Juros americanos têm alta interrompida pelo FED. Entenda a decisão

Conforme esperado, o Banco Central dos EUA manteve a taxa de juros na faixa entre 5% e 5,25% ao ano

Christopher Gomes Galvão 15/06/2023 15:35 3 min Atualizado em: 16/06/2023 14:16
Juros americanos têm alta interrompida pelo FED. Entenda a decisão

Conforme esperado, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed), responsável por determinar a política monetária do país, manteve na quarta-feira, 14, a taxa básica de juros inalterada.

A pausa nessa reunião foi utilizada para o Fed obter mais dados e observar os efeitos defasados da política monetária. Ou seja, ganhar tempo.

Decisão do Fed

A decisão em si não foi uma grande surpresa para o mercado, que já precificava uma probabilidade de cerca de 90% de manutenção da taxa de juros do país, que fica entre 5% e 5,25% ao ano.

O grande ponto de atenção estava mesmo para o tom do comunicado e da reunião do presidente do Fed, assim como para as projeções dos dirigentes do comitê de decisão.

Novas elevações no futuro

O famoso “gráfico de pontos” mostra as projeções de diferentes membros do comitê para a taxa de juros, e nele foi possível observar que a mediana das projeções para 2023 subiu de 5,1% (da reunião anterior) para 5,6%. Para o ano de 2024, as projeções subiram de 4,3% para 4,6%.

Essa foi uma mudança bem relevante entre as reuniões, agora indicando mais duas altas de 25 bps.

Uma frase interessante durante a entrevista coletiva de Jerome Powell, atual presidente do Fed, foi afirmar que “realmente acredito que julho será uma reunião com opções em aberto”, admitindo que pode haver uma nova alta já na próxima reunião de 26 de julho.

Pressões inflacionárias

Enquanto isso, as projeções do comitê para a inflação ao consumidor medida pelo PCE deste ano subiram de 3,6% para 3,9%. Para 2024, foram mantidas em 2,6%.

Durante a entrevista coletiva, Powell reforçou os pontos que já vinha comentando ao longo das últimas reuniões: inflação ainda elevada e mercado de trabalho robusto.

Powell sinaliza para mais juros

Sobre os últimos dados de inflação, que mostraram uma melhor composição, Powell manteve a cautela ao afirmar que os sinais de perda de fôlego da inflação de serviços (a parcela mais relevante da inflação) ainda se encontra em fase inicial.

Ou seja, um Fed mais hawk nesse encontro de junho, deixando claro que mais altas devem ocorrer ao longo desse ano, mesmo sem especificar quando e quanto.

Vale lembrar que há pouco tempo, o mercado precificava quedas ao longo do segundo semestre, precificando um juro em torno de 4,50%.

Já com os últimos dados, as últimas falas do Fed e agora com essa reunião de junho, o mercado passou a precificar um juro em torno de 5,20% ao final deste ano (na prática, mais uma alta de 25 bps, considerando que os EUA trabalham com uma faixa de juro).

Já vínhamos alertando para os assinantes da carteira Renda Fixa PRO dessa possibilidade de novas altas ao longo do ano, diferentemente do que o mercado precificava na época.

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