Melhor investimento para os próximos 10 anos
Onde investir nos próximos 10 anos: CDI, Bolsa brasileira, dólar ou ações nos EUA? Entenda o cenário fiscal
Passei duas semanas em Barcelona e no sul da França. Maravilhoso. Começando pelos vinhos rosés e terminando nos castelos e na água azul do Mediterrâneo. Mas, como todo brasileiro sabe, tudo está caro. Muito caro.
Esse é exatamente o meu ponto neste artigo.
E as tarifas impostas por Trump? E quanto à prisão de Bolsonaro? Tudo isso é irrelevante para o investidor. Explico ao final.
O IBOV perde para o CDI?
Na minha última participação aqui, no dia 4 de julho, antes de viajar, comentei sobre o aumento do interesse dos investidores estrangeiros pela Bolsa brasileira e a possibilidade de valorização do mercado em um cenário de ajuste fiscal.
Como foi em 2002 (Lula 1 teve ajuste fiscal) e 2016 (impeachment e ajuste do Temer).
Depois disso, muita gente veio me xingar. Disseram que eu estava errado e que o IBOV perde para o CDI.
Nos últimos 10 anos, o IBOV não perdeu, porém, também não ganhou muito. Mas isso não importa. A grande questão são os próximos 10 anos.
Qual é o melhor investimento para os próximos 10 anos?
O Brasil está empobrecendo desde 2010
O FMI já entendeu. O Estadão também. O mercado financeiro também (e precificou). Você entendeu?
A política econômica atual de mais gastos e mais impostos vem dando errado no Brasil desde o segundo mandato de Lula. E resultou na maior crise da história com a Dilma.
O governo gasta demais, a dívida sobe, o CDI sobe até que a economia para de crescer. Aí começa a crise.
O CDI ainda é uma boa alternativa?
Para aqueles que acreditam que o CDI é um bom investimento, pense de novo. Desde 2010, o S&P 500 acumula um desempenho muito superior aos demais (+1.698%), enquanto o CDI apresenta um crescimento estável e constante (+312%).
Com o Brasil empobrecendo, nem o CDI salva. É melhor partir para o dólar.
Desde que Lula parou de economizar (fazer superávit primário), o Brasil está empobrecendo rapidamente (viajar está caro).
Mas estamos no final deste ciclo. Agora, ou vai ou racha.
A política fiscal como divisor de águas
A dívida pública brasileira está subindo. Atualmente, equivalente a 76,1% do Produto Interno Bruto (PIB), ela custará 11,4% do PIB anualmente (o CDI é 15% — é só multiplicar pelos 76%).
E, como vimos no imbróglio do IOF, o dinheiro acabou. A dívida pública é impagável com o CDI altíssimo.
E o CDI está alto porque o governo gasta demais e a inflação sobe.
É só a economia começar a fraquejar que partimos para a mesmíssima crise que tivemos no governo Dilma.
Se não tivermos ajuste fiscal (corte de gastos), o Brasil quebra.
Aí nem o CDI salva — é muito melhor investir em dólar. Entendeu?
Melhor investimento para os próximos 10 anos: entenda os cenários possíveis
Em 2026, o governo já não tem dinheiro para pagar as contas. Precisamos de um ajuste fiscal já em 2027.
Se tivermos ajuste fiscal: o Brasil voa. Teremos CDI caindo e a Bolsa subindo forte.
Se não tivermos ajuste fiscal: o Brasil quebra. Invista nos EUA (nos juros ou nas empresas do Nord Global).
Em nenhum dos dois cenários o CDI é a melhor opção.
E o melhor dessa história toda é que, hoje, o IBOV não precifica nenhuma probabilidade de que teremos ajuste fiscal, estando no menor múltiplo da história.
Hora de comprar. Mas, só para quem pensa a longo prazo.
O que é barulho e o que realmente importa?
As tarifas de Trump, Bolsonaro preso e retaliações de Lula… Tudo isso é barulho de curto prazo.
A Bolsa não caiu, os mercados não pioraram — o que diz bastante sobre como o Brasil está barato hoje.
Inclusive, o fluxo gringo continua fazendo o Brasil seguir México e Chile (a Colômbia se descolou um pouco).
Claro, os mercados podem chacoalhar. Mas o que importa para o Brasil a longo prazo é só o ajuste fiscal.
Trump pode atrapalhar, mas quem mais atrapalha o Brasil é o nosso governo gastão (sempre!).
Você é do time da Bolsa brasileira ou da Bolsa em dólar? Ou ainda está preso à facilidade do CDI altíssimo brasileiro?
Lembre-se: os próximos 10 anos começam agora. Você vai assistir ou participar do ciclo? A escolha é sua.
