Não deixe de investir nos próximos meses

Nord Insider

Nesta quarta-feira, 27, o pré-mercado de Nova York opera em alta, buscando uma recuperação após tombo na véspera em meio a preocupações de uma desaceleração econômica global.

Na agenda econômica, sai o IPCA-15, prévia da inflação oficial, de abril. Nos Estados Unidos, saem os estoques do atacado em março e acontece também o leilão primário de Treasuries de cinco anos, realizado pelo Departamento do Tesouro americano.

Balanços

No local, a Weg (WEGE3) divulgará o lucro líquido referente ao primeiro trimestre de 2022 (1T22) antes da abertura do mercado. Após o fechamento, será a vez da Dexco (DXCO3), Vale (VALE3) e Vamos (VAMO3) divulgarem seus resultados.

Principais assuntos de hoje:

• Focus: Mercado projeta inflação e Selic maiores;
• É a hora de investir em TUPY3?;
• Weg inicia produção para veículos elétricos;
• Não deixe de investir nos próximos meses;
• A maior "dor'' do investidor brasileiro.

Na volta do Boletim Focus, mercado projeta inflação e Selic maiores

O mercado financeiro elevou, mais uma vez, as projeções de 2022 para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação, e para a Selic, a taxa básica de juros da economia.

A estimativa para o IPCA saiu de +6,86 por cento no último Boletim Focus (divulgado no dia 28 de março) para +7,65 por cento, bem acima do centro da meta deste ano, de 3,50 por cento. Já a previsão para a taxa básica de juros saiu de +13 por cento para +13,25 por cento — em linha com o que está sendo precificado na curva de juros do mercado.

Para o fim de 2023, a previsão para a inflação saiu de +3,80 por cento para +4 por cento. Já a previsão para 2024 seguiu em +3,20 por cento.

No caso da Selic, as projeções para 2023 e 2024 ficaram iguais às divulgadas em 28 de março: +9 por cento ao ano e +7,50 por cento ao ano, respectivamente.

O analista Christopher Galvão, da carteira Renda Fixa Pro, compreende que o forte avanço das expectativas de inflação se deu por conta do IPCA de março, que mostrou que a inflação no país está muito disseminada e os núcleos ainda estão bem pressionados. Ou seja, a projeção do BC divulgada na última reunião do Copom, de Selic indo para +12,75 por cento na próxima reunião e reduzindo para +8,75 por cento em 2023, parece cada vez mais difícil de ser suficiente para conseguir cumprir com as metas de inflação dos próximos anos.

Nosso analista também destaca comentários feitos pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em 11 de abril deste ano, como um sinal de que a autoridade monetária pode revisar seu plano de voo para a política monetária.

PIB

Em relação ao crescimento da economia brasileira em 2022, a expectativa aumentou de +0,50 por cento para +0,65 por cento e para 2023 a previsão caiu de +1,30 por cento para +1,00 por cento, indicando que o mercado ainda vê dificuldade para a nossa atividade desempenhar bem no curto prazo.

Com a greve dos funcionários do Banco Central, a divulgação do relatório Focus estava suspensa desde o começo de abril. Agora, as estimativas do mercado divulgadas na terça-feira, 26, serão consideradas na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em que o mercado espera uma alta de 100 basis points, o que levaria a Selic para +12,75 por cento.

O Copom acontecerá nos dias 2 e 3 de maio.

Tupy dispara após aquisição da MWM. É a hora de investir em suas ações?

A fabricante de peças em ferro Tupy (TUPY3) informou na segunda-feira, 25, a aquisição da MWM do Brasil, pertencente à americana Navistar International, por 865 milhões de reais.

A MWM é referência em montagem, usinagem e teste de motores, além de fornecer serviços de valor agregado, tendo receita líquida operacional de 2,68 bilhões de reais em 2021.

Já a Tupy é a maior fabricante de blocos e cabeçotes de motores do mundo. Com a aquisição, a empresa se posiciona em dois novos setores: os geradores elétricos a diesel e a reposição de peças e componentes de motores, um negócio contracíclico.

Mas, afinal, por que a Tupy quis comprar a MWM do Brasil? O que deve mudar na operação após o M&A? É a hora de investir em suas ações?

Contração de margem

O analista Guilherme Tiglia, da carteira Nord Dividendos, cita que a Tupy apresentou resultados levemente mais fracos do que o esperado no 4T21. Ele destaca a incorporação da Teksid e volumes ainda prejudicados por conta de gargalos relacionados à cadeia de suprimentos. Enquanto a ponta da oferta é prejudicada pela falta de componentes, a ponta da demanda ainda segue reprimida. Observamos também uma contração de margens, mesmo desconsiderando a incorporação da Teksid.

