O boom do wellness: como a saúde virou o novo luxo (e um excelente negócio)
O wellness virou negócio bilionário. Descubra por que academias boutique estão redefinindo o luxo e como lucrar com wellness
“SIIIII”. Cristiano Ronaldo lançou no Brasil a Erakulis PRO, uma plataforma digital voltada para profissionais de saúde, nutrição e preparação física.
Lionel Messi também entrou em campo com a linha de bebidas de hidratação Más+ by Messi e uma parceria com a Stanley para produtos térmicos de alta performance.
Fora dos gramados, celebridades como Kate Moss e Kourtney Kardashian entenderam antes de muitos: roupa de academia virou símbolo de status. Em 2025, malhar é um privilégio — e ostentar tempo para isso se tornou um novo código de poder.
O salto alto e a alfaiataria perdem espaço para roupas funcionais e confortáveis. O luxo, agora, é leve. E esse novo estilo de vida está alimentando um mercado que não para de crescer.
Wellness: um mercado bilionário em crescimento no Brasil
Nos EUA, o setor de saúde e bem-estar já movimenta mais de US$ 35 bilhões por ano. No Brasil, somos o 2º maior mercado de academias do mundo, com mais de 64 mil empresas ativas e um faturamento de R$ 8 bilhões anuais. O crescimento médio é de 14% ao ano.

A tendência é clara: academias de luxo e boutique studios estão ocupando um espaço estratégico na nova economia da saúde. Além disso, temos muito espaço no Brasil para aproveitar tal tendência.
O wellness deixou de ser nicho e virou investimento com alto potencial de retorno.
Studios boutique: exclusividade, experiência e margem alta
Diferentemente das grandes redes de academia, que apostam em escala e preços acessíveis, os studios boutique oferecem atendimento personalizado, treinos especializados e ambiente exclusivo.
Yoga, pilates, funcional, HIIT — tudo em turmas reduzidas e espaços que se assemelham mais a clubes sociais do que a salas de musculação.
Nos EUA, a rede de academias premium Equinox oferece planos que chegam a US$ 40 mil por ano, incluindo avaliação biomédica, massoterapia, planos baseados em exames laboratoriais e tecnologia de ponta. No Brasil, a tendência começa a se firmar.

De “low cost” a “high touch”: a evolução do modelo de academia
A Smart Fit (SMFT3), única referência com dados públicos no Brasil, construiu seu império com o modelo “high value, low price”. Cresceu rápido, fatura quase R$ 6 bilhões por ano e opera milhares de unidades.
Sua margem líquida gira em torno de 10% — eficiente para um modelo de volume, mas limitado. Para capturar um público mais exigente (e disposto a pagar mais), a empresa já investe na Bio Ritmo e em novas marcas como Race, Vidya Yoga e Velocity.
Sudios de luxo são lucrativos? Os números dizem que sim
A influencer Manu Cit projeta faturar R$ 12 milhões em 2025 com a Simple Gym, que já soma 2.500 clientes em apenas oito meses e planeja novas unidades no Rio de Janeiro.
A Six Sport Life, academia de altíssimo padrão em São Paulo, cobra até R$ 3.500 de mensalidade. Com investimento inicial de R$ 20 milhões e capacidade para 500 alunos, o payback pode acontecer em tempo recorde.
Com margens líquidas que podem chegar a 20% nesse mercado premium, o lucro anual de um studio pode superar os R$ 4 milhões, números que chamam a atenção até de investidores experientes.
Menor rotatividade, maior fidelização: o jogo mudou
Academias boutique oferecem maior margem, menor churn e fidelização real. Isso significa menos gasto com marketing e mais lucro por cliente. Além disso, abrem portas para outros negócios: suplementos, roupas, personal trainer, eventos VIP, entre outros.
A grande virada? Audiência própria. No caso de Manu Cit, o marketing está no Instagram. O investimento em mídia é zero. Ela é o canal.
E os custos? Altos, mas com retorno proporcional
Montar um studio de luxo exige investimento até 10 vezes maior do que o modelo tradicional. Mas o retorno é compatível, quando o projeto é bem executado.
O maior desafio está na gestão de pessoas. Atendimento impecável, localização nobre, estrutura premium e equipe qualificada são inegociáveis. Mas quem entrega isso, colhe bons frutos.
Margem, experiência e conveniência: os pilares do novo fitness
Hoje, pagar R$ 2 mil por mês para treinar em um ambiente motivador, bonito e funcional não é exagero — é eficiência. É tempo economizado. É saúde física e mental em um só lugar.
Studios boutique vendem mais que treino: vendem experiência, praticidade e pertencimento. E isso tem valor — valor que se traduz em margem alta e negócio sustentável.
Como entusiasta do mercado de wellness, eu certamente estarei de olho nas próximas movimentações dessas marcas, e também das novas que ainda vão surgir.
O que estamos vendo não é apenas uma moda fitness, mas o nascimento de uma nova indústria: a da saúde como serviço premium.
E quem entender isso agora pode não só transformar o próprio corpo, mas também o próximo grande negócio.

