Marfrig (MRFG3) tem lucro líquido de R$ 88 mi no 1º trimestre
Resultado foi impulsionado pela BRF e pelas operações na América do Sul, que compensaram o desempenho mais fraco na América do Norte

A Marfrig (MRFG3) reportou um desempenho positivo no primeiro trimestre de 2025 (1T25), com receita líquida consolidada de R$ 38,6 bilhões, representando um crescimento de +27,0% em relação ao 1T24. O Ebitda ajustado totalizou R$ 3,2 bilhões, alta de +20,8% na comparação anual, enquanto o lucro líquido foi de R$ 88 milhões, avanço de +40,3%.

Os resultados foram impulsionados pela forte contribuição da BRF (BRFS3), que apresentou Ebitda de R$ 2,75 bilhões, com margem de 17,8%, e a operação da América do Sul, que teve alta de +56,2% no Ebitda, alcançando R$ 453 milhões.
Em contrapartida, a operação na América do Norte foi um dos principais pontos negativos do trimestre, com margem Ebitda de apenas 0,2% e Ebitda recorrente de US$ 6 milhões, fortemente impactada pela baixa disponibilidade de gado (ciclo segue negativo) e o consequente aumento dos custos da matéria-prima.
Ebitda e lucro têm alta puxada por efeito fiscal
A receita líquida da companhia foi impulsionada principalmente pela consolidação da BRF, responsável por 40% da receita do trimestre, e pela operação da América do Sul, que cresceu +35,2% em receita no período.
A operação na América do Norte também contribuiu com crescimento de +15,4% na receita em dólares, embora pressionada por margens reduzidas. A margem Ebitda consolidada da companhia caiu 40 pontos-base, ficando em 8,3%, reflexo do desempenho mais fraco da operação nos EUA, que compensou parcialmente os ganhos nos outros segmentos.
No que se refere à lucratividade, o lucro líquido atribuído ao controlador aumentou +40,3% na comparação anual, totalizando R$ 88 milhões. Esse resultado foi influenciado pelo maior Ebitda consolidado e por efeitos tributários positivos, já que a linha de IR e CS apresentou um ganho de R$ 495 milhões.

Caixa forte e alavancagem em queda
Em relação à estrutura financeira, a Marfrig encerrou o trimestre com caixa e aplicações de R$ 20,1 bilhões e dívida líquida de R$ 38,1 bilhões, uma redução de -1,8% em relação ao 4T24. O índice de alavancagem (dívida líquida/Ebitda dos últimos 12 meses) caiu para 2,69x em reais e 2,63x em dólares, marcando o oitavo trimestre consecutivo de redução.
O fluxo de caixa livre também foi positivo, em R$ 182 milhões, sustentado por um robusto fluxo de caixa operacional de R$ 3,1 bilhões.
Qual o dividend yield da Marfrig?
O dividend yield da Marfrig nos últimos 12 meses é de 11,73% – praticamente o dobro da média das boas pagadoras de dividendos da Bolsa brasileira (6%), mesmo com as fortes altas recentes dos papéis do frigorífico (+146% nos últimos 12 meses).
O que esperar da ação da Marfrig em 2025?
Quanto às perspectivas, a companhia reforçou seu foco na produção de produtos com maior valor agregado e na continuidade das sinergias com a BRF. A reorganização da operação na América do Sul, com venda de ativos e foco em unidades de maior rentabilidade, deve seguir impulsionando resultados.
Marfrig (MRFG3): ação barata ou cíclica?
No 1T25, o desempenho da BRF e América do Sul sustentaram o trimestre, enquanto a América do Norte segue sob pressão. O ciclo pecuário nos EUA, com alta de custos e restrição de oferta, continua prejudicando as margens.
A geração de caixa e a redução de alavancagem são pontos positivos claros, mas o desempenho fraco nos EUA e a elevada exposição à dívida em moeda estrangeira continuam como riscos.
Para investir nas ações da Marfrig é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker MRFG3.
Reiteramos que, no momento, não temos recomendação de compra para as ações da companhia.