Vale ressaltar que a indústria como um todo foi altamente prejudicada em 2020, apresentando recuperação nos períodos seguintes.

Pontos negativos: na visão do nosso analista, os principais riscos para a tese são a falta de semicondutores e questões macroeconômicas globais, por exemplo, a China, que mostra sinais de uma certa desaceleração no crescimento econômico nos próximos meses diante das medidas de Covid-zero e de novos surtos da doença.

Pontos positivos: por outro lado, a Tupy vem buscando iniciativas de diversificação do portfólio de produtos, bem como adaptação da sua produção às novas tendências no setor automotivo, tais como eletrificação e descarbonização da economia.

Nesse sentido, a aquisição da MWM do Brasil é importante, pois verticaliza a operação da Tupy, além de proporcionar “uma proposta única de valor composta pela integração das atividades de fundição, usinagem, montagem, calibração, validação técnica e serviços de engenharia”, segundo a multinacional brasileira.

O crescimento esperado pelo mercado é entre 10 a 15 por cento a.a negociando a 5x EBITDA com receita dolarizada, o que parece interessante. Contudo, buscando um entendimento mais profundo, nosso analista destaca que se trata de uma empresa que apresentou certa volatilidade nos seus resultados, além de ter ficado aquém do crescimento esperado ao longo dos últimos anos.

No passado, o ativo fez parte da carteira Nord Dividendos, série comandada pelo Guilherme Tiglia na Nord, mas foi retirado por uma questão de alocação de capital por conta da Teksid, o que impactaria nos dividendos.

Gostamos da gestão e da empresa, mas nos preocupamos com o fator macro (global e falta de semicondutores com impacto direto na cadeia) que pode seguir pesando, além da falta de visibilidade com relação a algumas dessas iniciativas. É sempre bom ir acompanhando para entender melhor, mas, no momento, não nos sentimos confortáveis em recomendar compra para TUPY3.

Weg inicia produção de baterias para veículos elétricos

Outra empresa que está disposta a acelerar a mobilidade elétrica no país é a multinacional brasileira Weg (WEGE3). A empresa iniciou neste ano a produção de packs de baterias para veículos pesados.

Os primeiros veículos a receberem o equipamento são dez ônibus elétricos que vão circular pela cidade de Sorocaba (SP).

Segundo o diretor da Weg Automação, Manfred Peter Johann, a produção nacional é inédita e será inicialmente voltada apenas a caminhões, ônibus e embarcações.

O analista Fabiano Vaz, da carteira Nord Deep Value, vê com bons olhos a nova vertente de negócio da Weg. O projeto só está começando, mas já mostra o foco da empresa em buscar novos negócios e tecnologias para continuar atualizada e logicamente crescendo seus resultados.

Os veículos elétricos já são uma realidade, mas ainda vão demorar alguns anos para estarem ao alcance da grande maioria dos consumidores. Tanto que, para os automóveis, a Weg pretende atender demandas quando houver produção local de veículos de passageiros.

Contudo, podemos apontar como uma vantagem a fabricante entrar nesse mercado agora para se tornar um player relevante no futuro.

Parcerias

A Weg tem acordos com as montadoras Renault e Stellantis (Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) para fornecimento de carregadores para as concessionárias dessas marcas e para clientes, e com a BMW atua em um projeto de uso de energia solar em carregadores.

Nosso analista destaca que as montadoras enfrentam gargalos para a produção de baterias para carros elétricos. Um dos grandes desafios da indústria é justamente encontrar tecnologias em que a fabricação seja escalável e de baixo custo.

Esse é um dos grandes desafios para os veículos elétricos se igualarem aos de combustão em relação ao preço e talvez também seja o maior risco para a Weg concorrer em termos de tecnologia com indústrias do mundo inteiro para produzir no Brasil.

Ações da Weg

No nosso entendimento, a Weg é uma ótima empresa, com resultados resilientes e crescentes ao longo do tempo e isso tem um preço: os múltiplos elevados que ela negocia.

O Ebitda da empresa cresce em média +20 por cento a.a e negocia a 27x Ebitda e 35x lucros.

Para o nosso analista, o crescimento de Weg é bom, mas temos outras oportunidades listadas na bolsa que crescem mais por múltiplos muito menores.

