Mudança no FGC em 2026 deve tornar captação mais cara
CMN altera regras do FGC a partir de 2026. Entenda como isso afeta seus investimentos em CDBs e veja o que muda para os bancos

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou uma mudança importante nas regras do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). A nova regulamentação traz impactos diretos para os investimentos em CDBs.
As alterações passam a valer a partir do dia 1º de junho de 2026 e buscam inibir a tomada de riscos excessivos por parte dos bancos e, consequentemente, preservar a estabilidade do sistema financeiro.
A seguir, você entenderá o que muda com a nova regra do FGC e como isso pode influenciar suas decisões de investimento em renda fixa.
O que é o FGC e como funciona a garantia?
O FGC (Fundo Garantidor de Créditos) é uma entidade privada, sem fins lucrativos, criada para proteger investidores em caso de falência ou intervenção de bancos e outras instituições financeiras associadas. Ele garante saldos em conta e os investimentos de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ em cada instituição ou conglomerado financeiro, respeitando um limite total de R$ 1 milhão a cada quatro anos.
Essa proteção se aplica a diversos produtos de renda fixa, com destaque para os principais:
O que mudou com a nova regra?
Entre as medidas aprovadas está a alteração na Contribuição Adicional (CA), taxa paga por instituições com maior perfil de risco. Atualmente, todas as associadas ao FGC contribuem mensalmente com 0,01% sobre o total dos depósitos cobertos pelo fundo, mas aquelas consideradas mais arriscadas também arcam com a CA.
Com a nova norma, essa contribuição extra dobrou de 0,01% para 0,02%. Além disso, o gatilho para a cobrança foi antecipado: antes, ela só era exigida quando as captações garantidas pelo FGC ultrapassavam 75% do Valor de Referência (VR); agora, o percentual caiu para 60%.
Outra mudança atinge as instituições excessivamente alavancadas. Nessas situações, quando o VR superar em dez vezes o patrimônio líquido ajustado, o valor excedente deverá ser aplicado em títulos públicos.
Como o Banco Master influenciou a alteração no FGC?
A nova norma foi estabelecida em meio às ações judiciais e investigações do Ministério Público sobre a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB).
O Banco Master costumava fazer captações oferecendo taxas elevadas, CDBs a 120% do CDI, usando a cobertura do FGC como atrativo. Contudo, com as alterações promovidas, a tendência é que esse comportamento mude.
O que o investidor deve fazer agora?
Para quem já investe ou pensa em investir em CDBs com garantia do FGC, é hora de reavaliar a carteira com atenção redobrada:
- Verifique se os emissores pertencem ao mesmo conglomerado financeiro.
- Diversifique os investimentos, escolhendo bancos de grupos distintos para manter a cobertura total do FGC.
- Acompanhe as movimentações do mercado e priorize instituições sólidas, mesmo que ofereçam uma rentabilidade um pouco menor.
- Consulte um consultor de investimentos para alinhar seus objetivos com o novo cenário.
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