Lucro da Klabin (KLBN11) cai 64% no 1T24, mas aprova R$330 mi em dividendos
A produtora de papel e celulose Klabin teve lucro líquido de R$ 460 milhões no 1T24, queda de 64% sobre o desempenho de um ano antes
A Klabin (KLBN11) apresentou resultados abaixo do esperado pelo mercado, com uma receita líquida de R$ 4,4 bilhões no 1T24, queda de -8% na comparação anual, Ebitda de R$ 1,6 bilhão, -15% de queda, e um lucro líquido de R$ 460 milhões, -64% abaixo do mesmo período do ano anterior.
Outros destaques
Apesar do aumento no volume de vendas totais (+5%), com destaque para o segmento de papéis (+16%), que teve um bom crescimento devido à rampagem dos projetos da companhia em papel-cartão, além do aumento da demanda no mercado de containerboard, a celulose representou 31% das vendas totais da companhia, o que afetou diretamente os resultados com a queda de -3% no volume de vendas.
Dada a queda nas vendas e o recuo de -22% nas receitas de celulose, que foram parcialmente compensadas pelo aumento de +3% nas vendas no segmento de papéis, ainda assim, vimos a receita líquida consolidada cair cerca de -8% em relação ao 1T23.
O custo caixa de produção de celulose apresentou queda de -7% na comparação anual e de apenas -4% no consolidado, o que ajudou a remediar os efeitos no Ebitda, que teve uma queda de -15% devido à queda de receita na comparação anual.
Apesar de a Klabin ter se esforçado ao longo dos anos para diminuir a dependência da celulose (40% de participação no 1T24 contra 49% no 1T23), as melhores margens na celulose no trimestre a deixaram à mercê de resultados em queda.
O mercado de papéis e embalagens está em um bom ritmo de crescimento, mas com margens menores. Com uma participação maior no Ebitda, espera-se que as margens da empresa, no resultado consolidado, aumentem.
A Klabin aumentou o seu endividamento para os atuais 3,5x dívida líquida/Ebitda, com cerca de 53% das dívidas em dólar e 47% em real, o que contribuiu para um impacto de -64% no lucro líquido devido ao aumento das despesas financeiras e resultados em queda.
A companhia tem apresentado estabilidade nos três segmentos (celulose, papéis e embalagens), tanto no mercado interno quanto no externo, reduzindo os riscos de alta dependência da commodity. Contudo, a celulose ainda é responsável pelas fortes margens de Klabin.
O que esperar de Klabin?
A Klabin reduziu a geração de caixa no primeiro trimestre de 2024. Dessa forma, a rentabilidade para acionistas e credores (ROIC) ficou em 9,1%, contra 20,3% no 1T23, devido a mais investimentos e à redução no fluxo de caixa operacional.
Os projetos mais importantes atualmente incluem a segunda fase do projeto Puma II e o projeto Caetê, que permitirá à companhia uma redução de custos em madeira, o que também é positivo para reduzir a dependência do resultado em commodities.
Dado que a commodity não tem diferenciação e a Klabin não é capaz de influenciar os preços do mercado (os resultados são instáveis devido às mudanças de demanda), a companhia aposta suas fichas em projetos de aumento de capacidade e redução de custos.
A Klabin espera reduzir os custos anuais entre R$ 350 e R$ 400 milhões, de 2025 a 2028, o que permitirá uma redução de 40% em relação aos custos atuais até 2028.
A visibilidade é excelente, mas estamos preocupados com o alto endividamento da companhia e vamos acompanhar a evolução dos projetos atuais e a retomada da geração de caixa.
A recomendação para quem tem Klabin na carteira é observar a dependência da celulose nos resultados (especialmente pelas boas margens no segmento), o progresso dos projetos, o endividamento e o ROIC.
A 6x Ebitda, com um alto endividamento, rentabilidade em queda e visibilidade de resultados mais a médio prazo, ficamos fora das ações de Klabin.
Apreciamos bastante a empresa, mas achamos que não faz sentido ter as ações agora.
Dividendos da Klabin
O dividend yield atual das ações da Klabin é de 5%. Depois da divulgação de resultados do 1T24, o Conselho de Administração da companhia aprovou a distribuição de dividendos no valor de R$ 330 milhões, valor correspondente às ações ordinárias e preferenciais, na razão de R$ 0,05970763088 por ação e de R$ 0,29853815440 por Unit.
Farão jus ao recebimento dos dividendos conforme suas respectivas participações no capital social da Klabin no encerramento do pregão da B3 no dia 3 de maio de 2024 (data-base) e as ações e as Units passarão a ser negociadas “ex-dividendos” a partir de 6 de maio de 2024.
O pagamento dos dividendos será realizado em 16 de maio de 2024.
Sobre a Klabin
Fundada em 1899, a Klabin S.A., junto a suas controladas, atua na indústria de papel e celulose no Brasil e no exterior. Atua nos segmentos Florestal, Papel, Conversão e Celulose.
Como faço para comprar ações da Klabin?
Para investir nas ações da Klabin é necessário ter uma conta em uma corretora de valores. A empresa é negociada na B3 sob o ticker KLBN11.
Reiteramos que, no momento, não recomendamos compra de Klabin.
