Ações da MRV caem 12% após prévia operacional fraca no 3T25
Mercado reage negativamente à prévia do 3T25 da MRV, com fuxo de caixa abaixo do esperado; Nord 10X mantém recomendação de compra

As ações da MRV (MRVE3) despencaram -12,26% nesta terça-feira, 7, sendo negociadas a R$ 6,30 no início da tarde, após a divulgação da prévia operacional do terceiro trimestre de 2025 (3T25).

Prévia operacional do 3º trimestre de 2025
A MRV divulgou suas prévias operacionais do 3T25 com números fortemente afetados por diversos impactos negativos e abaixo do esperado pelo mercado, o que levou a uma reação negativa na ação no pregão de hoje.
Os lançamentos na incorporação brasileira totalizaram R$ 2,4 bilhões, uma queda de -9% a/a e -32% t/t, enquanto o mercado esperava um volume de lançamentos similar ao do trimestre passado (2T25).
A empresa afirmou que a meta de lançar R$ 11 bilhões no ano está mantida. Com isso, entendemos que foi apenas um transbordo entre trimestres.
As vendas totalizaram R$ 2,4 bilhões, estáveis no a/a e queda de -9% no t/t, mas o número foi negativamente afetado pelo atraso no repasse de unidades para Caixa, por conta de impedimentos nos programas habitacionais estaduais e pela grande concentração de vendas em setembro (apenas falta de tempo para realizar os repasses dentro do trimestre neste caso).
Do lado positivo, o ticket médio das vendas foi de R$ 278 mil, forte alta de +10% a/a/ e +3% t/t.
A geração de caixa da Incorporação Brasil foi de R$ R$ 11 milhões, mas vale ressaltar que: (i) a contribuição líquida da cessão de carteira foi quase neutra no trimestre (vs. R$ 47mm no 2T25 e R$ 77mm no 1T25), (ii) as mudanças de regras de pagamento da Caixa (unidades já repassadas) impactaram negativamente R$ -31 milhões, (iii) as unidades não repassadas dos programas estaduais impactaram negativamente em R$ -93 milhões; e (iv) estimamos que cerca de R$ 100 milhões escorregaram para o 4T25, por conta da falta de tempo para realizar os repasses no trimestre.
Nas subsidiárias da empresa, sem surpresas, registrou uma queima de caixa de R$ -20 milhões na Luggo (investindo em três projetos atualmente), R$ -9 milhões na Urba e de US$ -1,5 milhão na Resia (empreendimento Tributary já estabilizado e com processo de venda iniciado, demais apresentando boa velocidade de locação e estarão aptos para venda dentro do planejado para 2025-2026).
Operacionalmente não enxergamos nada preocupante, apenas o transbordo de lançamentos/vendas entre trimestres e o impacto dos atrasos nos repasses dos cheques estaduais.
Em relação a geração de caixa, diversos fatores estão poluindo a análise, principalmente o gap de unidades repassadas acumulando -5,2 mil unidades no ano. Mesmo ajustando os números por todos os impactos, o guidance de geração de caixa da Incorporação Brasil (R$ 500 a 700 milhões) talvez precise ser revisto.

Contudo, vale ressaltar que, em 2024, o mercado duvidava fortemente que a companhia iria conseguir alcançar o piso do guidance de geração de caixa (R$ 300 milhões). Mas com um desempenho muito forte no 4T24, a MRV não apenas alcançou, como também superou o topo do guidance em R$ 19 milhões, entregando uma geração de caixa de R$ 419 milhões no ano.
Os atrasos na geração de caixa estão postergando a redução da alavancagem da empresa, mas não afetam a perspectiva da MRV de reduzir drasticamente seu endividamento até o fim de 2026 (plano de desinvestimentos na Resia + normalização/evolução da geração de caixa no Brasil).

Oportunidade de entrada em MRVE3?
Desta forma, enxergamos a queda desta terça (acentuada por um dia de queda generalizada) como uma oportunidade para quem ainda não montou sua posição em MRVE3. O papel faz parte do portfólio do Nord 10X.