Novo arcabouço fiscal: impactos sobre os investimentos

O governo brasileiro lançou seu novo arcabouço fiscal no final de março e especialistas falam sobre o impacto na economia.

Nord Research 11/05/2023 13:03 7 min Atualizado em: 11/07/2023 13:43
Novo arcabouço fiscal: impactos sobre os investimentos

O novo arcabouço fiscal foi revelado pelo ministro da economia brasileiro, Fernando Haddad, no final de março de 2023 e, em poucos dias, já causou inúmeras discussões sobre os possíveis impactos sobre a economia brasileira e o mercado financeiro no curto e longo prazo.

Portanto, se você é investidor, confira o artigo abaixo e entenda como as mudanças propostas pelo governo podem afetar suas finanças pessoais e seus investimentos.

Também aproveite e confira três recomendações de investimentos: títulos prefixados, títulos IPCA+ e ações de baixa capitalização de mercado, as chamadas Small caps. Vamos lá?

Sumário

Vídeo: Novo arcabouço fiscal, com Marilia Fontes

Neste vídeo, a Analista de Renda Fixa e mestre em economia, Marilia Fontes, discute o novo arcabouço fiscal revelado pelo ministro da economia brasileiro, Haddad, anunciado recentemente.

Em resumo, este vídeo é uma excelente fonte de informação para investidores que desejam entender o impacto do novo arcabouço fiscal na economia brasileira e como ajustar seus portfólios para maximizar seus retornos.

Novo arcabouço fiscal e aumento de arrecadação

O novo arcabouço fiscal trouxe um aumento significativo na arrecadação de impostos, totalizando R$ 150 bilhões. Esse aumento pode ser explicado pela retomada da economia após a crise causada pela pandemia, bem como pela implementação de medidas fiscais mais eficientes.

No entanto, é importante destacar que esse aumento na arrecadação também significa um aumento nos impostos para a população, impactando na economia, uma vez que a população terá menos dinheiro disponível para gastar e investir.

Além disso, o aumento de impostos pode afetar negativamente os investimentos, uma vez que as empresas terão menos recursos para investir em seus negócios. Em consequência, poderá haver uma desaceleração no crescimento econômico e na criação de empregos.

Piso de investimento e limite de gastos

O novo arcabouço fiscal estabelece um piso de investimento de R$ 75 bilhões + inflação do ano, e limite de gastos de 70% do crescimento da receita. Essas medidas visam garantir que o governo invista em áreas importantes para o desenvolvimento do país e, ao mesmo tempo, controle seus gastos.

O governo também determinou os chamados gastos anticíclicos, ou seja, independentemente do crescimento das receitas, as despesas sempre crescerão entre 0,6% e 2,5% (real) acima do ano anterior.

No entanto, é importante destacar que existem exceções nas áreas de educação e saúde, que não serão afetadas pelo limite de gastos. Ou seja, o governo continuará investindo nessas áreas prioritárias mesmo em tempos de crise.

Em relação ao impacto dessas medidas na economia e nos investimentos, é possível uma redução nos gastos públicos em outras áreas, o que pode afetar negativamente alguns setores da economia.

Por outro lado, o aumento do investimento em infraestrutura pode impulsionar o crescimento econômico e gerar novas oportunidades de negócios.

Ou seja, o piso de investimento e o limite de gastos são medidas importantes para garantir a saúde financeira do país, mas é necessário avaliar cuidadosamente seu impacto em diferentes setores da economia.

Comparação com a gestão anterior

A gestão anterior apresentou um arcabouço fiscal que não conseguiu atingir as metas de arrecadação e investimento. O novo plano fiscal apresentado pelo governo atual pretende aumentar a arrecadação em R$ 150 bilhões e estabelecer um piso de investimento de R$ 75 bilhões.

Uma das principais diferenças entre os dois planos é que o novo arcabouço fiscal estabelece um limite de gastos de 70% do crescimento da receita, com exceções para educação e saúde. Portanto, o governo terá que ser mais rigoroso com seus gastos e priorizar investimentos em áreas essenciais para a população.

O arcabouço fiscal proposto pelo governo projeta uma arrecadação de R$ 150 bilhões.

A boa notícia é que se o resultado das contas for superior ao que estiver previsto na meta, esse excedente será direcionado para investimentos. Mas se o resultado ficar abaixo da meta, o governo é obrigado a reduzir as despesas para no máximo 50% da expansão das receitas do ano seguinte.

