões, ante R$ 304 milhões no 1T23.

O que esperar de PCAR3?

O Pão de Açúcar tem realizado uma série de eventos com o objetivo de reestruturar a companhia. 

Em 16 de outubro de 2023, o Conselho de Administração do GPA aprovou a celebração de um pré-acordo para a venda da totalidade da participação remanescente do GPA no Éxito de 13,3% por US$ 156 milhões (R$ 789 milhões) para o Grupo Calleja, detentor do grupo varejista de supermercados líder em El Salvador, no âmbito de uma Oferta Pública de Ações (OPA) lançada pelo Grupo Calleja na Colômbia e Estados Unidos.

Em janeiro de 2024, a OPA foi concluída e a Companhia anunciou o recebimento de R$ 789 milhões. Dessa forma, a Companhia concluiu a venda da totalidade da participação remanescente de 13,3% detida no Éxito.

Em 2024, a companhia também fez emissão de ações, além da redução de posição de PCAR pelo grupo Casino, resultadno em sua saída do controle do GPA. Posteriormente, a companhia vendeu ativos que não fazem parte do seu negócio atual para reduzir a alavancagem.

Com um resultado ainda bastante poluído e muitos passos a serem seguidos em sua reestruturação, achamos a companhia bastante cara com os atuais 9x Ebitda diante de toda problemática de reestruturação. Ficamos de fora das ações da companhia.

Proventos de GPA

A companhia não anunciou o pagamento de proventos durante a reestruturação, e não tem histórico de dividend yield nos últimos 12 meses.

Sobre o GPA

Fundada em 1948, o GPA atua no varejo de alimentos, vestuário, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e outros produtos por meio de sua rede de supermercados, lojas especializadas e lojas de departamento no Brasil. Atua nos segmentos Varejo Brasileiro, Grupo Éxito e Outros Negócios. 

Como faço para comprar ações do GPA?

Para investir nas ações do GPA é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker PCAR3.

No momento, não há recomendação de compra para GPA nas carteiras da Nord Research.

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