Minerva (BEEF3): resultado melhora no 3T25, mas ação cai -13%
Números foram impulsionados pela incorporação recente das plantas da Marfrig e por um melhor cenário de preço no trimestre
A receita líquida da Minerva (BEEF3) atingiu R$ 15,5 bilhões no 3T25, aumento de +82,5% na comparação anual, enquanto o Ebitda cresceu +71%, alcançando R$ 1,4 bilhão, com margem de 8,9% (-0,6 p.p.). Já o lucro líquido totalizou R$ 120 milhões no trimestre, um crescimento de +28% em relação ao mesmo período do ano passado.

Lucro cresce +380%
A receita líquida da Minerva cresceu +82,5% no último trimestre, puxada (i) pelo aumento de +45% no volume de vendas (tanto no mercado interno como no mercado externo) e (ii) pelo preço médio de venda mais alto (+25% no mercado interno e +27% no externo).
O Ebitda totalizou R$ 1,4 bilhão, crescimento de +71%. Apesar do aumento absoluto, a margem Ebitda caiu de 9,6% para 8,9%, com custos mais elevados compensando uma diluição mais acelerada de despesas após a integração dos ativos da Marfrig.
Já o lucro líquido atingiu R$ 120 milhões no 3T25, aumento menor (+28%) em relação a outras linhas financeiras, em especial, pelo resultado financeiro negativo de R$ -1,1 bilhão (+93% maior que o registrado no 3T24).

Alavancagem melhorando, mas ainda alta
No 3T25, a companhia registrou um fluxo de caixa operacional de R$ 3,4 bilhões (vs. R$ 1,9 bilhão no 3T24). Já o fluxo de caixa livre foi positivo em R$ 2,5 bilhões, em função do bom desempenho operacional e melhora na necessidade de capital de giro.
Analisando a situação financeira do frigorífico, sua posição de caixa ficou em R$ 14,9 bilhões, enquanto sua dívida líquida totalizou R$ 11,8 bilhões.
Com isso, a alavancagem (dívida líquida/Ebitda) atual da Minerva ficou 2,5x – redução de -0,7 p.p. em relação ao trimestre anterior e já retomando seus níveis “normalizados”.
O que esperar da Minerva em 2025?
A Minerva entregou mais um trimestre de números operacionais e financeiros sólidos, mas que, aparentemente, não superaram as expectativas do mercado.
Com exceção de um lucro líquido pressionado por efeitos não recorrentes, a empresa conseguiu apresentar forte crescimento em suas principais linhas financeiras, além de acumular, agora, uma geração de caixa livre de R$ 2,9 bilhões nos últimos 12 meses.
O crescimento do Ebitda e redução da dívida líquida também contribuíram para uma queda de sua alavancagem para níveis que fazem com que o frigorífico volte a cogitar a retomada de suas distribuições de dividendos.
Vale lembrar que, antes da aquisição das plantas da Marfrig, a Minerva era conhecida como uma ótima pagadora de dividendos no mercado brasileiro, com uma política de distribuir 50% de seu lucro em proventos quando sua alavancagem fosse igual ou menor a 2,5x.
Contudo, é importante destacar que a tese em Minerva ainda depende da integração bem-sucedida dos ativos da Marfrig (MRFG3) e execução de suas próprias projeções.
Vale a pena comprar Minerva (BEEF3)?
Apesar do potencial de receita crescente após a aquisição das plantas de sua concorrente na América do Sul (já possui 21% de market share), o mercado ainda parece esperar por números mais estáveis antes de precificar suas ações de forma mais adequada.
Vale destacar que seus papéis negociam a um múltiplo EV/Ebitda baixo (ainda mais após a queda de -13% no dia da divulgação), de apenas 4x (abaixo de sua média histórica).
Após as altas no início do ano, realizamos nossa posição na carteira do Nord Small Caps e, no momento, não temos recomendação de compra para BEEF3.