Pontos positivos

  • Aumento da arrecadação, que pode contribuir para a redução do déficit fiscal e a estabilização da economia;
  • Estabelecimento de um piso de investimento pode incentivar o crescimento econômico e a geração de empregos;
  • O teto para despesas evita o crescimento da dívida pública;
  • Impede uma piora da situação econômica atual.

Pontos negativos

  • Aumento de impostos, afetando negativamente o poder de compra da população e a atividade econômica;
  • Limite de gastos pode limitar os investimentos em áreas importantes, como infraestrutura e segurança pública;
  • Ainda não é suficiente para ser responsável pela queda da dívida do PIB.

Ou seja, o novo arcabouço fiscal apresentado pelo governo atual se diferencia da gestão anterior por estabelecer metas mais claras e rigorosas em relação à arrecadação e investimentos, com um déficit que vai reduzindo ao longo do tempo.

Embora haja pontos positivos e negativos, é importante que o governo se mantenha comprometido com a estabilização da economia.

Queda da SELIC e oportunidades de investimento

A SELIC é a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil e serve como referência para diversas operações financeiras, como empréstimos, financiamentos e investimentos.

Quando a SELIC está alta, os juros cobrados nas operações financeiras também são altos, o que pode desestimular o consumo e o investimento. Por outro lado, quando a SELIC está baixa, os juros são menores, o que pode estimular a economia e os investimentos.

Ciclo de queda da SELIC: possíveis benefícios para algumas ações na Bolsa

Nos últimos anos, a SELIC tem passado por um ciclo de queda, chegando a atingir a marca histórica de 2% ao ano em agosto de 2020. Essa queda tem sido motivada pela necessidade de estimular a economia brasileira, que tem enfrentado dificuldades nos últimos anos.

A queda da taxa SELIC pode tornar investimentos de renda variável mais atrativos.

Com a SELIC baixa, os investimentos em renda fixa, como os títulos públicos, perdem atratividade, o que pode levar os investidores a buscar outras opções de investimento, como o mercado de ações.

Recomendação de investimento da Nord Research

Neste cenário de queda da SELIC e busca por novas oportunidades de investimento, a carteira da Nord 10x pode ser uma boa opção para os investidores. Ela é composta por ações de empresas com bom potencial de valorização, selecionadas por uma equipe de especialistas em investimentos.

Além disso, a carteira é diversificada, o que ajuda a reduzir os riscos dos investimentos. Com a SELIC baixa, as ações podem se tornar mais atrativas para os investidores, o que pode levar a uma valorização desses ativos.

Confira três recomendações de investimentos da Nord Research no atual cenário econômico brasileiro.

Títulos prefixados

Com a possibilidade de queda da Selic, os títulos prefixados podem ser boas opções porque eles atribuem os juros que o investidor receberá no momento que a aplicação é feita. Dessa forma, não dependem de outro indicador.

Assim, mesmo que a Selic realmente caia, o investidor terá o retorno previsto.

Títulos IPCA+

Também existem títulos IPCA +, opções ótimas para o cenário atual porque seu rendimento é composto por uma taxa de juros + a variação da inflação (IPCA). Com a expectativa da inflação um pouco mais ancorada, com a não alteração da meta da inflação, esses investimentos apresentam um cenário positivo no futuro.

Ações de baixa capitalização de mercado

Atualmente, com as bolsas nas mínimas históricas, várias ações foram muito prejudicadas com o aumento das taxas de juros. Dessa forma, com a perspectiva de iniciar um ciclo de queda da taxa de juros, provavelmente a partir do segundo semestre de 2023, as ações chamadas Small caps têm muitas chances de crescer.

Existem opções de ações com chances de crescimento de 100% com a queda da Selic porque elas são altamente sensíveis às taxas de juros. Ainda que tenha risco, essas ações tiverem quedas drásticas com o aumento das taxas de juros, portanto pode acontecer o inverso com a sua queda.

Conclusão

Neste artigo, discutimos as principais mudanças no plano fiscal do governo para o novo ano fiscal. Vimos que o aumento de R$ 150 bilhões na arrecadação pode resultar em um aumento de impostos, prejudicando a economia e os investimentos.

No entanto, o novo arcabouço fiscal também possui pontos positivos e acredita-se que a perspectiva de queda da taxa Selic a partir do segundo semestre pode ser suficiente para não haver piora no cenário econômico atual.

Aliás, falando em queda da SELIC, podemos esperar algumas oportunidades de investimento bem interessantes com esse novo cenário, como a carteira da Nord 10x.

Resumindo, o novo plano fiscal do governo tem o potencial de impactar a economia brasileira, logo é importante estar atento às mudanças e buscar as oportunidades de investimento mais interessantes.

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