Nossas preferências

Para quem está disposto a investir em boas empresas ou procura novas oportunidades na bolsa, gostamos de PetroRio (PRIO3), cresce em média +54 por cento a.a e negocia 7x Ebitda; Locamerica (LCAM3), cresce +37 por cento a.a e negocia 8x Ebitda; Ambipar  (AMBP3), cresce +161 por cento a.a e negocia 11x Ebitda; e Kepler Weber (KEPL3), cresce +48 por cento a.a e negocia 6x Ebitda.

Entrando no detalhe

Não deixe de investir nos próximos meses

Movimentos de turbulência na Bolsa de Valores são bastante comuns, e a alta volatilidade atual causada pelo risco global, com o conflito entre Rússia e Ucrânia e o aumento da inflação, está assustando muitos investidores.

É tentador zerar sua posição em ações em momentos de instabilidade (sabemos bem), mas antes de desistir de um investimento, pense nisto:

As pressões inflacionárias continuam agudas e pressionam os bancos centrais, liderados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), a apertar fortemente suas políticas monetárias. Por ora, o mercado acionário global tem absorvido esse forte aumento

das taxas de desconto, mas não sabemos até quando isso vai durar.

Por aqui, o mercado brasileiro está sendo levado por forças e fluxos macroeconômicos. A forte alta nos preços das commodities traz um enorme benefício para a nossa balança comercial e explica, em grande parte, a boa performance do Real e do Ibovespa. Por outro lado, a persistência inflacionária mantém as taxas de juro mais elevadas.

Além disso, as eleições devem movimentar os mercados em 2022. À medida que a fase aguda do ciclo eleitoral se avizinha, surgem os questionamentos: como investir com segurança neste momento? Qual postura adotar? Devo parar de investir para não perder mais dinheiro?

De acordo com Luiz Felippo, analista responsável pela carteira Nord Fundos, é fundamental para o investidor se manter alocado na bolsa, mesmo em momentos de instabilidade. Ficar mudando a sua alocação para procurar a classe da moda fará você perder as grandes oportunidades do mercado, pois o sucesso dos investimentos não está em acertar o momento de comprar ou vender, mas sim de manter seu capital alocado.

Nesse sentido, vemos que um erro comum dos investidores é fazer market timing (tentar adivinhar as mínimas e máximas do mercado) porque não dá para você saber ao certo quando a bolsa vai andar. O fato de você investir é simplesmente se manter alocado.

Segundo o nosso analista, se você ficou assustado com alguma brusca variação de seus investimentos, o que se pode fazer ao longo do tempo —  e é até saudável —  é ir alterando a composição da carteira marginalmente (aos poucos).

Por exemplo, se você considera que a bolsa está muito esticada, você pode ter menos de bolsa e mais de renda fixa ou multimercado, por exemplo. Mas nunca faça mudanças muito bruscas porque se manter alocado é onde está grande parte do retorno.

A seguir, vemos um gráfico que mostra exatamente isso. Quando excluímos os 10 melhores dias da bolsa, notamos que a “bolsa perde dinheiro”.

Portanto, o grande ponto-chave é ter uma alocação que te permite carregar suas posições ao longo do tempo, ao mesmo tempo que isso não te tira do jogo.

Pense nisso antes de desistir de um investimento.

Relevante agora

A maior “dor” dos investidores

O mercado está mais difícil, o que significa que agora a margem de erro está menor. Não dá para fazer as mesmas coisas e ficar torcendo para tudo terminar bem.

Diante desse cenário, identificamos um ponto em comum escutando nossos leitores: as pessoas não sabem em quem confiar.

Muitos até querem delegar seus investimentos para um profissional qualificado tomar conta, mas é arriscado. Não dá pra contar apenas com a sorte.

Como separar o joio do trigo? Como saber quem está trabalhando a favor do seu dinheiro e quem está trabalhando contra?

Para nós, só tem uma forma: saber exatamente o que você está fazendo. Ninguém vai cuidar do seu dinheiro melhor do que você mesmo.

Não tem como você reconhecer um bom trabalho se você não entende o que é um bom trabalho.

Investir pode parecer difícil para você. Talvez você tenha feito alguns cursos e mesmo assim não se sinta seguro. Talvez você tenha levado uma bela rasteira do mercado. A gente sabe que, às vezes, você não sabe em quem confiar.

Os sócios-fundadores da Nord Research (Bruce, Marilia e Breia) decidiram fazer algo diferente de tudo o que já foi feito. O Projeto BMR é a maior iniciativa da história da Nord e foi pensado para dar a confiança que você precisa.

Você pode fazer parte disso. Você DEVE fazer parte disso. Para conhecer mais detalhes, é só clicar aqui.

Meme do dia

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