Retrospectiva do mercado financeiro em 2023

Relembre como foi o ano que passou e saiba o que esperar para os seus investimentos em 2024

Fabiano Vaz 02/01/2024 10:12 6 min Atualizado em: 04/01/2024 11:41
Retrospectiva do mercado financeiro em 2023

O final de ano é aquele período para reviver e trazer de volta muitas coisas que, geralmente, deixamos de lado ao longo do ano.

A uva-passa no arroz, a lentilha, o especial do Roberto Carlos e, claro, a tradicionalíssima retrospectiva do ano.

Como não sou o Sérgio Chapelin, vou me ater aos fatos e notícias que movimentaram o mercado financeiro.

Quem diria…

Chegamos ao fim de 2023 com o Ibovespa aos 134 mil pontos, número difícil de imaginar quando relembramos os primeiros meses do ano.

Saímos de 2022 aos 109.734 pontos, chegamos a cair para os 97.926 pontos e alcançamos os 134.185 pontos no último pregão do ano. Haja coração…

E quem diria que terminaríamos o ano com o Ibovespa subindo +22,3%, o índice Small Cap +17,1% e o CDI +12,9%.

O gráfico abaixo, com o desempenho do Ibovespa, deixa claro que o ano não foi fácil. Na verdade, foi uma montanha-russa de emoções.

II Fonte: Bloomberg

Para entender como foi o movimentado ano de 2023, vamos por partes.

1º semestre de 2023

Não deu tempo de curar a ressaca do réveillon; o mercado já abriu 2023 colocando à prova todos os pedidos e promessas de Ano Novo feitos por investidores e analistas.

O dia 2 de janeiro de 2023 começou com o Ibovespa fechando em queda de -3%, que foi a maior queda do índice no ano. Nos dois primeiros dias de 2023, já acumulávamos -5% de queda.

Os juros escalaram com as sinalizações do novo governo colocando dúvidas sobre as privatizações, reformas e o cenário fiscal para o país com o aumento de gastos. 

Ainda em janeiro acompanhamos o caso Americanas (AMER3) e a crise do mercado de crédito.

Com a melhora de algumas incertezas e a contribuição da queda dos juros nos EUA, presenciamos uma recuperação ao final de janeiro, que durou pouco.

As incertezas sobre o cenário fiscal do país e a crise bancária nos EUA colocaram os mercados em estado de alerta nos primeiros meses de 2023. Fevereiro foi o pior mês do ano com queda de -7% do Ibovespa e -10,5% do índice Small Cap.

II Fonte: Bloomberg 

Como a Marilia Fontes sempre fala, “a taxa de juros é a mãe da bolsa”, mas pelo último gráfico poderíamos dizer que o juro americano é a avó da bolsa brasileira.

Os primeiros seis meses do ano foram de fortes emoções. Mesmo com os juros subindo em janeiro no Brasil, o Ibovespa foi na contramão e acompanhou a queda dos juros americanos.

E após as mínimas do mês de março, a bolsa brasileira se recuperou acompanhando a queda do nosso juro.

Fechamos o primeiro semestre de 2023 com o Ibovespa acumulando alta de +7,6% e o Small Cap, de +13,3%.

O desempenho positivo se deu principalmente pelos seguintes fatores: (i) arcabouço fiscal, que mesmo não sendo o ideal reduz o risco de cenários extremos; (ii) redução de ruídos políticos, contrarreformas e intervenções estatais; (iii) melhora no exterior com dados macroeconômicos e o controle da crise bancária americana.

2º semestre de 2023

Após um começo de ano conturbado, os investidores tiveram um segundo semestre um pouco mais tranquilo… só um pouco.

Começamos bem, com um mês de julho positivo, reflexo da queda dos juros futuros no Brasil e nos EUA. No mês, ainda tivemos o último aumento da taxa básica de juros pelo Banco Central americano; em agosto, o Copom iniciou o seu ciclo de corte da Selic.

II Fonte: Bloomberg

Apesar do início do ciclo de corte da Selic, agosto, setembro e outubro foram meses ruins. 

A resiliência da economia dos EUA e seus impactos na inflação, as incertezas sobre a economia chinesa somadas à falta de liquidez no mercado impulsionaram os juros e pressionaram as bolsas ao redor do mundo.

II Fonte: Bloomberg 

Mas em novembro tudo mudou, o rali de fim de ano começou.

Salvo pelo rali

Os dados da inflação e da atividade nos EUA reduziram a probabilidade de mais aumento dos juros e, com a contribuição de um tom mais leve do Fed em sua decisão de política monetária, derrubaram os juros e impulsionaram as bolsas.

II Fonte: Bloomberg

No Brasil, o cenário externo favorável foi o grande catalisador para a performance do mercado brasileiro, que ainda contou com a contribuição de dados econômicos domésticos, reforçando a perspectiva de manutenção do ciclo de queda de juros pelo Copom.

A mudança na dinâmica dos juros aqui e lá fora se refletiu no melhor desempenho em um mês para o Ibovespa em 2023, com alta de +12,5% em novembro.

O rali continuou em dezembro, com a manutenção das perspectivas mais favoráveis para a política monetária aqui e lá nos EUA. 

Com juros em queda, fechamos 2023 com o Ibovespa alcançando as máximas históricas.

O que fica de 2023? Munger ensina…

2023 foi um ano em que exercitamos nossa paciência, seja nas mínimas ou nas máximas do índice Ibovespa.

Nesse sentido, Charlie Munger deixou grandes ensinamentos. Não poderíamos esquecer de mencionar e homenagear um dos maiores investidores de todos os tempos, que perdemos em 2023.

“O grande dinheiro não está na compra ou na venda, mas na espera.” — Charlie Munger

Movimentos de instabilidade na bolsa de valores são bastante comuns, e sempre evitamos tomar qualquer decisão impulsiva, pois a volatilidade do mercado tende a nos influenciar.

“Você precisa de paciência, disciplina e agilidade para enfrentar perdas e adversidades sem enlouquecer.” — Charlie Munger

Em meio à dinâmica frenética do mercado, podemos ser facilmente influenciados a tomar decisões que na maioria das vezes serão equivocadas. A paciência e a disciplina, além de serem grandes virtudes, podem ser lucrativas.

Charlie Munger deixa saudade, mas também deixa ensinamentos valiosos a nós, meros mortais.

E o que vem em 2024?

Para 2024, levamos os aprendizados que acumulamos ao longo do tempo e nos esforçamos para não fazer previsões sobre o ano que se inicia.

Howard Marks, que também está entre os maiores investidores de todos os tempos, aborda o tema em um de seus memos, chamado “A ilusão do conhecimento”.

Para Marks, dado que o futuro é incerto, precisamos nos concentrar no que temos e sabemos hoje. 

“Você não pode prever. (Mas) Você pode se preparar.” — Howard Marks

Como não temos a capacidade de prever e sabemos que no longo prazo as ações acompanham os resultados, nos posicionamos em boas empresas.

Empresas rentáveis e lucrativas, que nos proporcionem visibilidade de crescimento.

Ao longo do tempo, nosso aprendizado contínuo vem se transformando em ótimos resultados, no ANTI-Trader

IIFonte: Bloomberg

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A única coisa que realmente vamos projetar é que você e sua família tenham um feliz 2024!

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