BRAV3, RECV3 e PETR3: petroleiras desabam em abril no Ibovespa

Queda do petróleo abala o mercado e ações ligadas à commodity sofrem forte correção

Hugo Cabral 02/05/2025 17:11 4 min
BRAV3, RECV3 e PETR3: petroleiras desabam em abril no Ibovespa

O mês de abril continuou sendo marcado por um ambiente de incertezas, devido à guerra comercial imposta pelo presidente dos EUA, Donald Trump. No entanto, alguns desdobramentos do evento trouxeram certo alívio ao mercado. No cenário interno, os juros futuros operaram em forte queda, reflexo do aumento das expectativas de que o ciclo de alta da Selic esteja próximo do fim, impulsionando o Ibovespa no período.

Desempenho dos principais índices em abril

Com os juros futuros operando em ritmo de queda no mês, todos os principais índices acionários fecharam o período subindo. O IBOV encerrou em alta de +3,7%, enquanto o SMLL subiu +8,5% e o IDIV, +3,9%.

 IBOV, IDIV, SMLL e juros futuros em abril de 2025. Fonte: Bloomberg

Das 87 ações que compõem o IBOV, 64 registraram alta no período, enquanto as outras 23 fecharam em baixa. 

O principal destaque positivo do mês foi o GPA (PCAR3), com alta de +36,8%, enquanto a maior queda foi para as ações da Azul (AZUL4), que caíram -55,3%.

As 5 ações que mais subiram em abril

Veja a lista das cinco maiores altas do mês.

EmpresaTickerVar. (%)
GPAPCAR3+36,8
LWSALWSA3+35,2
AzzasAZZA3+29,9
YduqsYDUQ3+28,8
LocalizaRENT3+27,9

Maiores altas do Ibovespa em abril. Fonte: Bloomberg

1. GPA (PCAR3) +36,8%

No topo da lista das maiores altas de abril estão as ações do GPA, que registraram uma valorização de mais de +36%.

O anúncio da intenção da varejista de destituir o conselho de administração e eleger novos membros, liderado pelo fundo de investimento Saint Germain, de Nelson Tanure, impulsionou os papéis da companhia.   

Nossa recomendação: Neutra

2. LWSA (LWSA3) +35,2%

Apesar de terem saído do Ibovespa no final de abril, as ações da LWSA registraram uma forte valorização no período, impulsionadas pela preferência dos investidores institucionais por empresas com baixo ou nenhum endividamento, consideradas mais adequadas para enfrentar o atual cenário de juros elevados.

Nossa recomendação: Neutra

3. Azzas (AZZA3) +29,9%

Após as fortes baixas no mês de fevereiro, as ações da Azzas operaram em ritmo de recuperação em abril. O movimento negativo foi gerado por rumores sobre a possível saída de Roberto Jatahy, ex-CEO do Grupo Soma e atual segundo executivo mais importante da empresa.

Nossa recomendação: Neutra

4. Yduqs (YDUQ3) +28,8%

Com as atuais expectativas de encerramento do ciclo de alta da Selic, as empresas do setor de educação vêm sendo beneficiadas na Bolsa brasileira. Além disso, alguns bancos de investimento demonstraram preferência pelas ações da Yduqs, elevando suas recomendações de 'neutra' para 'compra'. 

Nossa recomendação: Neutra

5. Localiza (RENT3) +27,9%

Fechando a lista de maiores altas, estão as ações da Localiza. A empresa tem aumentado suas taxas de aluguel e demonstrado controle nos custos, o que atraiu a atenção de alguns investidores institucionais. Além disso, uma possível interrupção no aumento da taxa de juros também pode beneficiar suas ações.

Nossa recomendação: Neutra

As 5 ações que mais caíram em abril

Veja a lista das cinco maiores quedas do mês.

EmpresaTickerVar. (%)
AzulAZUL4-55,3
BravaBRAV3-24,8
PetroReconcavoRECV3-22,1
PetrobrasPETR3-19,7
PetrobrasPETR4-17,3

Maiores baixas do Ibovespa em abril. Fonte: Bloomberg

1. Azul (AZUL4) -55,3%

No topo da lista das maiores quedas do mês estão as ações da Azul.  Apesar de uma oferta de ações ter sido realizada com o objetivo de dar continuidade ao plano de reestruturação, o valor arrecadado (R$ 1,6 bilhão) ainda está longe de ser suficiente para quitar a dívida total de R$ 11 bilhões. Nesse contexto, o aumento dos custos operacionais, a elevada alavancagem da empresa e a percepção de risco quanto à sua capacidade de honrar os compromissos financeiros têm provocado fortes impactos negativos sobre suas ações.

Nossa recomendação: evitar

2. Brava (BRAV3) -24,8%; 3. PetroReconcavo (RECV3) -22,1%; 4. Petrobras (PETR3) -19,7%; e 5. Petrobras (PETR4) -17,3%

Por fim, as quatro maiores quedas restantes se dão pelo mesmo motivo: a forte desvalorização do petróleo, impactado pelo aumento de produção da OPEP+ (coalizão dos maiores produtores de petróleo do mundo) e pela preocupação com as consequências econômicas da guerra comercial iniciada por Donald Trump, presidente dos EUA. Assim, diversas casas de análise revisaram as suas recomendações para as petroleiras.

Nossa recomendação: Compra para BRAV3 e RECV3. Neutra para PETR3 e PETR4.

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