KEPL3 e SHUL4: ações “fora do radar” para investir no agronegócio

Ambas são empresas que podem se beneficiar de boa safra e preço de commodities

Fabiano Vaz 17/07/2023 13:59 4 min Atualizado em: 18/07/2023 11:28
KEPL3 e SHUL4: ações “fora do radar” para investir no agronegócio

É inegável que o agronegócio é pop na economia brasileira. De acordo com a Cepea/Esalq, o setor representou em média 26% do PIB brasileiro entre 2020 e 2022.

Representatividade do agronegócio no PIB brasileiro

Além disso, o Brasil é top produtor e exportador das principais commodities agrícolas.

Exportações globais de commodities do Brasil

No entanto, na B3, o agro não é tão pop assim...

As empresas que atuam no setor representam aproximadamente 9% do valor de mercado das empresas listadas na bolsa brasileira.

As empresas listadas que atuam no agro representam 8,8% do valor de mercado de todas as empresas da B3

Nota-se que pelo tamanho do agro na nossa economia, ainda temos muito para crescer na bolsa brasileira.

Para nós, da Nord, o agro sempre foi pop.

Na imagem abaixo, compartilhamos diversas oportunidades do setor que aproveitamos nas carteiras da Nord Research.

Ações do agronegócio recomendadas pela Nord Research
Ações que subiram forte desde a nossa primeira recomendação de investimentos. Fonte: Bloomberg

Caso você deseje entrar ou expandir sua posição no setor, selecionei duas ações de empresas que podem se beneficiar de boa safra e preço de commodities.

Kepler Weber (KEPL3)

A Kepler Weber (KEPL3) é uma das principais posições da carteira do Nord Deep Value.

A empresa é especializada em soluções para armazenagem e pós-colheita, sendo líder na América do Sul. Com foco no agronegócio, a companhia produz silos metálicos, secadores, máquinas de limpeza de grãos, entre outros produtos.

A tese em torno de Kepler começa pelo fato de que o Brasil possui uma capacidade de armazenamento de apenas 14%, bem menor que outras potências do setor, como Canadá e Estados Unidos, que estão na faixa de 85% e 65%, respectivamente.

O déficit de armazenagem é grande no país e a Kepler quer mudar isso. A armazenagem de granéis não é imprescindível, mas proporciona aos agricultores e cooperativas grande aumento na rentabilidade e flexibilidade na comercialização das suas culturas.

Mesmo que possua cerca de 30% de market share em seu setor no Brasil e seja o principal player da América Latina, a Kepler quer continuar crescendo e expandindo suas fontes de receita para construir um ecossistema sólido e diversificado.

Sem grandes impactos na visibilidade

Como imaginávamos, a empresa não teve um 1º semestre muito animador, pois foi impactada por incertezas políticas que fizeram os agricultores adiarem os investimentos, além da queda das commodities, que reduziu a margem dos produtores no período, dos juros mais elevados, o que também tira o apetite em investimentos, e da suspensão de algumas linhas de financiamento do Plano Safra no trimestre.

Entretanto, seguimos otimistas com 2023, principalmente a partir do 2º semestre. Acreditamos que recordes de safra do país devem continuar mantendo a demanda aquecida para a Kepler.

Além disso, o lançamento do Plano Safra 2023/24 deve reaquecer a demanda, principalmente a partir do terceiro trimestre deste ano.

Múltiplos Kepler Weber
Fonte: Bloomberg

Negociando a 3x Ebitda, mantemos recomendação de compra para as ações da Kepler Weber (KEPL3).

Schulz (SHUL4)

Fundada em Santa Catarina, há 60 anos, como uma metalúrgica que fabricava utensílios domésticos e agrícolas, a Schulz (SHUL4) é atualmente a maior fabricante de compressores de ar da América Latina e a maior fundição com usinagem e pintura integradas de seu segmento de atuação.

A empresa atua em duas divisões de negócios, compressores e automotiva. Em compressores, atende tanto a indústria quanto consumidores finais, com produtos distribuídos em mais de 70 países.

Já na divisão automotiva, atua no mercado de veículos comerciais pesados, máquinas agrícolas e equipamentos de construção, fornecendo peças para motores, transmissões e freios.

Geração de caixa e baixa alavancagem

A Schulz é um case pouco acompanhado — ignorado, na verdade — pelo mercado, mas que sempre evoluiu de forma consistente. No 1T23, a companhia entregou um crescimento de +11% na receita, +40% no Ebitda e  +99% no lucro.

A excelente geração de caixa contribuiu para a queda da alavancagem da companhia, apenas 0,2x.

Ebitda Schulz
Fonte: Bloomberg

Negociando a 5x Ebitda, reiteramos compra para as ações da Schulz (SHUL4).

Muitas empresas ainda devem entrar na bolsa nos próximos anos e, dada a importância do agronegócio para a economia brasileira, acreditamos que o investidor não deve ignorar esse setor.

Junte-se a nós para aproveitar as melhores oportunidades para investir no agro.


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