Lucro da JBS (JBSS32) cresce +61% no 2T25
O frigorífico, porém, registrou mais uma queima de caixa no período

A JBS (JBSS32) registrou receita de US$ 21 bilhões, alta de +9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Ebitda totalizou US$ 1,7 bilhão, queda de -7%, enquanto o lucro líquido foi de US$ 528 milhões, crescimento de +61%.

Lucro cresce, mas queima de caixa é ponto de atenção
O crescimento de +9% na receita líquida foi impulsionado pelo desempenho positivo da JBS Brasil (+20%), JBS Austrália (+19%) e JBS Beef North America (+14%), mais do que compensando as performances mais fracas da JBS USA Pork (-5%) e da Seara (-3%).
Contudo, com o maior crescimento dos custos dos produtos vendidos (+11%), o lucro bruto do frigorífico caiu -5%, totalizando US$ 2,8 bilhões.
Já o Ebitda ajustado da JBS totalizou US$ 1,7 bilhão, baixa de - 7%, que é explicada, principalmente, pelo Ebitda negativo (US$ -233 milhões) da JBS Beef North America, que compensou os desempenhos operacionais positivos de outras subsidiárias.
O lucro líquido foi de US$ 528 milhões no 2T25, alta de +61%, devido à queda de -37% no resultado financeiro (negativo) e de um crescimento menor na depreciação e amortização.
O trimestre ainda foi marcado por uma forte geração de caixa operacional, de US$ 773 milhões. Contudo, o fluxo de caixa livre, após investimentos em ativo imobilizado, juros pagos e recebidos e arrendamento mercantil, foi negativo em R$ -55 bilhões.
Ao final do 2T25, a JBS apresentava uma posição de caixa de US$ 3 bilhões, enquanto sua dívida bruta era de US$ 19,5 bilhões. Assim, a dívida líquida totalizou US$ 16,5 bilhões, enquanto a alavancagem (dívida líquida/Ebitda) atingiu 2,3x (vs. 2,8x no 2T24).

O que esperar da JBS (JBSS32) em 2025?
Ainda que abaixo das expectativas do mercado, o resultado do 2T25 (o primeiro desde sua migração para os EUA) foi marcado por crescimento em algumas de suas empresas, além de mais uma redução de suas despesas financeiras e da expansão de seu lucro.
Contudo, para a segunda metade do ano, o cenário ainda é incerto, em especial para suas marcas americanas em meio à guerra comercial em andamento, além do ciclo do gado ainda desfavorável nos Estados Unidos (custos maiores = margens menores).
No Brasil, ainda que o país possa elevar suas vendas para a China e outros países asiáticos (como o Japão), o ciclo do gado também vem mostrando sinais de uma possível reversão, podendo pressionar as margens dos frigoríficos brasileiros em um futuro breve.
Mais dividendos para os acionistas da JBS (JBSS32)
Além do resultado apresentado, a JBS ainda anunciou um novo pagamento de dividendos, no montante de US$ 1,2 bilhão (parte já havia sido prometida caso a dupla-listagem fosse concluída). Além disso, a empresa anunciou um programa de recompra de ações (também considerado como provento), no valor de até US$ 400 milhões.
Vale a pena comprar JBS (JBSS32)?
A JBS S.A. é uma das maiores empresas de processamento de carnes do mundo. Apesar do melhor momento financeiro, não enxergamos grandes oportunidades nas ações da JBS. Após as altas recentes, a empresa passou a negociar por cerca de 10x lucros — abaixo da média da Bolsa brasileira, mas sem grande margem de segurança.